Marcos Fábio Belo Matos
Professor doutor do Curso de Comunicação Social –
habilitação em Jornalismo do CCSST.
Junho acabou e deixou um grande
legado da greve dos professores das universidades federais. O movimento, que
começou tímido em meados de maio, termina o mês com o saldo histórico de 56
universidades de portas fechadas, de norte a sul do país, com adesão de
professores, técnico-administrativos e alunos e uma imagem positivada na mídia–
fato que pode ser verificado pelas matérias em veículos de imprensa nacionais,
denunciando as péssimas condições de algumas universidades e hospitais
universitários.
O governo não acreditava na força do movimento e não o
respeitava. Quebrou a cara.
Para nós, da UFMA, os ganhos também
foram bastante positivos. Primeiro, conseguimos uma mobilização histórica dos
professores. Com “honrosas” exceções, todos os cursos pararam, total ou
parcialmente. Tivemos uma aproximação entre a
Apruma e os campi do continente,
o que existia de maneira bastante tímida, fortalecendo e ampliando a nossa
representação sindical.
E conseguimos, de alguma maneira, pautar as ações mais
localizadas dos campi que estão fora de São Luís, que têm demandas e carências
bastante específicas – prova disso foi o seminário sobre as novas
licenciaturas, recentemente promovido, e a colocação na pauta geral das
necessidades locais dos vários campi.
Em Imperatriz, também conquistas
representativas. Fizemos uma greve positiva, pra cima, e tivemos a adesão da
enorme maioria dos professores. Conseguimos ocupar o campus com atividades
distintas: minicursos, palestras, sessões de cinema, capoeira, música, eventos
científicos, todas abertas à comunidade.
Tivemos uma cobertura bastante
positiva da imprensa local (jornal, sites, rádio e televisão). E houve uma
aproximação importante entre os cursos, que em geral não se comunicavam muito –
prova disso foi a formação de um comando local de greve com professores
representando a maioria dos cursos do CCSST.
Se a greve acabasse hoje, por tudo
isso, ela já seria vitoriosa. Mas ela segue. Firme e histórica, com um total já
de 95% das federais, até o alcance dos nossos objetivos, que são o respeito à carreira docente e a efetivação de uma educação
universitária de qualidade – na mais ampla acepção desse termo.
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