Jornalismo com artigos, reportagens, crônicas e notas sobre temas locais, nacionais e internacionais. Resenhas, dicas e outros toques...
sábado, 31 de janeiro de 2009
LIXO E ESGOTOS NO COHATRAC: 4ª PARTE
sexta-feira, 30 de janeiro de 2009
PT VAI MARCHAR COM TIÃO VIANA, DIZ LIDERANÇA DO SENADO
"A candidatura do senador Tião Viana a presidente do Senado está mantida e tem o apoio da bancada do PT, que com ele seguirá até a votação do dia 2, no plenário da Casa.
A discussão sobre cargos não é compartilhada pela bancada petista, na medida em que, tanto o Regimento Interno quanto a tradição da Casa asseguram a devida proporcionalidade na sua distribuição.
É importante lembrar que assim aconteceu na eleição do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) a presidente do Senado na disputa com o senador José Agripino (DEM-RN).
Os senadores petistas têm consciência das pressões para distribuição de cargos na Mesa Diretora e nas comissões do Senado, mas repudiam negociação desses cargos em troca da desistência de sua candidatura.
A divulgação de informações sobre este assunto na imprensa faz parte de um jogo de bastidores para desestabilizar o apoio acertado por senadores de diversos partidos, inclusive da oposição e do próprio PMDB.
A candidatura do senador Tião Viana aponta para os mais altos desígnios do Congresso Nacional, no sentido de reafirmar os valores constitucionais e republicanos de independência e dignidade do exercício parlamentar.
Sua candidatura visa ao enfrentamento dos dilemas do Senado diante da assunção de suas funções tanto pelo Poder Executivo quanto pelo Poder Judiciário, para garantir o equilíbrio entre os Três Poderes.
Senadora Ideli Salvatti
Líder do PT
Esta nota está disponível no site da Liderança do PT no Senado: www.senado.gov.br/lidpt
quinta-feira, 29 de janeiro de 2009
JOSÉ COSTA TOMA POSSE COMO REITOR DO IFMA
O Ministério da Educação empossou hoje os 38 reitores dos institutos federais de todo o Brasil.
Além das unidades de São Luís e Imperatriz, o IFMA já está funcionando também nos campi do Maracanã e Centro Histórico e nas cidades de Alcântara, Açailândia, Buriticupu, Codó, Santa Inês e Zé Doca.
Já estão licitadas as obras para construção das instalações do instituto em Bacabal, Barra do Corda, Barreirinhas, Buriticupu, Caxias, Pinheiro, Santa Inês, São João dos Patos, São Raimundo das Mangabeiras e Timon.
Segundo o reitor, os novos campi devem entrar em funcionamento até o final de 2009. As obras terão um custo médio de R$ 5 milhões cada, gerando de imediato, através de concurso público, empregos para 50 técnicos do setor administrativo e 60 professores.
Da fase de construção até a operação cada campi está projetado para gerar 990 empregos em média, com vagas para 1200 novos alunos.
“A nossa posse ocorre em um momento especial, quando estamos comemorando em 2009 o centenário da rede federal de educação tecnológica. No Maranhão, durante quase 100 anos, só havia duas escolas de formação técnica. Hoje somente o IFMA terá 18 campi”, comemora José Costa.
Ex-aluno da antiga Escola Técnica, diretor do CEFET, mestre em Educação pela UFMA, José Costa tem vasto trânsito no Ministério da Educação. Ele destaca o mérito da política educacional do governo federal, ao implantar uma rede estratégica de formação profissional para o desenvolvimento do Brasil.
Os cursos estão sendo implantados de acordo com a vocação econômica de cada região. A população participa, através de audiências públicas, da definição dos arranjos produtivos locais. Costa destaca, nesse aspecto, a metodologia participativa implantada pelo Ministério da Educação.
Em Caxias, por exemplo, os cursos estão voltados para os setores de biocombustível e agroindústria. No município de Zé Doca as áreas são de análises químicas, alimentos e saneamento ambiental. Em Barreirinhas o IFMA vai priorizar turismo, artesanato e pesca. A área de informática está pulverizada em todos os cursos.
“O Brasil está dando um salto de qualidade na sua estratégia de desenvolvimento e o Maranhão tem muito a ganhar com os investimentos do governo federal em diversas áreas, especialmente na formação profissional. É um trabalho de médio e longo prazo, mas já estamos plantando a semente de uma realidade promissora para as novas gerações”, avaliou o reitor José Costa.
MARANHÃO TERÁ O SEGUNDO MAIOR INSTITUTO FEDERAL DE FORMAÇÃO TECNOLÓGICA
Os IFETs surgem incorporando os antigos CEFETs, as Escolas Agrotécnicas e escolas técnicas das universidades federais.
No Maranhão o primeiro reitor do IFET é o professor José Ferreira Costa. Ele vai comandar o segundo maior instituto do Brasil, com 18 campi implantados em regiões estratégicas do estado.
Assista ao vídeo da posse clicando no site: http://portal.mec.gov.br/index.php
Ainda hoje o blogue dá mais detalhes sobre o IFET no Maranhão.
quarta-feira, 28 de janeiro de 2009
O AVISO DO ESPÍRITO SANTO
No Espírito Santo esses semi-deuses do Judiciário, considerados intocáveis, foram parar na cadeia.
