Conjunto arquitetônico é um fator relevante ao patrimônio cultural de São Luís |
Foi realizada
nessa sexta-feira (29), no Convento das Mercês, durante o encontro mensal da
Rede de Educadores em Museus (REM-MA), a apresentação do projeto “Fórum
Permanente do Patrimônio Cultural”, iniciativa que pretende realizar, de forma
permanente, seminários sobre o patrimônio cultural (material e imaterial) do
Maranhão através de encontros com especialistas no assunto (historiadores,
arquitetos, folcloristas, gestores públicos, museólogos, pesquisadores,
cientistas sociais, antropólogos, arqueólogos, dentre outros profissionais
ligados ao setor, bem como a comunidade em geral), que abordarão os mais
diversos segmentos ligados ao tema em questão.
A ideia
partiu do escritor, jornalista e pesquisador, mestre em Ciências Sociais, Paulo
Melo Sousa, atual Diretor do Centro Cultural Convento das Mercês. As palestras
e bate-papos serão gratuitos e contarão, além dos conferencistas, com a
presença de interessados no assunto, técnicos, professores e alunos, além da comunidade
em geral.
O
Patrimônio Cultural engloba o conjunto de todos os bens, manifestações
populares, tradições, cultos, monumentos arquitetônicos, culinária, dentre
outras manifestações, tanto materiais quanto imateriais. Em razão de sua
ancestralidade e relevância histórica e cultural, adquirem um valor único
e permanente, o que exige a sua devida salvaguarda, visando garantir a sua
continuidade, divulgação e preservação para as gerações presentes e futuras,
colaborando, dessa forma, com a ideia de pertencimento e de identidade. O patrimônio
é nossa herança legada pelo passado e o que construímos hoje, cabendo a todos
nós preservar, transmitir e deixar todo esse legado às gerações vindouras.
São Luís
foi elevada à categoria de Patrimônio Cultural da Humanidade em 1997,
reconhecida pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência
e a Cultura - UNESCO como repositória de um legado histórico que a
coloca no mesmo patamar de lugares como o Centro Histórico de Roma, por exemplo.
No entanto, a população de São Luís ainda não entendeu a importância desse
título, e a cidade amarga o abandono de muitos de seus logradouros públicos,
permeados de história, muitas das vezes com o descaso das autoridades. É
necessário se discutir esse tema de importância vital para a nossa cultura, e
apontar soluções possíveis para os problemas que afetam o patrimônio cultural
do Maranhão.
Antenados
com as recomendações firmadas em inúmeros encontros globais sobre patrimônio,
dos quais o Brasil é signatário, cabe lembrar a Carta Internacional sobre
Conservação e Restauração de Monumentos e Sítios, mais conhecida como Carta de
Veneza (maio de 1964), na qual se lê, textualmente: “Portadores da mensagem
espiritual do passado, as obras monumentais de cada povo perduram no presente
como o testemunho vivo de suas tradições seculares. A humanidade, cada vez mais
consciente da unidade dos valores humanos, as considera um patrimônio comum e,
perante as gerações futuras, se reconhece solidariamente responsável por
preservá-las, impondo a si mesma o dever de transmiti-las na plenitude de sua
autenticidade”. Por sua vez, em 1989, a UNESCO firmou a “Recomendação sobre a
Salvaguarda da Cultura Tradicional e Popular”, instrumento legal que favorece a
identificação, preservação e continuidade do patrimônio cultural imaterial, bem
como sua disseminação.
Dessa
forma, o “Fórum Permanente do Patrimônio Cultural” pretende estabelecer um
debate contínuo sobre o tema em questão, apontando possíveis soluções para
problemas ou entraves que porventura venham atrapalhar a necessária salvaguarda
desse patrimônio.
Os
encontros serão realizados às quintas-feiras, quinzenalmente, no horário das
15h às 17 h, no Auditório Casa do Poeta Nauro Machado (Convento das Mercês). Todas
as palestras do Fórum Permanente do Patrimônio Cultural são gratuitas e abertas
à comunidade.
Cada
palestrante se comprometerá em produzir um texto sobre o tema abordado, de no
mínimo 3 (três) e, no máximo 5 (cinco) laudas (Times 12, espaçamento 1,5), para
futura publicação em livro, que reunirá o conjunto das palestras proferidas. O
fórum pretende não apenas suscitar debates, mas iluminar cada tema a ser
abordado, no sentido de que cada palestrante, em conjunto com os participantes,
aponte soluções para os possíveis problemas relacionados ao patrimônio
cultural. O evento será fotografado e filmado, com a intenção de se produzir
futuros documentários.
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