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segunda-feira, 4 de abril de 2016

PORQUE O AFASTAMENTO DA PRESIDENTE DILMA ROUSSEF É GOLPE!!!

Ricardo Costa Gonçalves
Graduado em Matemática, professor, ex-superintendente adjunto do Incra, e mestrando em Estado e Políticas Públicas pela FPA/FLACSO

A presidente Dilma Rousseff não é investigada em nenhum processo, portanto, não é ré. Não cometeu nenhum crime, e não é investigada pela Lava Jato. Por isso, impedimento sem crime, é golpe.

O pedido de impedimento da presidenta Dilma Rousseff esta baseando nas “chamadas pedaladas fiscais”. O que é isso? A presidenta colocou dinheiro da Caixa Econômica Federal em programas sociais, para conseguir fechar as contas e, no ano seguinte, devolveu esse dinheiro à Caixa. Não obteve nenhum benefício pessoal e nem seus principais inimigos conseguem acusá-la de qualquer ato de corrupção. Essas “pedaladas fiscais” foi utilizada por Fernando Henrique Cardoso (FHC), Lula, pela maioria dos governadores e prefeitos. Portanto, usar este fato para afastar apenas a Dilma, é golpe.

Diferente de Dilma, os políticos que pedem seu afastamento, como o presidente da Câmara Eduardo Cunha (que tem contas secretas milionárias na Suíça) e Aécio Neves (citado em oito delações), têm muito a explicar. Além disso, mais da metade da comissão de impedimento (37 dos 65 integrantes) estão sendo investigados por corrupção. Um processo conduzido por essas pessoas contra uma presidenta que não é acusada em nenhuma investigação, é golpe.

A presidenta Dilma Rousseff foi eleita com mais de 54, 5 milhões de votos. Afastá-la sem que exista nenhum crime cometido não apenas é golpe como é um desrespeito com a maioria do eleitorado brasileiro. Um dos líderes desse movimento é o candidato derrotado em 2014, Aécio Neves. Ser derrotado em uma eleição é chato, mas faz parte da democracia. O Lula foi candidato quatro vezes até ser eleito, e nem por isso, nas vezes que perdeu tentou ser presidente no tapetão. Quem deseja ser presidente deve aguardar as eleições de 2018 e se candidatar. É assim que funciona na democracia. Caso contrário, é golpe.

Em 19964, golpe não, também, não tinha esse nome. Era chamado de “revolução”. É improvável que o governo seja derrubado com tanques na rua- apesar de vários opositores a presidenta Dilma pedirem isso. No entanto, existem outras formas de se desrespeitar a democracia e derrubar um governante, e é isso o que oposição, a mídia e setores do empresariado e do judiciário estão fazendo. Não há tanques, e pode usar o nome que quiser. Mas, na prática, é golpe.

Não se pode afastar um governo porque não se gosta dele, ou porque tem baixa popularidade. Numa democracia, a troca é pelo volto. Se não é golpe.

Se os canhões da mídia, do judiciário e do grande capital estão voltados contra apenas um partido, o interesse não é o bem público ou a moralização da política. O objetivo prejudicar e desmoralizar apenas esse partido para ganhar o poder no tapetão. Aí, não há como escamotear, é golpe.

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