Um dia desses aqueles homens de preto da Polícia Federal põem as algemas nos togados corruptos do Maranhão.
Outro caso que precisa ser investigado é a construção do novo prédio da Assembléia Legislativa, já estimada em R$ 100 milhões.
Já já a PF baixa aqui. Na avenida Pedro II e na Estação do Rangedor.
terça-feira, 27 de janeiro de 2009
JORNALISTAS DIVERGEM SOBRE O FÓRUM SOCIAL MUNDIAL
No mesmo dia o jornalista Marco d’Eça, do Sistema Mirante, postou em seu blog o texto “JACKSON LAGO NO FÓRUM CERTO”.
Os dois artigos estão disponíveis abaixo e divergem na essência sobre o Fórum Social Mundial (FSM) e o papel da esquerda.
Marco D’Eça, no intuito de desqualificar a presença do governador maranhense no FSM, acaba fazendo um soneto desconcertado sobre o sentido da conjuntura mundial.
“O evento, promovido por debilóides utópicos internacionais que ainda acreditam nas baboseiras de Karl Marx e acham que Che Guevara virou santo e faz milagres, é uma tentativa de contraponto ao Fórum Econômico Mundial, que reúne as nações mais ricas e desenvolvidas do mundo”, analisa o blogueiro do imirante.
Diz ainda que os tipos alternativos reúnem-se para “discutir o nada”. Sugere ser o fórum o local mais apropriado para Jackson Lago, a quem classifica de “ultrapassado, incompetente e corrupto.”
“O Fórum Social Mundial é só um lugar para porras-loucas. Só isso. Jackson Lago no poder é o símbolo do que representam as idéias do Fórum Social Mundial...”, finaliza D’Eça.
A interpretação do respeitado jornalista exagera na dose. É como se o FSM fosse um festival de Woodstock engajado ou um piquenique dos movimentos sociais.
Não é isso. O fórum é um importante espaço de debates e proposição diante do complexo cenário econômico e social do mundo.
As idéias de Marx, Lênin, Guevara etc alimentaram e ainda servem de inspiração para os sonhos de muita gente.
Militantes de esquerda (organizados em sindicatos, movimentos populares e partidos) ajudaram muito a conquistar a redemocratização do Brasil, as eleições diretas, a liberdade de manifestação do pensamento e expressão.
Hoje comemoramos 25 anos do primeiro grande comício das Diretas Já, na praça da Sé, em São Paulo, que motivou a reestruturação democrática do nosso país.
Mas antes desse acontecimento muita gente foi torturada e morreu. Pessoas idealistas deram a vida para que nós, hoje, possamos debater livremente as nossas idéias.
Se ainda vivêssemos em uma ditadura militar, sustentada pela direita liberal, dificilmente Ed Wilson e Marco D’Eça estariam debatendo com tanto fervor suas interpretações sobre o FSM.
Não há nada de “debilóide” nem “baboseira” acreditar em um outro mundo fora da lógica do mercado demiúrgico.
É o sonho ianque de prosperidade capitalista que naufragou e busca no Estado a sua bóia de salvação.
Há muita baboseira e miséria nas terras do Tio Sam, onde as promessas de uma vida segura desmancharam no ar como a bolha de sabão da crise imobiliária.
O mundo não pode ficar submisso aos interesses internacionalistas do capital predatório, como se essa fosse a única e inabalável forma de sociabilidade.
Dá gosto ver novas e antigas gerações pensando e fazendo um mundo melhor.
É esse o recado do Fórum Social Mundial.
Vida longa aos sonhadores, libertários e revolucionários. E aos capitalistas também.
Vamos celebrar com o poema de Maiakóvski:
E ENTÃO, QUE QUEREIS?
Não estamos alegres,
JACKSON NO FÓRUM ERRADO (TEXTO DE ED WILSON)
JACKSON LAGO NO FÓRUM CERTO (TEXTO DE MARCO D'EÇA)
por Marco D'Eca
Segundo contam os esquerdóides maranhenses, o governador sub judice Jackson Lago (PDT) deve participar do Fórum Social Mundial, que este ano ocorrerá em Belém (PA).
O Fórum Social Mundial é só um luigar para porras-loucas. Só isso.
segunda-feira, 26 de janeiro de 2009
"CAMPANHA" INCLUI BLOGUEIRO SEM CONSULTA
Pretendem ainda deflagrar uma campanha intitulada "Quem conhece Sarney somos nós, Maranhenses", informa o JP. Fiquei surpreso ao ler a matéria ontem e ver meu nome incluído na lista dos articuladores do café e da campanha.
Nunca fui consultado ou comunicado sobre o teor das referidas iniciativas. Defendo a candidatura de Tião Viana, mas não endosso campanhas meramente retóricas sobre o anti-sarneísmo.
Por sinal, faz muito sentido que Edson Vidigal e José Reinaldo Tavares estejam entre os articuladores do colóquio "Quem conhece Sarney somos nós, Maranhenses". Eles entendem do riscado...
