A extrema direita voltou às ruas, dessa vez para contestar o
resultado da eleição que renovou o mandato da presidente Dilma (PT) e pedir uma
intervenção militar no Brasil.
Trata-se de uma grotesca tentativa de golpe e um retrocesso
nas conquistas democráticas.
Dilma foi eleita e deve cumprir seu mandato. É a regra do
jogo democrático.
Critiquemos ou não do PT, o resultado deve ser respeitado,
garantindo a decisão do povo que foi às urnas e escolheu.
As manifestações anti-Dilma beiram o fascismo. São
intolerantes e agridem a vontade da maioria.
Esse filme já passou, em outras épocas, com atores semelhantes.
Às vésperas do golpe militar de 1964, os setores retrógrados
organizaram a Marcha da Família com Deus pela
Propriedade.
Logo depois, veio a deflagração da ditadura. Seguiram-se o fechamento do Congresso, as prisões, censura,
torturas e mortes.
Dezenas de livros e filmes são fartos em relatos sobre as
atrocidades praticadas contra os direitos humanos nos porões da ditadura.
Na política, a melhor invenção é a democracia. O avesso
disso é a negação de direitos fundamentais da sociabilidade.
Liberdade de expressão e manifestação do pensamento são
conquistas da Constituição de 1988, após um longo período de luta pela
redemocratização.
Podemos e devemos criticar o PT, no intuito de melhorá-lo,
mas não podemos negar que esse partido foi fundamental para a retomada do
processo democrático no Brasil.
Muitos militantes de esquerda sacrificaram a vida para que
outros pudessem viver.
Se o petismo cometeu erros políticos e administrativos, é
outro debate.
O mais importante de tudo é a garantia das liberdades
individuais, inclusive o direito de se manifestar contra os governos, quaisquer
que sejam.
Uma coisa é fazer oposição, protestar e cobrar. Outra, completamente diferente, é armar um golpe para derrubar a presidente eleita e impor um regime autoritário.
Na ditadura do Brasil, até o direito de reuniões foi cerceado.
Qualquer pessoa poderia ser apontada como suspeita, ser
presa, torturada e morta.
A ditadura é a negação da vida.
Já viramos esta página. Que não venha nunca mais.
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