WO e Raimundo Monteiro: fazendo o jogo de Sarney em Coroatá também |
A Justiça Eleitoral precisa por uma lupa na prestação de
contas da prefeita eleita de Coroatá, Teresa Murad (PMDB), esposa do secretário
estadual de Saúde, Ricardo Murad (PMDB), cunhado da governadora Roseana Sarney
(PMDB).
Na prestação de contas de Teresa aparece uma doação de R$ 25
mil, feita pelo vice-governador Washington Oliveira (WO), que negou apoio ao
candidato do seu próprio partido, Domingos Alberto, petista histórico e
adversário da família Murad em Coroatá.
O vice-governador foi proibido por Ricardo Murad de por os
pés em Coroatá durante a campanha, mas o nome dele aparece como doador dos
adversários do PT.
WO negou a doação, apresentando um extrato bancário no qual
não aparece transferência em favor da conta de Teresa Murad.
Se o próprio WO nega a doação, há duas hipóteses: ou a
prestação de contas da prefeita eleita está errada ou o extrato bancário foi
fraudado.
O assunto agora é com o TRE.
No plano partidário, o PT de Coroatá é um pote até aqui de
mágoas com o vice-governador. Domingos Alberto sempre manteve, na medida do
possível, um alinhamento eleitoral a WO em outros pleitos.
Mas, em 2012, Alberto sentiu o peso da traição.
Os números das eleições anteriores comprovam. Em 2006, WO
teve a maior votação de todos os tempos para deputado federal em Coroatá, com
7.798 votos, superando Sarney Filho (PV).
Parte dessa votação estrondosa foi conseqüência dos
investimentos do Incra no município, à época pilotado por Raimundo Monteiro,
fiel escudeiro de WO.
A outra parte veio do empenho, do
engajamento e da determinação de Domingos Alberto e do prefeito Luiz da
Amovelar, reeleito em 2008. Alberto foi vice de Amovelar por dois mandatos.
O plano de Amovelar em 2012 era fazer Domingos Alberto
prefeito, mas ambos sofreram um golpe traiçoeiro de WO, que, além de não apoiar
o PT, foi exposto como doador da candidata Teresa Murad.
Só a título de comparação: no pleito de deputado federal em
2002, WO teve 693 votos em Coroatá, subindo para 7.798 em 2006, graças ao apoio
inestimável do então prefeito Amovelar e do vice Domingos
Alberto.
A traição de Coroatá espalhou-se por quase todo o Maranhão.
Os candidatos a prefeito, vice-prefeito e vereadores do PT ficaram abandonados
à própria sorte, enquanto WO perambulava pelas ruas de São Luís mendigando
votos na desastrada candidatura de prefeito.
O PMDB, tido como aliado do PT no governo Roseana Sarney,
fez o que pode e não pode para atrapalhar os correligionários petistas. Tudo em
acordo com o vice-governador Washington Oliveira.
Traidor do próprio partido, WO age não como um petista a
serviço da oligarquia Sarney, mas como um agente de José Sarney que opera
contra os interesses do PT no Maranhão.
As bases petistas estão aguardando o PED (Processo de Eleição
Direta) de 2013 para dar o troco.
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