Veja a matéria do Jornal Pequeno
Blogueiros organizam café da manhã em apoio a Tião Viana
JORNAL PEQUENO
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Os blogueiros do Jornal Pequeno (www. jornalpequeno. com.br), Robert Lobato, John Cutrim e Ricardo Santos, além de outros blogueiros companheiros como Eri Castro, Franklin Douglas, José Reinaldo Tavares, Ed Wilson, Edson Vidigal, Anselmo Raposo e demais, solicitam apoio daqueles que compartilham do entendimento de que a candidatura do senador Tião Viana (PT/AC) é a única que atende aos princípios republicanos e democráticos para qualificar as ações do Senado Federal.
Nesse sentido, estão sendo mobilizados todos que comungam dessa idéia para um café (bate-papo) da manhã na próxima terça-feira, às 8h no Hotel Abbeville, localizado na Avenida Castelo Branco, 500, bairro São Francisco.
Essa é a idéia básica, a princípio, que está sujeita a sugestões que possam melhorá-la e enriquecê-la no sentido de transformar o 'café da manhã' num ato político de apoio a Tião Viana e "contra as chantagens e ameaças de Zé Sarney, uma ameaça iminente aos interesses do Maranhão caso "tome'' a presidência do Senado, diga-se de passagem sem o apoio do presidente Lula o qual preza pela alternância democrática de poder nas duas casas - PT (Senado) e PMDB (Câmara).
No evento, será lançada a campanha "Quem conhece Sarney somos nós, Maranhenses".
sexta-feira, 23 de janeiro de 2009
JACKSON NO FÓRUM ERRADO
Alternativos, "ripongas", ongueiros e esquerdistas de todos os tipos circulam pela cidade e começam a montar os acampamentos.
O FSM é um grande encontro de organizações da sociedade civil para debater e propor alternativas ao mundo globalizado e liberal.
Surgiu como trincheira política e ideológica contra o Fórum de Davos, a reunião de cúpula dos países desenvolvidos que mandam na economia internacional.
Os presidentes Lula e Chávez vão participar do FSM.
É anunciada também a presença do governador do Maranhão, Jackson Lago (PDT), em cuja administração quem manda é o PSDB.
Lago apoiou e elegeu dois prefeitos tucanos em São Luís e Imperatriz, os maiores colégios eleitorais do Maranhão.
É muito provável que a máquina tucano-pedetista apóie a candidatura de José Serra (PSDB) à presidência da República em 2010.
Um governo assim ficaria bem acolhido mesmo era em Davos.
quinta-feira, 22 de janeiro de 2009
O PMDB DE VÁRIAS CABEÇAS
É uma federação de interesses comandada por caciques, entre eles José Sarney. Mas o cenário daqui para a frente pode ser diferente.
Se o PMDB controlar a Câmara e o Senado vai criar uma situação perigosa para a sucessão de Lula em 2010.
Serra já está acertando os ponteiros dentro do PSDB. Acomodou Geraldo Alckmin no governo e apara as arestas com seu adversário interno Aécio Neves.
Os tucanos caminham para a unidade em 2010. Se arrastarem o apoio do PMDB vão ficar muito fortes.
Sarney na presidência do Senado é o maior fator de risco. Caso ele perceba que Serra tem mais chances, fecha com os tucanos e abandona Lula/Dilma.
O PT deve insistir na candidatura de Tião Viana para a presidência do Senado.
NÓ IDEOLÓGICO
Como todo começo de ano, começamos 2009 cheios de esperanças. Em se tratando de um ano em que os administradores públicos mais próximos da população iniciam mandatos, mais ainda. Depositamos nos novos prefeitos, via de regra, as expectativas de melhores condições de vida para nós e para os demais cidadãos.
O quadro político que se instalou no Maranhão indica, entretanto, que devemos ter mais dúvidas do que certezas, pelo menos ao se tentar compreender, sob a ótica da ideologia, as relações que construíram o cenário que está por vir.
A despeito da intenção - cada vez mais ideológica - de querer-se afastar a ideologia do nosso dia-a-dia, isso parece impossível.
No Maranhão temos um governador de discurso e história ligados a um partido de esquerda. Na presidência da República também. No Maranhão temos um ex-presidente historicamente ligado à ditadura e aos partidos de direita; e nas principais cidades do estado tivemos candidaturas de perfil mais à esquerda e mais à direita. São Luís e Imperatriz colocaram candidaturas de cariz ideológico bem definido para a avaliação dos eleitores.
Qual quadro deveríamos esperar dessa conjuntura? Simples: o presidente apóia o governador e, juntos, apóiam os candidatos de esquerda (ou da esquerda, pois nem sempre um candidato de partido de esquerda é ideologicamente de esquerda).
O cenário indica, ao contrário, um nó ideológico poucas vezes visto por aqui.
O presidente não apoiou o governador na sua candidatura, preferindo aliar-se à tão mal-falada oligarquia do estado e aos que apoiaram a ditadura. O governador não apoiou os candidatos da esquerda em Imperatriz e São Luís, preferindo alojar-se no ninho daqueles que têm uma prática política muito diferente da que ele defende publicamente.
