Água foi desviada e empoçada nas margens da rua, podendo transbordar com as chuvas |
Quando as chuvas começarem a cair, a situação dos moradores
das marginais do Canal do Cohatrac vai ficar agravada com o abandono da obra de
canalização do rio Gan Gan.
Logo após ser derrotado no segundo turno, o prefeito João
Castelo (PSDB) abandonou a obra, deixando os moradores apreensivos.
Para concretar a calha do rio, a construtora teve
de fazer um desvio no leito, emparedando a água nas margens da rua.
Os moradores estão apreensivos. “Aqui sempre alaga. E agora
com o desvio do curso do rio e mais a obra abandonada, não sei como vai ser”,
disse o proprietário de uma residência que não quis se identificar.
Trecho do canal concluído no rio Gan Gan |
A obra foi orçada em quase R$ 13,5 milhões, com recursos do
BNDES e Prefeitura de São Luís, para fazer a “canalização, retificação, requalificação
urbana e paisagística do Canal do Cohatrac.”
O rio Gan Gan atravessa todo o conglomerado Cohab-Cohatrac e
bairros adjacentes, estendendo-se à Estrada da Maioba.
Com o abandono da obra, centenas de moradores das margens do
canal estão prejudicados. Além da ameaça de alagamentos, os moradores reclamam dos insetos e do odor provocado pela água
empoçada.
As placas permanecem, mas a obra foi abandonada pela Prefeitura |
O trabalho, segundo a placa da Prefeitura, deveria ter sido
executado em 12 meses. O prazo esgotou e o problema ficou. Agora é aguardar o período chuvoso para ver o que vai
acontecer.
EQUÍVOCOS
Nas cidades mais focadas em desenvolvimento sustentável evita-se a canalização dos rios. Os engenheiros e urbanistas trabalham em outra perspectiva - a recuperação das bacias hidrográficas.
São Luís ainda está distante de uma visão como essa. É quase um insulto falar em revitalização dos rios, onde a principal agente poluidora é a Companhia de Saneamento Ambiental (Caema), que joga os esgotos in natura nos mananciais.
A impermeabilização/concretagem da calha dos rios é uma solução grosseira porque mata os leitos e a mata ciliar, além de dificultar a absorção da água das chuvas.
A concretagem é também o prenúncio de que o canal do rio será o esgoto da cidade.
Nos lugares desenvolvidos a prioridade é a recuperação dos mananciais e não a concretagem das calhas dos rios. Isso parece coisa de empreiteira para encarecer as obras e gerar divisas aos agenciadores.
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