Durante várias gestões, o DCE vinha
sendo controlado por segmentos conservadores, atrelados à reitoria, sem
qualquer compromisso com a organização e os direitos dos estudantes.
Da chapa
vencedora participam várias pessoas de diferentes matizes ideológicos, sem uma
formatação partidária definida, dando um perfil plural à nova gestão que vai
iniciar a reconstrução do movimento estudantil.
O grupo que
assumirá o DCE conseguiu derrotar duas chapas da situação ligadas direta ou
indiretamente aos interesses da administração da UFMA.
Um novo DCE fará
bem à Universidade, retomando o exercício do contraditório como benefício à
democracia.
O movimento
estudantil atrelado à reitoria havia transformado a UFMA em um cemitério político,
onde reinava a paz dos mortos de utopias, a falência da controvérsia e o extermínio
da rebeldia, prevalecendo um pensamento único infértil para o ambiente
universitário.
A chapa
vencedora prega a luta pela participação estudantil, contra o autoritarismo na
Universidade e pela reorganização das lutas estudantis nos âmbitos social,
ambiental e cultural.
Os novos
dirigentes do DCE pleiteiam também melhorias nos laboratórios de pesquisa e na
moradia estudantil, extensivas ao atendimento no restaurante universitário –
inclusive com a criação do RU nas unidades do continente.
Prometem ir à
luta por transporte digno, pontual, seguro e com preço justo para todos os
estudantes.
Defendem a ampliação
do sinal de Internet em todos os campi para atendimento ao público acadêmico,
implantação de bibliotecas com melhoria no acervo, creche nos campi para os
filhos de estudantes, professores e funcionários, entre outras reivindicações.
No âmbito
nacional, a chapa eleita defende a democratização das ações educacionais do
país e a implantação de 10% do PIB para a educação.
NÚMEROS DA ELEIÇÃO
A chapa
vitoriosa obteve 1.735 votos (47,5% dos votos válidos) contra 1.385 votos da
chapa do segundo lugar e 674 votos da terceira colocada.
A chapa “Ninguém
Pode Nos Calar” foi vitoriosa nos campi de São Luís, Chapadinha, Codó e
Pinheiro, obtendo 100 % dos votos na urna dos estudantes de pós-graduação.
A terceira
colocada obteve a maioria dos votos no campus de Bacabal e a segunda nos campi
de Imperatriz, Grajaú e São Bernardo.
DOCENTES
O movimento
estudantil revitalizado soma forças à combativa Associação dos Professores
(Apruma), seção sindical do Andes – Sindicato Nacional, que tem feito um bom
trabalho de reagrupamento dos docentes.
Além disso, a
Apruma vem atuando de forma consistente na cobrança de uma gestão transparente
e democrática na UFMA, denunciando a falta de diálogo da reitoria em questões
graves como a intervenção no Colégio Universitário (Colun) e na implantação da
Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) na gestão do Hospital
Universitário.
Na interpretação
da Apruma, a EBSERH vai privatizar os hospitais universitários, indo de
encontro às bandeiras da saúde pública de qualidade, da concepção dos hospitais
universitários como unidade acadêmica e da própria autonomia universitária.
DCE e Apruma,
cada qual com as suas singularidades, somam na luta pela Universidade pública,
democrática e semeada no terreno fértil das contradições.
A UFMA deve ficar bem
mais interessante daqui pra frente.
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