Ou seja: quando no poder, o partido dos candidatos apoiados pelo governador encaminhou tacanhamente a reforma agrária, privatizou bens públicos e apostou no "mercado" como o salvador político-econômico do país, em detrimento dos investimentos de cunho social.
Ao contrário, pelo menos em São Luís, os representantes da ex-oligarquia quiseram aproximar-se da candidatura mais à esquerda e foram contrários à candidatura de direita, de cujo governo (federal) participaram ativamente em passado recente.
Na tentativa de conseguir retirar o governador do cargo, os derrotados entraram com ação na justiça eleitoral. Diante da situação, houve manifestações favoráveis à permanência do governador. Quem está á frente delas publicamente? Os amigos à direita do governador? Não. Movimentos de trabalhadores, inclusive rurais, que sempre tiveram um discurso de esquerda.
Concluamos: quem puxou as manifestações a favor do governador de esquerda, que não foi apoiado pelo presidente de esquerda e que apoiou candidatos de direita, foram os movimentos de esquerda, mesmo diante da clara posição dos partidos de direita em relação à reforma agrária e às políticas sociais.
É mais que um nó. É um emaranhado ideológico.
Isso não muda as alvíssaras aos novos prefeitos, mas expõe uma prática que há muito deveria ser excluída da política. A que afirma que "eu não voto em partido (e na sua ideologia), mas no candidato".
* Guto Couto (jornalista e professor)
terça-feira, 20 de janeiro de 2009
MOVIMENTOS DENUNCIAM A VALE NO FÓRUM SOCIAL MUNDIAL
domingo, 18 de janeiro de 2009
JUDICIÁRIO: O MAIS POLÍTICO DOS PODERES
Os institutos de pesquisa e os operadores do Direito são ferramentas indispensáveis na disputa política contemporânea.
Marqueteiros, advogados, promotores e juízes regem a indústria eleitoral. Quase nada se faz em uma campanha sem ouvi-los.
Com o campo da política tomado pelos mercadores de votos, é crescente a contestação dos resultados eleitorais. Na maioria das vezes por “captação ilícita de sufrágios.”
No Maranhão, nas duas últimas eleições para governador – em 2002 e 2006 – os derrotados pleitearam na Justiça a cassação dos mandatos dos vencedores.
Em 2002, o candidato a governador (derrotado) Jackson Lago (PDT) comandou uma campanha para cassar o mandato do eleito José Reinaldo Tavares (PFL), bancado pelo grupo Sarney.
Já em 2006 o grupo Sarney moveu uma ação para cassar o diploma do governador eleito Jackson Lago, agora com o apoio do ex-sarneísta José Reinaldo.
Em ambos os casos a motivação é a mesma: corrupção eleitoral.
Antes, durante e depois das eleições, os juízes e desembargadores contam muito nas sentenças.
O Judiciário não só supre o Legislativo como toma decisões cada vez mais influentes na arena político-partidária, a exemplo da verticalização das coligações, fidelidade partidária, decisões sobre viabilidade de candidaturas e possíveis cassações de mandatos.
É nesse ambiente que o Judiciário torna-se cada vez mais “poderoso”. Trata-se de um precedente perigoso, pois instituem-se, para o campo da política, regras decisórias que atropelam as instâncias de debate, de contraposição de forças e de programas ideológicos próprios do espectro partidário.
À proporção que o Judiciário avança sobre as decisões partidárias, confirma-se a hipótese da degeneração dos partidos políticos brasileiros e fragilidade da democracia.
A maioria das organizações perdeu a perspectiva de projeto ideológico, deixando-se tomar pelo pragmatismo do poder.
Desconfigurados, fragilizados e transformados em ramificações do mercado dentro do Parlamento – onde são operados os negócios – os partidos estão transformando-se em franquias ou meras formalidades cartoriais.
O mercador de votos, para não ser incomodado no futuro, compra também o juiz. Age no varejo e no atacado.
Até mesmo partidos como o PT, originários da tradição marxista-leninista, coroados com a formulação gramsciana do Príncipe moderno, perdeu-se nos atrativos jogos do mercado eleitoreiro.
A política do capital está quase matando o capital político. Nesse contexto, a maioria dos partidos fica vulnerável a esse que se torna o mais político dos poderes – o Judiciário.
É corrente entre os operadores do Direito a seguinte tirada: “os juízes pensam que são Deus; os desembargadores, têm certeza.”
A idéia da divindade está presente em muitos capítulos da construção do animal político.
Nas acepções platônica e aristotélica da pólis, guardadas as devidas especificidades, a cidade justa é governada pelos sábios (legisladores).
Os romanos alimentam-se destas fontes da política e elaboram a figura do príncipe virtuoso centrado no imperador.
No Cristianismo, as tradições romana e hebraica ajudaram a formular a teocracia política, na qual todo o poder vem de Deus. Está em Provérbios: “Por mim reinam os reis e os príncipes governam.”
É com Maquiavel e “O Príncipe” que o campo da política começa a ser separado da religião, difundindo a cisão entre a Cidade de Deus e a Cidade dos Homens.
Assim, a comunidade política emerge dos escombros da teocracia greco-romana e medieval.
No Maranhão quase medievo, as decisões sobre as coisas dos homens estão nas mãos de muitos que pensam que são Deus. E também daqueles que têm certeza da divindade.
Assim, os mercadores de votos que não consultaram o povo vão agora ouvir os tribunais. Ocorre, porém, que o próprio aparelho judicial está politizado demais.
Há tempos comenta-se nos bastidores políticos da maranhensidade a postura venal de certos juízes. Agora, é o decano do Tribunal de Justiça, desembargador Bayma Araújo, que fala abertamente em venda de sentenças nos subterrâneos do TJ.
As notícias veiculadas recentemente nos jornais locais sobre a suposta comercialização de sentença para beneficiar um prefeito, se verdadeira, significa a desmoralização do Tribunal Regional Eleitoral (TRE).
Esses fatos, se comprovados, colocam em risco a segurança judiciária no Maranhão. Somada à insegurança administrativa, vivemos em um estágio pré-político. Algo só parecido com o vitorinismo.
Ora, se os juízes atropelam suas próprias regras, quem haverá de respeitar os magistrados? Nem mesmo o governador Jackson Lago e seus asseclas, que instigam a desobediência às ordens judiciais.
Há uma fila de prefeitos e adversários batendo à porta dos tribunais. O governador aguarda julgamento no TSE. Sete Varas do Tribunal de Justiça estão sob Correição. O decano do TJ é um homem-bomba...
Com tantas decisões judiciais interferindo no campo partidário, vamos torcer para que os poderes não fiquem tão vulneráveis a ponto de perder o juízo.
E neste cenário complexo, torçamos ainda para que Deus, os semi-deuses e os mortais saibam conduzir a política no seu sentido mais pleno: o da ética e da democracia.
sábado, 17 de janeiro de 2009
O SOM CAFUZO DA ILHA DO AMOR
sexta-feira, 16 de janeiro de 2009
SÃO LUÍS SEDIA LABORATÓRIO DE MÍDIAS LIVRES
No período de
O laboratório vai reunir comunicadores populares, professores, estudantes e profissionais de Comunicação, artistas, produtores culturais e ativistas de vários setores para trocar experiências e formular propostas sobre a democratização da Comunicação.
Toda a programação será realizada nos ambientes do Centro Histórico de São Luís, ocupando os teatros, auditórios, ruas e praças da Praia Grande.
Haverá conferências com grandes nomes nacionais e internacionais, debates, mesas redondas, oficinas, shows, intervenções urbanas e principalmente a experimentação de diferentes linguagens culturais e comunicativas.
A criação do laboratório é uma iniciativa de jornalistas de vários países que vão participar do Fórum Social Mundial (FSM), que será realizado de 27 de janeiro a 1º de fevereiro de 2009, em Belém.
O laboratório é um encontro prévio para sistematizar idéias e propostas que serão levadas ao FSM, mas uma das metas é criar um laboratório permanente de mídias livres no Maranhão.
A expectativa da organização do evento é de que mais de 800 pessoas participem do evento
As inscrições podem ser feitas por e_mail: inscrição@laboratorio demidiaslivres.org
Mais informes no saite: www.laboratoriodemidiaslivres.org
Contatos:
(98) 8112-5366: Celso Serrão
(98) 8875-2196: Luana Camargo
(98) 8867 1528: Danielle Moreira
quinta-feira, 15 de janeiro de 2009
NO SENADO, PT VAI DE TIÃO VIANA
terça-feira, 13 de janeiro de 2009
3ª VIA: FLAVIO DINO GOVERNADOR, BIRA SENADOR
Petistas e comunistas têm lastro eleitoral confirmado na votação de Bira do Pindaré para senador em 2006 e na vitória política da candidatura de Flavio Dino a prefeito, em 2008.
Pindaré (PT) obteve mais de 500 mil votos ao Senado e Dino chegou a 44% dos votos em São Luís, contra toda a máquina do Governo do Estado operando a candidatura do tucano João Castelo.
Mais que um lastro eleitoral, essas candidaturas podem representar uma renovação ideológica no espectro político do Maranhão.
Para isso, é preciso coragem e ousadia. É necessário romper com as práticas oligárquicas do sarneísmo e do jackismo.
O discurso do novo não pode ficar diluído na faixa etária. Novidade no Maranhão é o rompimento com a antiga e a nova oligarquia.
Elas estão esgotadas. O Maranhão transformou-se em uma espécie de “império romano” em decadência.
O governo está dissociado do povo e mergulhado em corrupção. O Judiciário em profunda crise ética. O legislativo preso ao clientelismo. Vive-se hoje um típico coronelismo.
O PT e o PC do B precisam ousar na formulação de novo. O mais importante, além da disputa eleitoral, é a construção de um programa de desenvolvimento para o Maranhão, afinado com as diretrizes implantadas pelo Governo Lula a partir de 2002.
As condições históricas estão dadas. Partiremos em 2010 para uma disputa decisiva, tendo o desafio de mais uma vez derrotar a extrema direita representada pela coligação demo-tucana.
O palanque do Governo do Estado será do PSDB. Jackson Lago (PDT) fez a opção pelo atraso. E o grupo Sarney, fora da máquina do Estado, não terá condições muito favoráveis para disputar a eleição.
Resta ao campo da esquerda assumir seu papel, distinguir-se diante dessa dicotomia e apresentar uma alternativa programática e ideológica de poder no Maranhão.
O PT não pode mais funcionar com sublegenda do consórcio tucano-pedetista. O PC do B precisa assumir uma postura mais clara e arrojada em relação ao governo Jackson.
Essa é a nossa tarefa urgente.
segunda-feira, 12 de janeiro de 2009
BOCA DE LOBO
domingo, 11 de janeiro de 2009
CASAL ASSALTADO DESABAFA EM PROSA E VERSO
Sete homens armados entraram em uma loja e levaram vários objetos dos clientes. Ninguém ficou ferido. Além de não reaver os pertences, o casal Martins e Lima não conseguiu registrar sequer um boletim de ocorrência.
A Polícia Civil, também vítima de um tipo de violência (a salarial), está em greve.
Veja abaixo o desabafo.
O MEU BOLETIM DE OCORRÊNCIA (BO)
Hoje, 09/01/09, fui assaltada.
Eu, meu marido e dezenas de clientes e funcionários de uma rede de lojas de departamento do Maranhão (Gabriela).
Sete "homens" muito bem armados ou abastecidos de armas.
O que eu pude ver, com duas em uma só mão.
Atentaram contra a vida de um "monte" de gente sem nenhum valor!
Humilhados, nervosos, orando, chorando e se arrastando. Idosos, crianças, grávidas. Ainda não me apareceu ninguém dos Direitos Humanos.
Depois da degradação, a peregrinação. Os policiais, chegaram depois.
Lembro de um numa posição muito sintomática: braços cruzados, olhar sisudo, não deu uma palavra.
A despeito de ter um "monte" de gente nervosa e chorosa.
O BO não é com eles, é com a Civil, que está de greve!!! Porque o Gov não cumpriu o acordo que fez com eles.
Pra que serve mesmo um BO?
Não inventaram nenhum outro documento pra esse contexto! Genial! Só tem ou só pode o BO.
Todas as nossas queixas procedem! Mas ali não sai BO! Ooooh!15 minutos depois, o carro do gerente que os assaltantes levaram já está de volta! Denota boa comunicação!
Não sei de quem com quem!? O policial que nos acompanha até o carro diz que "tá tudo jogado", "a culpa é do Governador".
Disse que eles não têm nem colete à prova de bala. No plantão pro BO, longe dali, o Agente: o "sistema caiu"! "Só amanhã"!
"Não há nenhuma alternativa a um sistema caído?" Voltar amanhã! "A culpa não é nossa"; é do SISTEMA DE SEGURANÇA que decide que BO só pelo sistema!!!
Se a queixa chegar no Governador, de quem mesmo será a culpa? Ao contrário de um amigo que teve recentemente sua casa invadida, não recorri a nenhum dos telefones de autoridades que tenho. E são muitos!
Só queria que o SISTEMA tivesse funcionando, pra não ter que recorrer a nenhuma pessoa física.
Pra não me sentir usurpada moral, cívica e psicologicamente, recorro a você fazer circular o meu BO. Pra não perder as esperanças de construir sociedades mais justas.
Luzenice M. Martins (bióloga, servidora pública do Estado do Maranhão)
O BO DO MEU MARIDO
"CELEBRIDADES E QUADRILHAS"
Estado inerte, sem competência, nomeia o crime de organizado
Sistema burgo, decadente, politiqueiro e aliciado
A imprensa manipulada, maquiada e muquirana
Caçadores de recompensas, usurpadores da lei
Bandoleiros de judas
A mídia traz as celebridades
A mídia traz as celebridades
Polícia bandido
Bandido polícia
Com raras exceções
O resto é quadrilha
A qualquer momento, uma dura
Encosta o carro, mão no capô, documento
Tu tá em cana, tu tá ferrado
Libera um qualquer, senão tá autuado
A qualquer hora, um esculacho
Assalto, passa a grana, o relógio, cidadão desinformado
Tu tá no rodo, tu tá "robado"
Se vacilar, é um abraço.
Luis Lima (compositor e comerciante no Estado do Maranhão)
sábado, 10 de janeiro de 2009
LIXO E ESGOTOS NO COHATRAC: 4ª PARTE
quinta-feira, 8 de janeiro de 2009
O MODO CASTELISTA DE AGRADECER
Paulo Romão Meireles Neto *
Um grande governo se notabiliza pelos seus feitos e, sobretudo, pelos seus efeitos. Ante a isso, ninguém duvida que o prefeito de São Luís, o tucano João Castelo, começou a fazer uma gestão de muitos efeitos.
Não uma "Nova Era", como apregoam os cassa-cargos-bajuladores que o cercam, mas uma administração tão corrupta que fará inveja aos melhores anos da oligarquia do PDT à frente do município.
Pois bem, isso não é rogar praga e nem roubar a cereja do bolo de ninguém, mas um dos primeiros erros do governo tucano na ilha foi a escolha de um secretariado técnico-fisiológico-bajulador, não necessariamente nessa ordem, muito aparecido com aquele montado pelo governador Jackson Lago, quando do loteamento dos cargos entre aliados históricos e financiadores de sua campanha em 2006, quando uma decadente oligarquia Sarney passa o cetro do poder para uma então vívida oligarquia municipal comandada pelo médico Jackson, político periférico dos Sarney.
Mas voltando ao assunto principal, no secretariado empossado tem muita gente boa, mas também tem gente que não se sabe bem qual o critério adotado na escolha, haja vista que alguns não se encaixam nem na categoria de técnicos-fisiológicos, nem de bajuladores oficiais do pretenso prefeito.
Mas algo não se pode negar nesse secretariado: todos têm a "ixpiriência" que Castelo tanto valoriza. Seja a de saquear os cofres públicos em situações e tempos não muitos distantes, seja a de ter ganhado a vida à sombra palaciana dos diferentes governos que se sucederam sob a tutela do Senador José Sarney.
O importante mesmo é que cada um carrega a "ixpiriência" necessária para fazer do governo João Castelo a "ixpiriência" mais mal sucedida da recente história de redemocratização.
Isso não é um cânone. Posso estar enganado, mas os primeiros atos de governo demonstram bem o que se avizinha. Em recente visita ao conjunto Maiobão, não pude deixar de ver em minha passagem pela Estrada de Ribamar, o quão diferente está o visual da Qumicanorte, de propriedade de João Castelo, adquirida nos "gloriosos" anos em que ele operava a política suja da ditadura militar no Maranhão.
De uma velha fábrica endividada e abandonada durante longos anos (coincidentemente os mesmo anos em que ele esteve fora de cargos do executivo), a Quimicanorte foi lembrada exatamente quando o seu dono consegue de encastelar no antigo palácio de Tadeu.
Capina, alguma pintura, gente circulando. Parece que a velha fábrica voltará a viver anos gloriosos. Caso persista a dúvida, recomendo que o arguto leitor dê uma passadela em frente à referida fábrica e a constatação lhe será óbvia.
O nosso prefeito tem uma outra particularidade que sempre gosta de acentuar. Além de sua comprovada e advogada "ixpiriência", ele diz um homem não rancoroso, que não persegue inimigos da política. Entretanto, não é bem isso que tem acontecido.
Na Vila Cascavel, onde Castelo teve muitos cabos eleitorais, tem uma escola chamada Dom José Delgado que foi construída na gestão de Tadeu Palácio e onde funciona uma Cozinha Industrial Comunitária do Programa SESI Cozinha Brasil.
Fruto de parceria firmada entre a Prefeitura e o Ministério de Desenvolvimento Social (MDS), com recursos da Caixa, o repasse no valor de R$ 120 mil garantiu a construção da primeira cozinha.
Pois bem, muito determinado a acabar com toda e qualquer lembrança e lambança de Tadeu Palácio, o prefeito João Castelo já deu a entender que a escola que ensina a população a como preparar e comer seus alimentos vai ser fechada.
À epóca, o diário governista, vulgo Jornal Pequeno propagandeava de forma exaustiva os feitos o prefeito trabalhador, dizia que muitos cursos de capacitação viriam, que o sustento do povo da Vila Cascavel estaria garantido etc.
Bom, que Castelo e todo o tucanato adorem as políticas de contenção de gastos, principalmente às que se referem aos investimentos sociais, isso não configura novidade.
O que é mais engraçado, para não dizer trágico, é o fato que as mesmas ditas lideranças comunitárias que matavam e morriam por Castelo durante a campanha, agora estão organizando um abaixo-assinado para que a escola-cozinha não seja fechada.
A vontade de rir é das maiores. A gozação política é das boas. Porém, a notícia tem assustado quem mais precisa desta iniciativa. Aqui fica um apelo: a população não tem culpa se no seio da nobreza política da capital os castelos e palácios não se entendem mais.
A iniciativa é muita boa para ser refém dessa briga de comadres. A população precisa disso para de certa forma "encher o seu buchinho", "preparar melhor seu feijãozinho".
Mas quero ter a certeza que nosso prefeito é um homem consciente, sabe da importância de um projeto como esse na vida de uma comunidade carente, sabe da importância da segurança alimentar, embora não tenha indicado o titular para a pasta criada por Tadeu.
Sabe disso muito bem que resolveu reeditar na campanha o seu maior programa social o "Bom Preço", sob a pecha de "Novo Bom Preço", que seus cassadores de voto e hoje organizadores abaixo-assinado, tanto alardeavam como "Castelo vai dar supermercado de graça pra gente".
Não espero muito desse governo, mas vou cobrar todas as promessas, ou melhor, propostas, no dizer de João Castelo.
* Paulo Romão é militante do PT, estudante de Publicidade e Propaganda e de Sociologia e Ciência Política.
quarta-feira, 7 de janeiro de 2009
DE(ODOR)O
Os bustos do Panteon Maranhense foram retirados e nunca mais vistos. O chão está totalmente esburacado e tomado por incontáveis bancas de comércio informal.
Uma feira de artesanato tenta sobreviver no meio da tempestade de coisas e pessoas amontoadas no maior mercado livre do centro da cidade.
Até quando?
terça-feira, 6 de janeiro de 2009
DELEGADOS TAMBÉM AMEAÇAM GREVE
segunda-feira, 5 de janeiro de 2009
POLÍCIA EM GREVE
sábado, 3 de janeiro de 2009
PINGA-FOGO DE SÁBADO
O médico e jornalista Chico Viana finalmente foi compensado pelo engajamento na campanha do prefeito João Castelo (PSCB). Viana é o Secretário Extraordinário de Assuntos Políticos da Prefeitura de São Luís. Castelista roxo e anti-Lula assumido, Viana está na trincheira certa.
BALAIO DE GATOS
A depredação de prédios públicos, a violência generalizada e a ausência do poder público transformaram o Maranhão em um balaio de gatos. Balaiada é outra História.
TACA EM TADEU
“Em final de mandato, só o vento bate à porta”, reza um velho ditado da política. No caso do ex-prefeito de São Luís, Tadeu Palácio (PDT), o vento abriu a porta das pancadarias verbais que sofreu no final do mandato. E ainda leva até hoje.
Ex-aliados recentes que cobriam Palácio de elogios agora tratam-no como um amaldiçoado, um leproso moral. A ordem vem de outro palácio, o dos Leões, onde o governador Jackson Lago (PDT) armou uma casamata para fulminar seus adversários e “traidores”.
Para completar, o ex-prefeito ainda cometeu a indelicadeza de não transmitir a faixa ao seu sucessor, e também ex-aliado, João Castelo. Tati Palácio, ex-esposa de Tadeu, foi suplente de Castelo na chapa do Senado em 2006.
Mas não se apiede deles. Quem perde mesmo com esses negócios político-familiares é a população. A cidade está suja, esburacada, mal cuidada e fedorenta. Eles se merecem.
sexta-feira, 2 de janeiro de 2009
AS PALESTINAS LUDOVICENSES
- O senhor pode informar onde fica a Rádio Realidade, indaguei.
O gari parou seu trabalho, limpou o suor da testa, colocou a pá em pé (paralela ao seu corpo), cruzou as pernas, sustentou o braço sobre o cabo da ferramenta e disparou:
“O senhor atravessa esse terreno direto e pega a rua do outro lado. Vá em frente até alcançar a avenida larga. Quando chegar lá adiante, vai encontrar um esgoto. Passando dele, tem uma vala. Adiante da vala o senhor vira à direita. Aí vai dar de frente com um terreno abandonado onde tem um lixeiro e uma água escorrendo. Ande mais um pouquinho e vire à esquerda que vai dar certinho na rádio.”
E foi assim, seguindo as pistas do informante, que cheguei ao local procurado. Só tive o cuidado de não me confundir com as outras cenas muito parecidas. Quase todos os terrenos baldios, onde deveria haver praças ou quadras, estavam abandonados ou transformados em lixeiros improvisados.
Os esgotos, as valas, a poeira, o odor etc “povoavam” muitos lugares por onde passei durante a campanha eleitoral de 2008. As áreas periféricas de São Luís parecem ter sido bombardeadas. São pequenas cidades pós-guerra. Tristes, abandonadas, feias e sujas.
Vejo as imagens dos ataques na Palestina. As cidades arrasadas pela guerra choram seus mortos. Eu lamento por eles e também pelas nossas palestinas de São Luís, arrasadas pelas administrações das últimas duas décadas.
São Luís está morta, vítima das administrações bélicas.
As pessoas criativas, alegres e trabalhadoras da Cidade dos Azulejos não merecem essas cidades operárias bombardeadas, com suas vielas sujas, transformadas em moquifos suburbanos.
No sol escaldante de setembro/outubro, imensos terrenos baldios levantam poeira. Sacos e sacolas plásticas azuis e brancas rodopiam ao vento até engatarem nos arbustos secos. Os ônibus, carros e vans enfrentam verdadeiras crateras na via pública ou improvisam caminhos sobre os lugares onde deveria haver praças.
Quando o inverno chegar, a lama vai fazer parte do enredo.
Os bares, as feiras improvisadas e tendas de lanches estão por todos os lugares, amontoados, remendando o tecido periférico da cidade.
Mas essa realidade não é só da periferia. Em qualquer bairro de São Luís, do Renascença ao Cohatrac, os esgotos e o lixo são as referências. Ganham visibilidade no cenário da pólis.
São Luís está perto de completar 400 anos, em 2012. Durante os últimos 20 anos foi administrada pelo mesmo grupo político. O novo prefeito segue a mesma corrente.
Mas um dia vai melhorar. Sou otimista e persistente. Espero chegar a um lugar em nossa cidade, à procura de um endereço, e receber as seguintes indicações:
“O senhor contorna a quadra de esportes e pega à direita até chegar no parque. Vire à esquerda, atravesse a galeria, o colégio e o prédio da fábrica de roupas. A rádio fica perto do centro cultural, bem defronte da praça nova.”
quinta-feira, 1 de janeiro de 2009
SÃO LUIS 400 ANOS
UMA LÁSTIMA ESSA FESTIVIDADE SER CONDUZIDA PELO QUE HÁ DE PIOR NA POLÍTICA DO MARANHÃO.
SAI PALÁCIO, ENTRA CASTELO... SÃO LUÍS É QUASE UM MONUMENTO AOS MORTOS.