As entrevistas do governador eleito Flávio Dino (PCdoB) aos
jornais de repercussão nacional, especialmente na Folha de São Paulo, apontam
os sinais do futuro.
No diálogo com o jornalista Fernando Rodrigues, Dino discorre
sobre o cenário de Brasília, já se posicionando como um político de referência
na mídia do centro-sul do país.
Os jornalistas estão entusiasmados com as bandeiras do
choque de capitalismo e da revolução burguesa no Maranhão, erguidas por um governador
eleito pelo partido comunista.
Se tudo correr conforme o programado, daqui a oito anos Dino
terá completado dois mandatos de governador. Será senador e pode voltar ao Palácio
dos Leões, mas é pouco!
Depois disso, com menos de 60 anos, vai fazer o quê?
Com certeza não será conselheiro no Tribunal de Contas da
União (TCU).
Flávio quer mais. O PCdoB também.
A primeira meta é tirar o Maranhão dos piores indicadores
sociais do Brasil e apresentá-lo ao país como uma experiência exitosa de
governo.
Nesse percurso, pretende construir novas agendas midiáticas.
Haverá uma obsessão para tirar o
Maranhão das páginas do crime, das tragédias de Pedrinhas, da fome e da miséria,
dos mal feitos e das obras fantasmas ou superfaturadas.
No primeiro discurso em local público, no dia da vitória, em
5 de outubro de 2014, na praça Maria Aragão, Dino abriu a fala dizendo: “está
proclamada a República no Maranhão!”
Não foi uma frase qualquer. Houve ali um enunciado.
Nas entrelinhas da entrevista com Rodrigues há digressões de
Flávio sobre soluções para o dilema entre o PT e o PSDB.
Dino propõe um pacto entre tucanos e petistas e indica
sugestões para a reforma política.
Está nas palavras do comunista o antídoto para a
esquizofrenia que tomou conta da eleição presidencial de 2014 e alimenta o
terceiro turno.
Desenvolvo, ele opina sobre a conjuntura nacional com ares
de protagonista da cena principal.
Dino tem outra vantagem: é o único nome do PCdoB nacional. Em
caso de um projeto majoritário no futuro, o governador do Maranhão será ungido
pelo alto comando comunista.
Diferente dos outros partidos, onde há disputas e rachas, o
PCdoB é regido pelo centralismo democrático. A legenda é verticalizada a as
possíveis divergências sequer saem das reuniões a portas fechadas.
O PCdoB nacional vai vigiar e “orar” pelo Maranhão,
projetado para ser a vitrine do Brasil.
Comparado aos 50 anos de atraso liderados por José Sarney, o
pouco que for feito já será muito, elevando o Maranhão a novos patamares no
cenário nacional.
Os passos iniciais estão sendo dados meticulosamente na
formação do secretariado.
No primeiro escalão, foram vetados até agora todas as
figuras estigmatizadas pela agiotagem, corrupção, desmandos administrativos e
práticas coronelistas nos municípios mais emblemáticos.
Famílias e políticos tidos como indesejáveis e asquerosos,
notadamente nocivos ao interesse público, ficaram excluídos na formação principal
do governo.
Essa é uma questão central para o sucesso da gestão.
No projeto de “vender” o Maranhão da mudança, não cabe esse
tipo de gente.
É o primeiro passo para a longa marcha.
Um comentário:
Oi Ed. Fica de olho no Flávio Dino no 'poleiro de tucano' que é o Roda Viva de amanhã a noite.
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