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quinta-feira, 6 de novembro de 2014

DILMA II: GOVERNO MAIS LIBERAL E MENOS CORRUPTO

Só há uma chance de o PT continuar no poder depois do segundo mandato de Dilma: o combate radical à corrupção.

Os protestos de junho de 2013 e a tentativa golpista pós-eleição 2014 espalharam um sentimento de intolerância com a pilhagem.

À direita e à esquerda, o tom é um só: a máquina de furtar precisa parar.

Corrupção não é obra do PT. Na era FHC havia muitos escândalos, mas a bomba explodiu nas mãos de Lula e Dilma, quando houve mais investigações, divulgação e prisões.

Para ganhar a eleição de 2018, o petismo precisa dar um choque de gestão na máquina pública.

Medidas

Nesse sentido, é fundamental reduzir o loteamento do Estado entre os partidos aliados.

A ordem é conter a fome de cargos e dinheiro do PMDB e secar a fonte das outras legendas sanguessugas.

A tendência, portanto, será uma adesão progressiva à tese do Estado mínimo.

No governo Dilma II o projeto é parecer mais à esquerda. Porém, utilizando os instrumentos e o pensamento da direita.

O liberalismo (político e econômico) vai ser convocado ao jogo. O Estado inchado será desidratado, mas sem perder as suas funções estratégicas.

As privatizações estão no horizonte.

No primeiro mandato, Dilma iniciou essa vertente nos aeroportos. Na saúde, criou a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), meio caminho para a privatização dos hospitais universitários.

Já houve sinalizações para a contratação de professores das Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes) através do regime celetista, sem concursos rigorosos.

E as Parcerias Público Privadas (PPPs) devem ser ampliadas.

Jogo eleitoral e mobilização

Assistiremos a uma tucanização do PT. Antes que o povo queira o PSDB, em 2018, o PT vai erguer as bandeiras do choque de gestão – corte de gastos e enxugamento da máquina pública.

Estado menor e mais eficiente é o mote.

Com isso, o petismo espera reduzir o desgaste eleitoral e agradar a classe média e a elite, onde vem tendo ampla rejeição.

Para atenuar o preconceito contra o Bolsa Família nos grandes colégios eleitorais, o PT precisa demonstrar que vai reduzir o Estado patriarcal.

A ideia é transformar os súditos do Bolsa Família em cidadãos com carteira de trabalho. Menos paternalismo e mais capitalismo. Eis a fórmula liberal do PT.

O capital privado será mais requisitado.

A tendência é reduzir a força patriarcalista do poder estatal e ampliar a dinâmica do capital mais agressivo, atenuando a promiscuidade entre o BNDES e o mercado que usufrui dos favores e privilégios do Estado.

Virão daí as respostas à crítica da oposição sobre a estagnação econômica, a ineficácia e a corrupção.

Esse será o eixo do combate à corrupção, combinado com a diminuição do loteamento do Estado entre os partidos aliados.

O PT necessita criar novos padrões de governabilidade.

A segunda gestão de Dilma também precisa retomar a aproximação com os movimentos sociais. 

Para enfrentar a onda golpista da extrema direita, o PT precisa reaver o monopólio das ruas. 

Esse é o plano. Falta combinar com os adversários e eleitores. Tem tudo para dar certo.

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