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terça-feira, 25 de dezembro de 2012

PREFEITURA ABANDONA OBRA DO CANAL DO COHATRAC

Água foi desviada e empoçada nas margens da rua, podendo transbordar com as chuvas

Quando as chuvas começarem a cair, a situação dos moradores das marginais do Canal do Cohatrac vai ficar agravada com o abandono da obra de canalização do rio Gan Gan.

Logo após ser derrotado no segundo turno, o prefeito João Castelo (PSDB) abandonou a obra, deixando os moradores apreensivos.

Para concretar a calha do rio, a construtora teve de fazer um desvio no leito, emparedando a água nas margens da rua.

Os moradores estão apreensivos. “Aqui sempre alaga. E agora com o desvio do curso do rio e mais a obra abandonada, não sei como vai ser”, disse o proprietário de uma residência que não quis se identificar.

Trecho do canal concluído no rio Gan Gan
A obra foi orçada em quase R$ 13,5 milhões, com recursos do BNDES e Prefeitura de São Luís, para fazer a “canalização, retificação, requalificação urbana e paisagística do Canal do Cohatrac.”

O rio Gan Gan atravessa todo o conglomerado Cohab-Cohatrac e bairros adjacentes, estendendo-se à Estrada da Maioba.

Com o abandono da obra, centenas de moradores das margens do canal estão prejudicados. Além da ameaça de alagamentos, os moradores reclamam dos insetos e do odor provocado pela água empoçada.

As placas permanecem, mas a obra foi abandonada pela Prefeitura
O trabalho, segundo a placa da Prefeitura, deveria ter sido executado em 12 meses. O prazo esgotou e o problema ficou. Agora é aguardar o período chuvoso para ver o que vai acontecer.

EQUÍVOCOS

Nas cidades mais focadas em desenvolvimento sustentável evita-se a canalização dos rios. Os engenheiros e urbanistas trabalham em outra perspectiva - a recuperação das bacias hidrográficas.

São Luís ainda está distante de uma visão como essa. É quase um insulto falar em revitalização dos rios, onde a principal agente poluidora é a Companhia de Saneamento Ambiental (Caema), que joga os esgotos in natura nos mananciais.

A impermeabilização/concretagem da calha dos rios é uma solução  grosseira porque mata os leitos e a mata ciliar, além de dificultar a absorção da água das chuvas.

A concretagem é também o prenúncio de que o canal do rio será o esgoto da cidade.

Nos lugares desenvolvidos a prioridade é a recuperação dos mananciais e não a concretagem das calhas dos rios. Isso parece coisa de empreiteira para encarecer as obras e gerar divisas aos agenciadores.

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