Candidato a prefeito de São
Luís pelo PSTU, Marcos Silva apresenta nesta entrevista as principais
diretrizes da campanha. O socialista afirma que as candidaturas vinculadas ao PTC,
PSB e PDT foram “injustas” com o prefeito João Castelo, porque estiveram na
Prefeitura e depois abandonaram o tucano.
Silva criticou também o
candidato do PSOL, Haroldo Sabóia, acusando-o de personalista.
Saneamento, transporte de
massa, pavimentação e tratamento do lixo são as prioridades da candidatura do
PSTU para São Luís. Veja a entrevista.
Como foi o processo de
definição da sua candidatura no partido?
Marcos Silva - Como é feito
historicamente nos partidos revolucionários, através do debate político e
democrático. Através do método democrático após varias discussões em plenárias
e conferência, o partido optou por uma chapa composta na majoritária pela minha
pessoa e tendo como vice a professora e advogada ativista Kátia Ribeiro. Então
tivemos uma convenção marcada pela unidade dos revolucionários e fortalecimento
do PSTU.
O PSTU costuma fazer da
campanha um espaço de disputa ideológica. Vai manter a regra ou optar por uma
campanha mais propositiva?
Marcos Silva - Penso que face
aos ataques que os setores oprimidos explorados sofrem, isso sempre levou o nosso
partido a priorizar as denúncias do sistema, mas o nosso partido - sem
capitular ao processo eleitoral burguês - é composto de pessoas com muita
capacidade de gestão e pesquisa e temos nossos planos construídos de forma
concreta nas lutas sociais da nossa classe. Então apresentaremos um programa
que é a síntese das reivindicações da classe trabalhadora e da juventude, uma
mediação para enfrenta os problemas sociais e estruturais da nossa cidade, com
base na democracia dos trabalhadores, na transparência com os recursos públicos
e priorizando as ações nas comunidades mais carentes de São Luís.
Qual a sua análise sobre a
administração do prefeito João Castelo (PSDB)?
Marcos Silva - Não poderia o
atual prefeito fazer diferente das práticas sarneístas. O mesmo se formou na
escola da oligarquia, é compadre do Sarney, aplica os mesmos hábitos e governa
em defesa de interesses privados. Assim nossa cidade é débil em políticas
publicas e estruturais. Para cada buraco tampado surgem outras dezenas. Claro
que até ontem essa administração contava com o apoio direto do PTC, do PSB, do
PDT e outras legendas de aluguel que na minha opinião foram oportunistas com o
Castelo. Estiveram na barca até começar a afundar e então começaram a cair fora
e deixaram ele até sem vice de outra legenda.
Como o senhor avalia as
outras candidaturas de oposição ao prefeito Castelo?
Marcos Silva - Alguns dos
candidatos foram injustos com o Castelo. Usaram e abusaram da Prefeitura para
até garantir eleição de deputado federal e estadual e outros benefícios
pessoais. Depois, em função da rejeição do prefeito nas pesquisas, resolveram
abandonar a barca tucana. Outros são produtos da vontade da oligarquia ter um
prefeito que seja um fantoche na administração municipal. Quanto à candidatura
do PSOL o próprio candidato já disse que quer mesmo é se fortalecer para
disputar o senado em 2014. Mas eles têm o direito de pleitearem a Prefeitura,
só espero que os mesmos não abusem do poder econômico e não fujam do debate ou
tentem nos tirar dos mesmos. Queria finalizar essa resposta dizendo que os
nossos adversários não se utilizem da compra de votos e da consciência dos
eleitores e façam uma disputa honesta. Espero também que o Ministério Público Eleitoral
seja atuante.
Caso vença a eleição, quais
serão as prioridades da sua gestão para São Luís?
Marcos Silva - Penso que
construir uma equipe de governo que possa ter disposição para aplicar uma
gestão pensando no social e não em interesses privados. Isso nos leva a
compreensão de enfrentar os desafios de organizar a administração do município
de forma democrática, com a participação dos trabalhadores e trabalhadoras. E
buscar a construção de programas sociais e estruturais para melhorar a nossa
cidade do ponto de vista da habitação, saneamento e mobilidade urbana.
Indique três obras de
infra-estrutura essenciais para São Luís?
Marcos Silva - Primeiro
reestruturar os serviços de drenagem urbana, buscando recuperar nossos rios;
segundo, reorganizar nossas avenidas e ruas no sentido de garantir uma melhor
fluidez do trânsito, levando em consideração o uso de transporte de massa,
veículos particulares, ciclistas e pedestres; terceiro, construir uma estrutura
sanitária que possa nos livrar dos lixões e aterros. Penso que é necessário uma
estação de tratamento do lixo. Essas são obras que penso ser necessárias para
melhorar a vida do povo de São Luís na responsabilidade da gestão municipal.
Não é obrigado seguir a ordem estabelecida, bem como nossa gestão não será
produto só do nosso pensamento. Aqui em nossa cidade tem uma vasta quantidade
de recursos humanos com capacidade de contribuir com uma gestão pública que
priorize os interesses da maioria do povo.
Como será o posicionamento do
PSTU na campanha, em relação às outras candidaturas?
Marcos Silva - Vamos tentar
incentivar a construção da consciência social em nossa classe, mostrando que
interesses estão por trás dos candidatos.
Por quê o PSTU não coligou
com o PSOL?
Marcos Silva - Seria muito
importante essa unidade, mas o PSOL foi ganho para um projeto pessoal do Haroldo
Sabóia, então não deu para unirmos a esquerda na defesa de um projeto classista
e socialista. Tudo bem, continuaremos a carregar essa bandeira sozinho. Veja só
o ditado popular: “antes só que mal acompanhado”. Isso é realmente uma lição,
muitos deveriam levar em consideração.
Como o PSTU recebeu o
ingresso de ex-militantes e dirigentes do PSOL, liderados pelo professor Paulo
Rios?
Marcos Silva - Para nós nos
reencontramos na luta política com valorosos companheiros que militamos juntos
no PT quando esse ainda não era uma legenda alugada para o Sarney. Sem dúvida
alguma é magnífico tanto Paulo Rios, Saulo Arcângelo, Kátia Ribeiro e outros
que vieram do PSOL, são companheiros que tem uma vida dedicada à luta dos
trabalhadores e trabalhadoras sem terem por traz interesses pessoais. Eles
fazem juntos com os nossos antigos militantes nosso partido ficar mais forte e
por consequência a luta pelo socialismo.
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