Só há uma chance de o PT continuar no poder depois do
segundo mandato de Dilma: o combate radical à corrupção.
Os protestos de junho de 2013 e a tentativa golpista
pós-eleição 2014 espalharam um sentimento de intolerância com a pilhagem.
À direita e à esquerda, o tom é um só: a máquina de furtar
precisa parar.
Corrupção não é obra do PT. Na era FHC havia muitos
escândalos, mas a bomba explodiu nas mãos de Lula e Dilma, quando houve mais
investigações, divulgação e prisões.
Para ganhar a eleição de 2018, o petismo precisa dar um
choque de gestão na máquina pública.
Medidas
Nesse sentido, é fundamental reduzir o loteamento do Estado
entre os partidos aliados.
A ordem é conter a fome de cargos e dinheiro do PMDB e secar
a fonte das outras legendas sanguessugas.
A tendência, portanto, será uma adesão progressiva à tese do
Estado mínimo.
No governo Dilma II o projeto é parecer mais à esquerda. Porém, utilizando
os instrumentos e o pensamento da direita.
O liberalismo (político e econômico) vai ser convocado ao
jogo. O Estado inchado será desidratado, mas
sem perder as suas funções estratégicas.
As privatizações estão no horizonte.
No primeiro mandato, Dilma iniciou essa vertente nos aeroportos. Na saúde, criou a
Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), meio caminho para a privatização
dos hospitais universitários.
Já houve sinalizações para a contratação de professores das
Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes) através do regime celetista,
sem concursos rigorosos.
E as Parcerias Público Privadas (PPPs) devem ser ampliadas.
Jogo eleitoral e
mobilização
Assistiremos a uma tucanização do PT. Antes que o povo
queira o PSDB, em 2018, o PT vai erguer as bandeiras do choque de gestão –
corte de gastos e enxugamento da máquina pública.
Estado menor e mais eficiente é o mote.
Com isso, o petismo espera reduzir o desgaste eleitoral e
agradar a classe média e a elite, onde vem tendo ampla rejeição.
Para atenuar o preconceito contra o Bolsa Família nos
grandes colégios eleitorais, o PT precisa demonstrar que vai reduzir o Estado
patriarcal.
A ideia é transformar os súditos do Bolsa Família em
cidadãos com carteira de trabalho. Menos paternalismo e mais capitalismo. Eis a
fórmula liberal do PT.
O capital privado será mais requisitado.
A tendência é reduzir a força patriarcalista do poder estatal
e ampliar a dinâmica do capital mais agressivo, atenuando a promiscuidade entre
o BNDES e o mercado que usufrui dos favores e privilégios do Estado.
Virão daí as respostas à crítica da oposição sobre a
estagnação econômica, a ineficácia e a corrupção.
Esse será o eixo do combate à corrupção, combinado com a
diminuição do loteamento do Estado entre os partidos aliados.
O PT necessita criar novos padrões de governabilidade.
A segunda gestão de Dilma também precisa retomar a aproximação com os
movimentos sociais.
Para enfrentar a onda golpista da extrema direita, o PT
precisa reaver o monopólio das ruas.
Esse é o plano. Falta combinar com os adversários e eleitores. Tem tudo para dar certo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário