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domingo, 31 de março de 2013

MENSAGEM AO PARTIDO LANÇA CANDIDATURA AO DIRETÓRIO NACIONAL DO PT

Augusto Lobato recebe apoio de lideranças nacionais

Lobato, ao centro, cumprimenta Paulo Teixeira no lançamento da candidatura

Parlamentares, dirigentes e lideranças petistas de várias regiões do Maranhão participaram, em Brasília, do lançamento da candidatura do deputado federal Paulo Teixeira (SP) a presidente do PT nacional, pela tendência Mensagem ao Partido.
Coordenador da Mensagem no Maranhão, o vice-presidente do PT Augusto Lobato participou do ato de lançamento da candidatura de Paulo Teixeira, juntamente com diversos militantes petistas.
Na oportunidade, Lobato recebeu o apoio de expressivas lideranças nacionais da Mensagem à candidatura de presidente do PT no Maranhão, inclusive do ministro da Justiça Eduardo Cardozo.
"Estivemos em Brasília participando do lançamento da candidatura de Paulo Teixeira e vimos o prestígio do companheiro Lobato junto às lideranças nacionais da Mensagem. Temos certeza que a candidatura dele nasce forte para disputar o diretório estadual", declarou o relações públicas Marlon Botão, ex-candidato a vereador em São Luís.
Vereadores e dirigentes do PT maranhense no Encontro Nacional da Mensagem ao Partido
Mais de 500 militantes participaram do ato de lançamento, que contou com a presença dos ministros Pepe Vargas, do Desenvolvimento Agrário, e José Eduardo Cardozo, da Justiça, além do governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, e da ex-governadora do Pará, Ana Júlia. 
Teixeira é secretário-geral do PT na gestão atual. A eleição para os diretórios do partido em todo o Brasil serão realizadas em novembro.
Com cerca de 20% do partido, a Mensagem é a segunda maior corrente do PT, atrás apenas da Construindo Um Novo Brasil (CNB), liderada pelo ex -presidente Lula, que detém aproximadamente 55%.
A CNB terá o deputado estadual Rui Falcão (SP), atual presidente nacional do PT, candidato à reeleição.
Marlon Henrique e Marlon Botão juntos com Lobato no combate à oligarquia Sarney
CANDIDATURAS NO MARANHÃO
Augusto Lobato é candidato a presidente do diretório estadual defendendo uma plataforma de aliança com os partidos do campo democrático-popular em 2014 e alinhamento com os movimentos sociais.
"Nossa candidatura é um projeto coletivo, sem personalismo, e temos posição clara de lutar com todas as forças para tirar o PT da oligarquia Sarney", enfatizou Augusto Lobato.
Atual vice-presidente do partido, Lobato terá como principal adversário o sindicalista Raimundo Monteiro, candidato da governadora Roseana Sarney (PMDB), apoiado pelo vice-governador Washington Oliveira (WO).
O jornalista Henrique Sousa, chefe de gabinete do deputado estadual José Carlos, também vai disputar a presidência do PT estadual. Henrique pertence à CNB, mas descolou da liderança de WO.
Quem ganhar a presidência do PT e formar maioria nas chapas que comporão o diretório estadual vai definir os rumos do partido em 2014.

sábado, 30 de março de 2013

DIVAGAÇÕES SOBRE OS JUMENTOS TRISTES


Entre tantas cenas das cidades, chama atenção a tristeza dos jumentos, burros e cavalos nas beiras das estradas ou atravessando as avenidas, cabisbaixos, sorumbáticos, deprimidos, traduzindo a pior das sensações – o abandono.

Eles foram trocados por motocicletas e a zona rural agora só se movimenta a duas rodas.

Seria sadismo de minha parte dizer que os jumentos são masoquistas. Porém, a tristeza deles parece transmitir a saudade do dono e, lá no fundo, sentem falta do açoite e do capim.


Quando o homem dominou os animais e passou a usá-los como instrumento de trabalho, deu-se um salto fantástico na sociabilidade. Tão significativo quando o domínio do fogo.

Os cavalos de guerra e os jumentos tropeiros tiveram papel fundamental nas conquistas e no desenvolvimento econômico. A agricultura movida a tração animal fez evoluir a produtividade.

O transporte de cargas, nos lombos dos cavalos, burros e jumentos, ampliou o comércio, abriu rotas e dinamizou as trocas de mercadorias.

O que seria do ciclo do ouro, no Brasil, sem as marchas das mulas carregando tesouros pela Estrada Real, entre Minas Gerais e Parati (RJ), em verdadeiras operações de guerra?


Na “Apologia ao jumento”, Luiz Gonzaga canta assim:

“Arrastou lenha...
Madeira...pedra, cal, cimento , tijolo...telha
Fez açude, estrada de rodagem, carregou água pra casa do homem...fez a feira e serviu de montaria
O jumento é nosso irmão..”

Os animais de tração e carga foram também fundamentais na plantação da cana-de-açúcar e no fabrico da cachaça, “especiaria” trocada por escravos no tempo cruel do comércio de pessoas.


Nas guerras, antes dos motores e das bombas, os cavalos foram abrindo os caminhos que posteriormente desenhariam as estradas entre as cidades, mapeando os territórios conquistados.

Era a geopolítica traçada a patadas pelos quadrúpedes.

Bem antes disso, Jesus Cristo entrava triunfal em Jerusalém, montado em um jumento, durante a celebração da Páscoa.

No livro “A revolução dos bichos”, George Orwell lança mão da personagem Sansão, um cavalo forte, obediente, trabalhador, exemplo da representação do proletariado fiel, mas o primeiro a ser sacrificado quando os porcos assumiram o poder na fazenda outrora dominada pelo homem opressor.


Escrevendo com a faca enfiada no ventre do socialismo, Orwell ilustra no cavalo Sansão a crítica aos equívocos comunistas no Leste Europeu, onde as burocracias partidárias transformaram-se em castas elitizadas.

Mas é na Filosofia que o cavalo ganha os melhores requintes cognitivos. Contam os biógrafos, mas há quem tenha o episódio como lenda, que o filósofo alemão Friedrich Nietzsche saíra de um hotel em Turim, deparando com a cena que aprofundaria sua loucura.

Um cocheiro impaciente com o cavalo emperrado passara a chicotear impiedosamente o animal, chamando a atenção das pessoas ao redor da cena. Nietzsche interrompeu a sessão de espancamento e, aos prantos, abraçou-se ao pescoço do cavalo maltratado.

Após esse episódio o filósofo entrou em profunda clausura, silêncio e enlouquecimento, até falecer, em agosto de 1900.

Mudo e demente, o pensador do eterno retorno, da transmutação de todos os valores, dos ditirambos dionisíacos, da filosofia a marteladas, aquele que decretou a morte de Deus e instituiu o super-homem, o arauto do crepúsculo dos ídolos, o filósofo além do bem e do mal, o autor de “Anticristo”; enfim, o poderoso Nietzsche estava tomado por um dos sentimentos que ele mais repulsava – a compaixão.

Eis o homem!

Abraçado ao pescoço do cavalo, o filósofo chorava a dor do animal. Estaria ele humano demasiado humano?

Quando vejo os jumentos soltos nos acostamentos, com os olhos tristes, penso na dor do abandono. Tão cruel quanto o espancamento, a indiferença corta a carne e chicoteia a alma.


Depois de abraçar o cavalo, aos prantos, Nietzsche nunca mais voltou ao convívio social. Recolheu-se a si próprio, morrendo aos poucos na solidão dos seus pensamentos.

O olhar de Nietzsche enlouquecido, à imagem e semelhança do olhar dos jumentos tristes, traduz o abandono da razão, a desistência do humano, o desprezo do mundo e de si próprio, mergulhado no poço profundo e sem fim do niilismo.

Veja AQUI a montagem com as imagens de Nietzsche ao fim da vida.

quarta-feira, 27 de março de 2013

GALERIA TRAPICHE PROMOVE VIVÊNCIA DE BIODANÇA E LANÇAMENTO DE LIVRO

A Galeria Trapiche Santo Ângelo, sob a direção do jornalista e poeta Paulo Melo Sousa, realiza mais dois eventos esta semana. Hoje (quarta, 27), às 16 horas, tem oficina de biodança.

Confira a programação:

HOJE: Vivência de Biodança

“A DANÇA PLURAL NO SOLO SAGRADO DO UNIVERSO FEMININO”
Com Viviane Martins de Araújo
Formação: Titular Didata em Biodança, professora de Educação Física.
Data: 27 de março (quarta-feira)
Horário: 16 horas
Local: Galeria Trapiche (Av. Vitorino Freire, s/nº - Praia Grande) – DEFRONTE DO CIRCO DA CIDADE.
Inscrições Gratuitas no local. Vagas limitadas.

AMANHÃ



Ricardo Leão é o nome literário de Ricardo André Ferreira Martins. É licenciado em Letras (UFMA, 1997), Mestre em Letras (UNESP, 2000) e doutor em Teoria e História Literária (UNICAMP, 2009). Desenvolve seu Pós-doutorado na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM/CNPq). 

Atualmente, é Professor Adjunto da Universidade Estadual do Centro-Oeste, Campus de Irati, Paraná. Publicou os livros:Simetria do parto(2000, poesia), Tradição e ruptura: a lírica moderna de Nauro Machado(2002, ensaio), Primeira lição de física (2009, poesia), Os dentes alvos de Radamés (2009, ficção) e Os atenienses: a invenção do cânone nacional (2011, ensaio), com o qual, em 2012, ganhou o Prêmio de Ensaio e Crítica Literária da Academia Brasileira de Letras.

terça-feira, 26 de março de 2013

DEPUTADO SUGERE CICLOVIA NA ÁREA ITAQUI-BACANGA

O deputado estadual Bira do Pindaré (PT) reuniu-se, na manhã desta segunda feira (25), com Mirian Aguiar, Secretária Municipal de Transporte, para sugerir a construção de uma ciclovia na área Itaqui/Bacanga, em São Luís.

Segundo o parlamentar, aquela área abrange bairros da capital que tem como um dos principais meios de transporte a bicicleta. Dentre as inúmeras defesas feitas pelo parlamentar ele citou os trabalhadores, estudantes e mães de família que correm risco de vida por falta de segurança dedicada a este tipo de transporte. E questionou a secretária sobre a possibilidade, ao ponto que, sugeriu a construção de uma ciclovia para atender a região.

Mirian Aguiar afirmou que a SMTT tem estudado a área, para encontrar a melhor forma de atender aquela população com transporte público de qualidade e com segurança. Classificou como insegura a ciclovia que tentaram fazer no Turú, pois, para a secretária, a falta de estudos na área acabou criando uma ciclo faixa que expõe a segurança dos ciclistas, pedestres, motociclistas e motoristas. “É preciso identificar as necessidades da população e estudar um projeto para o espaço que temos”, disse.

Bira destacou a importância da ciclovia no Itaqui Bacanga e o investimento em linhas de transporte público coletivo de qualidade para atender a população. Concordou que é imprescindível um estudo de toda região para que se possam atender os ludoviscenses com qualidade e segurança. Indicou ainda que seja feito um plano de mobilidade urbana, que facilite a vida das pessoas que precisam de ônibus para se deslocar.

A secretária concordou com a necessidade de um projeto nesse sentido e se comprometeu a estudar a possibilidade de implantação da ciclovia no Itaqui Bacanga. “Estamos planejando a formação de um Conselho de mobilidade urbana para que possamos discutir melhor as necessidades da população”, informou.

O deputado Bira, como último questionamento, confirmou que a Secretaria está dando seguimento ao Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), mas que tiveram que paralisá-lo e retornar para a fase de estudos, uma vez que o projeto não funcionaria. A secretária agradeceu pela contribuição do parlamentar, que se colocou a disposição da SMTT para tentar melhorar o transporte público da Capital.

NOITE DE DELEITE E IMPROVISO

Chico Discos: encontro do público com a boa música em São Luís
por Eduardo Júlio
 
As três correntes musicais que mais aprecio são, em ordem de preferência, aquela que me conduz à transcendência (música barroca), aquela que me traz vitalidade (rock’ n’ roll) e aquela que me surpreende (jazz). O guitarrista e bandolinista maranhense Ronaldo Rodrigues transita pela terceira via. Ele nos ofereceu uma rara e agradável noite de jazz e de música instrumental, na última sexta-feira, no Chico Discos, quando apresentou o show “Black & Tal”.
 
Mostrando habilidade e segurança na execução dos temas e desenvoltura no diálogo com os músicos que o acompanharam, Ronaldo Rodrigues foi aplaudido com entusiasmo, no final de cada música que executou, pelo público que compareceu ao espaço para vê-lo. E mais: inseriu o bandolim, instrumento de timbre nobre, no Brasil geralmente associado ao choro, em um contexto musical mais amplo e, digamos, cosmopolita, como Hamilton de Holanda já faz, embora, em ambos os casos, o DNA do choro esteja presente.
 
Show Black e Tal: viagem pelo jazz e música instrumental
Como anunciado, o show foi dividido em dois tempos. Na primeira etapa, Ronaldo dividiu a cena com o violonista Orlando Moraes, formando o Duo Moron.  A dupla executou temas instrumentais acústicos, incluindo a delicada “Água e Vinho”, de Egberto Gismonti, “Manhã de Carnaval”, de Luiz Bonfá e Antonio Maria, além de composições de Orlando Moraes, que seguem a linha da música instrumental brasileira mais introspectiva, corrente, aliás, pouco experimentada por aqui.
 
Na primeira metade da década passada, quando frequentava a casa de Ronaldo, sempre encontrava a dupla ensaiando e por várias vezes perguntei quando teria a oportunidade de vê-los no palco. Este dia chegou.
 
Um único porém: o espaço não foi adequado para este tipo de sonoridade. Afinal, o Chico Discos é um bar. No local, pessoas conversam e as paredes não possuem uma acústica adequada. Por isso, quem estava no fundão teve dificuldade de ouvir o violão puro de Orlando Moraes, compositor que merece maior atenção e destaque.
 
Na segunda etapa, o som mudou para o formato elétrico e foi a vez de Ronaldo ser acompanhado pelo jovem Samir Aranha, no baixo, e pelo baterista Moisés Mota. Ronaldo mostrou o domínio que já conquistou das cordas da guitarra.  Habilidade que vem desenvolvendo gradativamente. A cada ano, o músico se apresenta melhor. O jovem Samir foi seguro e cumpriu bem o dever de formar a base com os timbres graves ao lado de quase veteranos. O baterista Moises Mota nem se fala. Herói das baquetas desde os tempos da Mano Bantu, distribuiu contratempos inusitados,  surpresas tão necessárias numa apresentação de jazz.
 
O repertório transitou entre temas de Wes Montgomery, Herbie Hancock, John Coltrane, Jaco Pastorius, Gerorge Benson, com molde de soul e de funk, como avisou antecipadamente Ronaldo, tentando deixar claro que não se tratava de uma apresentação de jazz tradicional.
 
Confesso que tinha ficado um pouco decepcionado com a apresentação de Ronaldo Rodrigues, no ano passado, no Bar Odeon. Talvez, pela falta de entrosamento demonstrado com os instrumentistas que o acompanharam naquela noite. Bons músicos, aliás. Mas, desta vez, o papo foi outro. Ronaldo alçou o prometido e esperado voo, demonstrando domínio de cena e dos instrumentos que tocou.
 
Aliás, o Chico Discos vem se tornando um pequeno espaço para a música contemporânea e alternativa feita em São Luís, principalmente, para a nova cena do rock com molde pop. Por lá, já se apresentaram Pill Veras, André Lucap, Marcos Magah, Djalma Lúcio, entre outros, e, agora, foi a vez de o bar abrir espaço para a música instrumental.

segunda-feira, 25 de março de 2013

PRÉVIA DO DOCUMENTÁRIO "MATANÇA", SOBRE BUMBA-MEU-BOI, SERÁ EXIBIDO NO CHICO DISCOS

Documentário, ainda em fase de edição,
trata da festa do Boi Flor de Matinha
Brincantes encenam durante o ritual de morte do boi. Foto: divulgação
A fotógrafa e pesquisadora de cultura popular Maria Mazzillo apresenta nesta terça-feira, 26, no Chico Discos, às 19h30, imagens do seu primeiro filme, o documentário intitulado “Matança”, que trata da festa de Matança de Mourão realizada pelo Boi Flor de Matinha, do município homônimo, localizado na Baixada maranhense.

O objetivo é apresentar o trabalho, ainda em fase de conclusão, para pesquisadores e pessoas que trabalham com cinema em São Luís. “A ideia dessa sessão informal é trocar informações, experiências e ouvir sugestões que possam ajudar no processo de construção do documentário”, disse.

As imagens de “Matança” foram feitas, no São João de 2010, durante três dias e pretendem mostrar a passagem de uma noite para uma manhã na referida festa do Boi Flor de Matinha, de sotaque da Baixada. A manifestação envolve diferentes gerações da comunidade do município localizado a 248km de São Luís: crianças, velhos e adultos brincam para festejar, agradecer e se divertir. “A encenação da morte do boi é feita por todos. Um teatro popular vivo, onde todos são atores e brincantes”, explica a cineasta estreante.

Participaram das filmagens, além de Maria Mazzillo - que fez a direção e foi responsável por uma das câmeras - Barbara Lito (som direto e câmera adicional), Cristiana Candal (som direto e produção) e Daniel Neves (direção de fotografia e câmera). A equipe também contou com a ajuda de vários integrantes do boi, que disponibilizaram hospedagem e alimentação, e produziram refletores para iluminar o terreiro, entre outros detalhes.

Nascida no Rio de Janeiro, Mazzillo desde o ano 2000 pesquisa vertentes do bumba meu boi do Maranhão. Em 2005, lançou o livro “Careta de Cazumba” e, agora, o documentário "Matança" é um desdobramento dessa pesquisa.

SERVIÇO

Apresentação das imagens do documentário Matança

Quando: Terça-feira, 26, às 19h30

Local: Chico Discos (Rua de São João – Centro)

Entrada franca

Contatos:

Maria Mazzillo (21) 3486.8675/ (21) 9376.4971

domingo, 24 de março de 2013

IGOR PROTESTA, MAS WEVERTON ROCHA É CRIA DE JACKSON LAGO

Aparências nada mais: Weverton Rocha degolou Igor Lago

Em mais uma carta distribuída na Internet, o médico Igor Lago, filho do ex-governador Jackson Lago, exibe o pote até aqui de mágoas com os rumos do PDT nacional e estadual.

Ao fim do texto, ele anuncia que deve sair do partido.

Veja a carta completa no blogue de Josué Moura.

Desde a morte do pai, Jackson Lago, Igor tenta retomar o caminho original do PDT, inspirado em Leonel Brizola, Darcy Ribeiro e Neiva Moreira.

Mas, os tempos são outros. Primo do PT, o PDT foi degenerando ao longo do tempo e hoje está entregue ao pragmatismo radical, sob a liderança do ex-ministro do Trabalho Carlos Lupi.
Carlos Lupi, aliado de Weverton Rocha, combina o jogo para controlar o PDT no Maranhão

A última esperança de Igor estava na liderança nacional de Brizola Neto, até pouco tempo ministro do Trabalho, mas logo derrubado pelo esquema de Lupi no governo Dilma Roussef (PT).

Brizola Neto caiu e com ele morreram as esperanças de Igor retomar o controle do PDT maranhense.

No seu rosário de reclamações, exposto em várias cartas, Igor concentra parte das críticas no deputado federal Weverton Rocha, aliado de Lupi e manda-chuva do PDT no Maranhão.

Em que pesem as boas intenções de Igor, é importante registrar que Weverton Rocha chegou ao topo do PDT pelas mãos de Jackson Lago.

O ex-governador anunciou no Maranhão inteiro que Weverton Roca seria seu herdeiro político. E assim foi feita a vontade do pai Jackson, contra o desejo do filho Igor.

Vivendo longe do Maranhão e da política partidária, Igor chegou tarde demais para segurar as rédeas do PTD após a morte de Jackson.

Weverton, com o aval do ex-governador e do aliado nacional Carlos Lupi, operou o controle do sistema cartorial no trabalhismo maranhense.

O primeiro a ser degolado foi Igor. Restou-lhe o exílio no Comitê da Resistência Democrática, formado por militantes históricos e idealistas, mas sem força na máquina partidária.

Com a eleição do deputado Edivaldo Holanda Junior (PTC) para prefeito de São Luís, Weverton ficou ainda mais forte porque assumiu o mandato na Câmara Federal.

Rocha indicou vários nomes para a equipe de Holanda Junior e aproximou-se do projeto de Flavio Dino (PCdoB) para 2014.

No espectro dos cargos federais no Maranhão, a DRT ficou com o ex-deputado Julião Amin, ex-aliado de Jackson.

A Igor só restaram as cartas na Internet e as boas lembranças do pai.

sábado, 23 de março de 2013

DRAMA DA VILA APACO EM DOCUMENTÁRIO DO COLETIVO ÉGUAS AUDIOVISUAL

AUTOR DE LIVRO SOBRE JESUS HISTÓRICO DIALOGA COM LEITORES

Soham Jñana, pesquisador português, após sete anos de pesquisa sobre a origem do judaísmo, a vida de Jesus e a origem do cristianismo, faz descobertas surpreendentes, que poderão abalar os dogmas da fé cristã.

O resultado de seu trabalho é apresentado na série JESUS, A TRILOGIA – A SEMENTE, A ÁRVORE E O FRUTO, composta de sete livros, em que o primeiro, DA CONCEPÇÃO AO BATISMO, já está disponível para venda no site oficial da obra e com exclusividade na Livraria Leitura, no Shopping da Ilha, em São Luís- MA.

Soham Jñana revela o verdadeiro pai de Jesus, que não foi José, comprova onde ele viveu e como foi sua vida e a conta em paralelo à de seu filho.

Revela também que Maria casou novamente após a morte de José, que era estéril, e teve seis filhos. Demonstra quais foram os mestres de Jesus, o que ele fez durante os anos ocultos de sua vida, explica como tudo começou entre ele e Maria Madalena, como surgiu o seu chamado espiritual e ainda muitas outras mais revelações acerca da vida de Jesus e de quem com ele interagiu nesse período.

Numa oportunidade única, Soham Jñana se dispõe a conversar com o leitor e responder suas perguntas acerca de sua obra, dia 24 de março (Domingo de Ramos), na Megastore Livraria Leitura, no Shopping da Ilha, em São Luís, das 14 até às 22h.

(Assessoria de Comunicação)

sexta-feira, 22 de março de 2013

BUMBA-MEU-BOI É TEMA DE PESQUISA NO DOUTORADO EM COMUNICAÇÃO



Pesquisadora da cultura popular, a professora Letícia Cardoso investiga a repercussão da convergência na produção/circulação/consumo do bumba-meu-boi no Maranhão.

O bumba-boi já era objeto de curiosidade acadêmica desde o mestrado em Ciências Sociais (UFMA), quando Cardoso desenvolveu a dissertação “O teatro do poder: cultura e política no MA”, que será publicada pela EDUFMA em 2013.

No doutorado em Comunicação pela PUCRS, Letícia dialoga com as formulações teóricas de Henry Jenkins sobre convergência e com os estudos culturais latino-americanos.

Veja o perfil da pesquisadora e a entrevista:

Nome completo:
Letícia Conceição Martins Cardoso
Graduada em Letras e Jornalismo, Mestre em Ciências Sociais (UFMA), professora do Departamento de Comunicação Social - Jornalismo.

Projeto de tese:
Estratégias de comunicação do bumba-meu-boi do Maranhão em tempos de convergência.

P – Qual a sua trajetória acadêmica até a chegada ao doutorado?

Letícia Cardoso - Por influências familiares, sempre tive contato com a cultura popular regional, o que me levou a estudar na graduação os processos de esteticização nos bumba-meu-bois  em São Luís, formando-me em 2004. No mesmo ano, na especialização em Jornalismo Cultural, dei continuidade à pesquisa identificando a forte atuação da esfera política (estatal) na cultura popular, o que chamei de “indústria política da cultura”. De 2006 a 2008, no mestrado em Ciências Sociais, realizei um estudo antropológico das relações de poder estabelecidas entre campo cultural e político no MA, nos governos de Roseana Sarney (1999-2002). O trabalho, que se chama “O teatro do poder: cultura e política no MA”, será publicado pela EDUFMA este ano. Ingressei na docência no campus de Imperatriz em 2008, onde desenvolvi o projeto de extensão Comcultura e o de pesquisa “Identidades e mediações: interfaces entre mídia e cultura em Imperatriz”. Em 2011, vim para o campus de São Luís, onde continuo desenvolvendo pesquisas na área.  

P – Como surgiu a ideia de desenvolver este tema?

Letícia Cardoso - A partir da percepção de que a convergência cultural vem se inserindo em todos os campos da sociabilidade e da cognição humana, nossos modos de pensar, de se comunicar, de se relacionar com o mundo estão cada vez mais em convergência e se utilizando de algum tipo de tecnologia digital. Fiquei instigada a pensar sobre a repercussão da convergência na produção/circulação/consumo do bumba-meu-boi, uma manifestação considerada tradicional, ligada à promessa religiosa e símbolo de identidade maranhense. Algumas questões são: como ele se atualiza neste cenário? Que estratégias vem desenvolvendo para se comunicar nesta sociedade hipermediada? As novas tecnologias podem contribuir para maior autonomia dos grupos de bumba-boi, na lógica da cultura participativa?

P –Qual a delimitação do seu objeto de pesquisa?

Letícia Cardoso - Compreender o bumba-meu-boi no Maranhão como fenômenos comunicacionais, ou seja, enquanto processos de comunicação fundados sobre a produção /circulação /consumo de sentido na cultura da convergência.  Assim, são objeto de estudo as estratégias de comunicação e ressignificações do bumba-meu-boi, o que implica processos de mediação e hipermediação, no contexto contemporâneo ambientado pelas tecnologias informacionais de comunicação. Nesse contexto, interessam como objetos empíricos as toadas, os agenciadores no Boi, a inserção das brincadeiras nas mídias sociais, a apropriação de formas alternativas de visibilidade midiática...

P – Com quais autores e teorias você pretende abordar o tema escolhido?

Letícia Cardoso - Sintonizo minha problematização com os estudos culturais latino-americanos, tomando como referência a perspectiva da cultura enquanto produção simbólica e comunicação como mediação, tais como Nestor Garcia Canclini, Jesus Martin-Barbero, Ana Carolina Escostesguy e Nilda Jacks. Também complementam a discussão teórica os estudos brasileiros de Folkcomunicação de Oswaldo Trigueiro, Cristina Schmidt e Antonio Hohlfeldt. Para dialogar com a cultura da convergência, tomarei os estudos de Jenkins.
E a investigação empírica será realizada por meio da abordagem etnográfica.

P – Quais os objetivos da sua pesquisa?

Letícia Cardoso - Compreender as estratégias comunicacionais dos grupos de bumba-meu-boi no contexto da cultura da convergência no Maranhão contemporâneo;
- Investigar espaços de produção e instâncias midiáticas advindas dos grupos e/ou redes de bumba-meu-boi;
- Entender o bumba-meu-boi, a partir do convívio com outras cadeias comunicacionais (fluxos globais, mídia convencional, redes digitais, mídias colaborativas, política, mercado).

P – Qual a relevância da sua pesquisa para o contexto social?

Letícia Cardoso - O Maranhão possui 25,7% dos seus 6,5 milhões de habitantes abaixo da linha da miséria, o pior índice entre todos os estados brasileiros e a distribuição da internet nesta região do país é insatisfatória. Aliado a isso, a organização da cultura popular é confundida com a gestão estatal ou municipal, não há ainda políticas públicas efetivas. A meu ver, esses fatores deixam as culturas populares muito dependentes do campo político. Assim, penso que ao estudar as relações do bumba-boi estabelecidas a partir das novas tecnologias, posso identificar e até incentivar possíveis formas de articulação política, visibilidade e emancipação para esses grupos que, geralmente, estão à margem dos processos comunicativos hegemônicos.

HOJE: SARAU DE JAZZ, CHORO E SOUL NO CHICO DISCOS


De passagem por São Luís, músico Ronaldo Rodrigues
apresenta noite de música instrumental

Radicado no Rio de Janeiro, o guitarrista e bandolinista Ronaldo Rodrigues, 35, apresenta o show “Black & Tal” nesta sexta-feira, 22, às 20h, no Bar Chico Discos (rua de São João - Centro). Na noite, o músico transitará por temas de jazz, choro e soul, ora em formato acústico ora em elétrico.

A abertura será dedicada ao bandolim e aos ritmos brasileiros. Ronaldo Rodrigues dividirá a cena com o violonista Orlando Moraes, formando o Duo Moron. A dupla vai interpretar temas instrumentais acústicos, sendo três composições de Orlando Moraes, uma peça de choro e, ainda, “Manhã de Carnaval”, de Luiz Bonfá e Antônio Maria.“Sempre que retorno a São Luís, procuro reencontrar amigos, trocar experiências musicais e dividi-las com o público”, comentou.

No segundo tempo, Ronaldo Rodrigues será acompanhado pelo baixista Samir Aranha e pelo baterista Moisés Mota, ex-Mano Bantu. O trio promete executar, com tempero de soul e funk, composições de jazzistas norte-americanos como Wes Montgomery, Herbie Hancock, John
Coltrane, Jaco Pastorius, Gerorge Benson, entre outros. “Este será um momento para improvisar com muito suingue”, afirmou Ronaldo.

O MÚSICO

Influenciado por guitarristas como Eric Clapton, Wes Montgomery, Django Reinhardt, Ronaldo Rodrigues participa da cena instrumental do Rio de Janeiro, onde reside há quase seis anos. Por lá, ele desenvolve dois trabalhos distintos. Um dedicado ao choro com o grupo Novos Chorões e outro de jazz, com a banda Tribo, que acompanha o baterista Jorge Amorim. Quem quiser, pode conferir no youtube o clipe de “Bap”, que tem a participação dele.

O instrumentista desde cedo nutriu paixão pela música. Em 1991, ainda bem jovem, integrou a banda de rock Palavra de Ordem ao lado de Cassiano Viana, atualmente jornalista também radicado no Rio de Janeiro. Na mesma década, tocou também na lendária Bota o teu Blues Band. Nos anos 2000, formou a Tiquira Blues.

Em 2006, ele desenvolveu o projeto de jam sessions de blues e rock n’ roll no Bar do Porto (Praia Grande), que agitava o local nas noites de segunda-feira, reunindo, principalmente, músicos da cena roqueira ludovicense. O projeto chegou a receber a banda do músico paulista Arismar do Espírito Santo.

Estudante de música na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Ronaldo também morou por cinco anos em Londres, onde adquiriu experiência tocando em pubs de blues, jazz e rock.

Nesta temporada em São Luís, Ronaldo também participa das apresentações do grupo de choro Tira-Teima, como músico convidado.

SERVIÇO

Show “Black e Tal” com Ronaldo Rodrigues e banda

Quando: sexta-feira, às 20h

Local: Chico Discos (Centro)

Ingressos: R$ 10,00

quinta-feira, 21 de março de 2013

SOBRE O AMIGO RAFAEL

por Eduardo Júlio

Conheci Rafael Bavaresco nos idos de 1997, quando ele, vindo do Rio Grande do Sul, aportou em São Luís, integrando a organização da mais famosa mostra do fotógrafo Sebastião Salgado, que rodava o país, em parceria com o Movimento dos Sem Terra. Na época, nos encontramos por acaso no extinto bar do seu Adalberto, lá na Praia Grande, e batemos um longo papo sobre pessoas importantes da cena cultural de Porto Alegre, incluindo Vitor Ramil, Edu K e a banda de rock De Falla, Nei Lisboa e, é claro, Mário Quintana. Por isso, ficamos amigos imediatamente, sem precisar de mais encontros ou acertos para consolidar isso.

A identificação e a confiança mútua se estabeleceram ali. Não foi difícil perceber a sensibilidade daquele coração, além da alma livre, ética e despojada, que irradiava desapego, como os budistas sonham.

Naquele ano, eu concluía o curso de comunicação e estava muito envolvido com fotografia. Pouco tempo depois, vendi a minha primeira câmera para Rafael, que tirou mais proveito do investimento do que eu. Logo, ele faria uma série de cartões-postais, nada óbvios, com temáticas do Centro Histórico de São Luís. Com a venda dos postais, ele conseguia completar a renda que obtinha realizando trabalhos em entidades do movimento social.

Mais tarde, Rafael compraria também a minha segunda câmera e se envolveria de vez com a fotografia afastando-se do jornalismo escrito. Enquanto ele apurava cada vez mais o olhar, conquistando a admiração de todos que o conheciam, eu chegava à conclusão que tinha pouco talento para a fotografia e passaria a me dedicar somente para o jornalismo impresso.

Em 1999, ele faria a minha foto registrada no livro XXI, do poeta Celso Borges, cujas demais imagens são de minha autoria. No mesmo ano, quando meu filho nasceu, eu o chamei para fazer o primeiro ensaio fotográfico do meu bebê. Rafael me visitou com o maior prazer e deixou uma carga de energia positiva para o meu filho recém-chegado ao mundo. Acho que fiquei devendo a retribuição desta cortesia.

Dois anos depois, exatamente no dia em que deixei o jornal O Estado do Maranhão, na minha curta passagem por lá, Rafael me avisou de uma vaga em O Imparcial, onde ele estava trabalhando. Durante um mês, eu cobriria as férias de um colega.

No ano seguinte, voltaria para O Imparcial e Rafael manteria uma grande parceria interna com a equipe de cultura. Eu, Ernildo e José Siqueira, ao lado dele, aprontamos muito em coberturas noturnas de shows e espetáculos diversos. Isso, sem falar dos alegres encontros boêmios que mantínhamos semanalmente na Praia Grande, longe dos compromissos de trabalho. Pouco depois, todos sairiam do jornal e eu ficaria praticamente sozinho no caderno de cultura, vendo o tempo passar, sem o amparo da antiga turma.

Impossível esquecer algumas viagens que fizemos juntos para Alcântara. Numa delas, fomos curtir a Festa de São Benedito e, como tínhamos pouca grana, terminamos disputando redes na praia, ao ar livre, na área da Pousada dos Guarás. Hoje em dia,  este ato seria, em vez de ousado, inconsequente.

Noutra, cobrimos informalmente uma marcha do Movimento dos Sem Terra até a Base de Lançamento de Foguetes e, ao contrário do que pensávamos, nós, meio beatniks meio párias, fomos muito bem recebidos pelo alto escalão da Aeronáutica, que nos convidou de maneira cordial para um tour por dentro da base. Eu olhava para Rafael e morria de rir daquela situação inusitada, dentro da van da Aeronáutica. Jamais esperávamos o tratamento vip dispensado naquela ocasião pelos militares

Também não esqueço de um carnaval que brincamos e nos divertimos pra valer com uma turma de amigos, no auge da retomada das brincadeiras de rua de São Luís, no ano de 2003. Depois dessa época, nos afastaríamos temporariamente, como acontece com quase todos, que precisam se dedicar à família. Rafael casou com Náthaly e teve um filho lindo.

No último aniversário que comemorei com festa, em 2005, convidei ele para fazer o registro fotográfico da brincadeira realizada na antiga Casa Portuguesa, lá na Praia Grande. Não sei por quais razões, ele não entregou as fotos. Mas eu nunca liguei. A presença do amigo foi mais importante.

Depois que voltou para o Rio Grande do Sul, passamos a nos encontrar por e-mail. Ano passado, ele me contou que estava doente e aí passamos a nos falar periodicamente por telefone. Era a forma que tinha de oferecer um pouco de amparo ao amigo. Por aqui, a pedido dele, mantive sigilo sobre o assunto.

Há duas semanas, falei pela última vez com Rafael. A voz do amigo já estava bastante debilitada, mesmo assim, parecia sorrir ao telefone. Percebi o esforço que ele fazia para falar e, com os olhos cheios de lágrimas, disse: “Descanse Rafael, você precisa”. Ao contar o fato para uma amiga em comum, ela refletiu: “Às vezes penso, que as pessoas boas deixam este mundo primeiro”.

quarta-feira, 20 de março de 2013

CORONELISMO E PATRULHAS IDEOLÓGICAS NO MARANHÃO

O modus operandi da oligarquia Sarney no Maranhão é formado por muitos tentáculos. Entre eles, destaca-se a dependência dos prefeitos aos favores do Palácio dos Leões.

Sem planejamento estratégico focado no desenvolvimento, a oligarquia lança mão do clientelismo e do apadrinhamento como balcão de negócios para coagir as administrações municipais.

Assim, enraizou-se no Maranhão a cultura política da dependência, que condiciona os apoios aos favores e vice-versa, decorrendo desse processo a cooptação das lideranças políticas.

Pragmatismo total!

BEM E AGIOTAGEM

Essa situação agravou-se com a falência e a conseqüente privatização do Banco do Estado do Maranhão (BEM).

Em qualquer lugar do mundo, os bancos públicos são peças fundamentais no financiamento dos arranjos produtivos, no incremento da atividade econômica e na geração de emprego e renda.

No Maranhão foi diferente. O BEM esteve a serviço das maldades contra os seus próprios funcionários e na contra-mão dos interesses republicanos, até ser vendido ao Bradesco.

Em vez do dinheiro público oficial do BEM, entraram no mercado os agiotas, controlando a rede de corrupção desde as eleições até a gestão dos prefeitos eleitos.

Sem as ferramentas oficiais de acesso ao crédito para fomentar o desenvolvimento local, os prefeitos ficam à mercê das migalhas da oligarquia ou do dinheiro sujo da agiotagem.

PATRULHAS

Tudo acima foi dito para debater o agendamento da expressão “patrulhas ideológicas” nos blogues alinhados ao governo Roseana Sarney (PMDB).

Segundo os ventrílocos da governadora, jornalistas e assessores ligados a Flavio Dino (PCdoB) estão patrulhando políticos e ativistas midiáticos que destoem do projeto da oposição.

Dino é acusado de ser o chefe da patrulha, vigiando e censurando os prefeitos e lideranças que dialogam com a governadora em solenidades públicas.

Sem a máquina do governo, é obvio que a oposição vai costurar apoios e buscar fidelidade dos aliados. É a regra do jogo político, onde cabe a crítica àqueles que podem deslizar ao campo adversário.

A suposta patrulha, nesse sentido, disputa poder em uma correlação de forças desigual.

CORONEL E CURRAL 

Roseana Sarney usa a estrutura do governo para amilhar e cooptar os prefeitos, com o objetivo de tê-los no projeto de continuidade do mais do mesmo em 2014.

É coisa típica de coronel, que coage seus subordinados ao voto de curral.

Flavio Dino se vira como pode. Busca alertar os potenciais aliados para o bloco da oposição. Nesse caminho, construiu a plataforma “Diálogos pelo Maranhão”, tentando construir uma frente e um programa de governo.

Salvo raras exceções, prefeito no Maranhão não tem ideologia nem partido. Tem interesses por negócios. Se Roseana pode favorecê-los, estarão com ela em 2014.

Não há patrulha ideológica que dê jeito nessa cultura política da migalha, do apadrinhamento e do clientelismo.

É uma praga no Maranhão.

terça-feira, 19 de março de 2013

PSDB DESMORONA, MAS PODE FORTALECER AS OPOSIÇÕES A DILMA

Os últimos lances da política nacional apontam uma das mais fortes crises internas do PSDB. Especula-se nos bastidores a saída de José Serra do ninho tucano a caminho do PPS de Roberto Freire.

Duas vezes derrotado na disputa presidencial, Serra não suporta ser atropelado pela candidatura do mineiro Aécio Neves, em 2014.

Seria uma afronta à hegemonia paulista no PSDB, de onde originaram-se todos os candidatos à presidência da República desde 1994, na eleição de Fernando Henrique Cardoso (FHC).

Os tucanos sofreram o primeiro abate com a saída do ex-prefeito Gilberto Kassab – fundador do PSD.

A exclusão de Serra amplia a crise, mas, por outro lado, pode ajudar a formar a chapa na ensaiada candidatura de Eduardo Campos (PSB), governador de Pernambuco.

Os nomes de Campos e Marina Silva (Rede Sustentabilidade) na disputa de 2014 significam a ruptura de duas forças políticas importantes na base dos governos Lula e Dilma (PT).

Tanto o PSB quanto o espectro político que orbita em torno de Marina sempre foram aliados e até submissos no projeto eleitoral do PT.

Basta recordar as sucessivas tentativas frustradas do ex-governador Ciro Gomes à presidência.

Cacique do PSB do Ceará, Gomes sempre recuou de um projeto próprio dos socialistas, em nome da unidade com o PT no enfrentamento aos tucanos.

Agora o cenário pode mudar. Tanto a dissidência tucana quanto o próprio PSB podem somar em uma candidatura liderada por Eduardo Campos.

O PPS de Roberto Freire pode ter candidatura própria ou juntar-se a Campos e Serra.

Forma-se assim um novo espectro de candidaturas presidenciais. Marina com o discurso ambientalista e o PSB com algo novo a dizer podem conturbar a sucessão de Dilma.

Em nome da aliança majoritária com o PMDB, o PT afasta-se dos partidos mais próximos do campo democrático-popular. O petismo pode perder com esse movimento.

Por enquanto é apenas retrato do momento, mas se for confirmado esse novo cenário a eleição de 2014 vai ficar bem mais interessante que a surrada disputa entre petistas e tucanos.

segunda-feira, 18 de março de 2013

A DEMONIZAÇÃO DE FLAVIO DINO

Em primeiro lugar, uma advertência: este blogue não é financiado por nenhum político de qualquer que seja o partido.

Também não tenho procuração para defender Flavio Dino (PCdoB), que é adulto e sabe se precaver.

Ocorre que a pré-campanha ao governo está atravessada por um processo de despolitização da política, que carrega as tintas nos aspectos subjetivos, perdendo de vista o debate objetivo sobre a realidade do Maranhão.

Dino tem lá seus defeitos. É acusado de arrogante, fruto da tradição stalinista do PCdoB e da carreira de juiz, mas os aspectos subjetivos não podem ser elevados à quinta potência dos critérios de análise para debater o Maranhão.

Flavio Dino é pré-candidato a governador pela oposição. Nesta circunstância, cumpre o papel de criticar, cobrar e propor.

É a regra dos embates político-eleitorais. Esse é o ponto do interesse público: o debate sobre a realidade do Maranhão.

Nesse contexto, cabe à oposição fiscalizar o governo, apontando as falhas, os erros e as possibilidades de mudança.

Não há nada de absurdo nisso. Exagero é desviar o foco do debate objetivo sobre o Maranhão real e priorizar as questiúnculas sobre a personalidade do líder da oposição.

Autoritário por autoritário, até o presidente de uma associação de moradores pode ser. Imagine quem governa o Maranhão há 50 anos!

No jogo de palavras, o sistema midiático da oligarquia Sarney joga uma nuvem de fumaça sobre as questões essenciais – os indicadores sociais do Maranhão.

Objetivamente, o Maranhão é um estado miserável, marcadamente corrupto, desmoralizado por todos os institutos de pesquisa que sempre avaliam os indicadores sociais nos últimos lugares.

Há cinco décadas a mesma família governa o Maranhão, cada dia mais rica, enquanto a maioria da população não tem sequer água encanada e tratamento de esgoto.

São esses indicadores da barbárie humana que a oposição critica, típicos de uma elite perversa, bem como a corrupção – marca registrada do Maranhão em fartas manchetes e inquéritos policiais.

Mas quando Flavio Dino assume o papel de porta-voz das denúncias, logo é acusado de autoritário, “chefão do comunismo”, cínico e outros epítetos impublicáveis.

Somam-se aos adjetivos as fotos espalhadas nos blogues, formando um mosaico de imagens que compõem o conceito grotesco de um Flavio fascista.

Ex-militante do movimento estudantil e advogado de sindicatos, Dino virou um demônio autoritário, veja só!

Esse tipo de jornalismo despolitizado grassa nos blogues alinhados ao Palácio dos Leões, diminuindo o debate essencial, qual seja: a superação da injustiça, da perversidade, da corrupção e da miséria no Maranhão.

Criou-se então uma patrulha reacionária que vigia e pune qualquer possibilidade de pensamento que destoe da propaganda enganosa de Roseana Sarney (PMDB).

Fincada no Palácio dos Leões há meio século, prometendo “revolução na educação”, “revolução na saúde”, “geração de milhares de empregos”, “grandes empreendimentos” etc, a oligarquia Sarney só conseguiu subverter uma coisa – a verdade.

Assim sendo, tirano é aquele que nunca governou. Quem está no poder há cinco décadas, com o Maranhão cada dia pior, é até capaz de ser canonizado.

domingo, 17 de março de 2013

ASSENTADO DO MST E CADEIRANTE, JOSÉ LUIS COSTA VAI COLAR GRAU EM JORNALISMO

José Luís critica o monopólio da mídia e os blogues comprometidos com políticos 

Aprovado no projeto experimental de conclusão de curso, com o livro-reportagem “Terra de bravura e utopia”, José Luis Costa conta na entrevista exclusiva ao bolgue a sua trajetória de ex-seminarista, militante do MST e estudante de Jornalismo na UFMA-Imperatriz.

Morador do Assentamento Califórnia, em Açailândia, José Luís encarou durante cinco anos o trajeto de 50 km até a UFMA, em ônibus sem condições de acolher cadeirantes. A solidariedade dos amigos e de pessoas que não conhecia ajudaram a superar as dificuldades de mobilidade no dia-a-dia.

Dos cursos de formação do MST às salas de aula da UFMA, ele faz um balanço do conhecimento construído no curso de Jornalismo, fala também sobre o cenário midiático no Maranhão e as perspectivas profissionais.

A colação de grau é em abril. José Luís pensa em publicar o livro-reportagem da conclusão do curso de Jornalismo e tem novos planos. Veja:

Blogue – Como você chegou ao MST?

José Luís – Por meio das Comunidades Eclesiais de Bases (CEB’s) e da Pastoral da Juventude. Depois de participar da Igreja Católica muito assiduamente eu fui para o seminário. Nessas alturas eu já conhecia algumas lideranças do MST por meio dos encontros de formação política. E uma das minhas atividades foi, antes de ir para o seminário, convencer meu pai e minha mãe de que era importante eles participarem dessa luta pela terra e por reforma agrária que estava fortalecida no país.

Eles participaram da ocupação da fazenda Califórnia, em 1996, na cidade de Açailândia. Ficaram acampados e eu fui para o seminário estudar, já em 1997. Quando eu saio do seminário, em 2000, o acampamento Califórnia já era assentamento e fiquei morando, participando das reuniões e aos poucos me inserindo, até que a direção do MST me passou a responsabilidade de fazermos as discussões de instalação no assentamento uma rádio livre ou do MST e entrei para o setor de comunicação do MST.
Na conclusão do curso, o livro-reportagem sobre reforma agrária
Blogue – Qual a importância do MST na sua vida?

José Luís – Depois de ter saído ou me afastado da Igreja por não achar espaço dentro dela e concretizar meu sonho, no MST me senti importante. Eu tive minha auto-estima levantada. A direção estadual do MST sempre achou que eu tinha jeito e capacidade para fazer articulações com a base do MST, aqui no assentamento e na regional de Açailândia.

E fui estimulado a voltar a estudar, recebi a oportunidade de fazer um curso chamado “Realidade Brasileira”, voltado para o estudo do Brasil a partir dos grandes pensadores nacionais. Era um convênio da Universidade Federal do Maranhão com o MST e entidades ligadas à Via Campesina, em 2004.

Logo em seguida recebi outro convite para fazer o outro curso, “Produção da Teoria e o Pensamento Político Brasileiro”, este na Escola de Formação Florestan Fernandes, em Guararema, São Paulo. Ambos os cursos eram extensões e serviam de especializações para quem já tinha uma graduação e isso foi me fazendo ver que eu tinha que voltar a estudar, fazer uma graduação e tentei o segundo vestibular que ocorreu na UFMA para Comunicação Social-Jornalismo. Tive sorte e passei, pois eu estava há 11 anos longe dos números, fórmulas e regras de gramáticas. Eu tinha terminado o ensino médio em 1996 e só fiz dois períodos de Filosofia quando estava no seminário.

Blogue – Por quê você escolheu o curso de Comunicação Social / Jornalismo?

José Luís – Por dois fatores. O primeiro a proximidade de casa. Eu morava em Açailândia. Segundo, eu estava no setor de Comunicação do MST e mesmo sem muita informação eu gostava da área.

A formação política no MST construiu uma visão crítica da sociedade para  o  jornalista
Blogue – O que foi mais significativo na sua vivência no curso de Comunicação Social / Jornalismo?

José Luís – A solidariedade da família para eu estudar, dos professores que me compreendiam, a solidariedades de colegas e de pessoas que eu não conhecia, mas passei a conhecer, como um grupo de mototaxistas que tem o ponto no 50º Bis e eles se revezavam para me ajudarem a pegar ônibus naquele ponto.

Blogue – Quais os aspectos negativos na formação profissional em Jornalismo?

José Luís – Apesar de ter uma abrangência grande, o aspecto negativo na cidade de Imperatriz e em outros interiores é o mercado. Os jornais nessas regiões, aí vale também para os grandes centros, são sempre atrelados aos grupos políticos da região e se você tem uma opinião crítica vai ter que deixar ela de lado se quiser trabalhar ou concordar com falcatruas, fazer-se  de cego, surdo e mudo para garantir um emprego que pode com certeza ser passageiro.

Blogue – Na condição de cadeirante, o que você tem a dizer sobre mobilidade e acessibilidade em Imperatriz, no assentamento onde você mora e no campus da UFMA?

José Luís – Aqui no assentamento melhorou, porque o último prefeito da cidade colocou asfalto, de péssima qualidade, mas temos um e com isso por ser um local de pouca movimentação de veículos hoje consigo andar sozinho, quando não estou só, qualquer amigo ou minha esposa me conduzem com facilidade.

Na UFMA hoje está melhor do que antes, mas se eu fosse o reitor eu teria colocado rampas no lugar do elevador. A manutenção de elevadores é muito cara, precisa de energia e uma vez ou outra pode estar quebrado. Com a rampa é diferente, ela só precisaria da sua força ou da solidariedade de alguém.

Na cidade de Imperatriz o caso é sério! Alguém vai pagar esses cinco anos de constrangimento que passei pegando coletivos sem adaptações. Foram cinco anos de muito constrangimento e posso dizer que nesses anos eu fui o cadeirante que mais pegou ônibus na cidade de Imperatriz.

Eram todos os dias, com sol ou chuva e sendo obrigado a andar todo sujo! Os ônibus não têm adaptações e eu tinha que me sentar no chão do carro e quando este estava sujo de lama, já se imagina! Isso foi durante cinco anos! Quero ressaltar esse período pelo fato de que é muito ruim você ter que aceitar esses desrespeitos sabendo que você tem direitos de ir e vir.

Os donos dessas empresas não querem nem saber desses compromissos, querem somente lucrar e só vão passar a olhar essas questões depois que atingirem seus bolsos.
Em Imperatriz são 17 ônibus adaptados, 15 de uma empresa e dois de outra, mas o detalhe é que nenhum funciona. E quando estavam recém-chegados na cidade os motoristas estavam despreparados para manusear o aparelho. É inadmissível esta situação em uma cidade com 250 mil habitantes.
A condição de cadeirante não tirou o sonho de concluir a Universidade
Blogue – Qual o tema da sua monografia?

José Luís – Na verdade foi projeto experimental, um livro-reportagem com o título: “Terra de bravura e utopia: Vila Conceição I e II, o primeiro assentamento da região tocantina”. É um livro que fala da história, do cotidiano e das perspectivas de futuro na visão dos integrantes dessa história.

Blogue – Quais autores fundamentaram seu trabalho?

José Luís – Edvaldo Pereira Lima, Cremilda Medina, Heriberto Catalão, Nilson Lage e outros. Esses foram os principais em se tratando das teorias do Jornalismo e das técnicas de reportagens para o segmento da questão literária dentro Jornalismo.

Sobre os aspectos da luta pela terra e o história da luta camponesa, foram os pensadores que formam o pensamento do MST hoje, como João Pedro Stédile e Bernardo Mançano Fernandes; sobre a questão agrária no Maranhão e região de Imperatriz, eu li obras do Padre Victor Asselin e de Adalberto Franklin.

Blogue – Como você analisa o cenário da comunicação no Maranhão?

José Luís – É motivo de piada. Porque de um lado você tem a própria empresa de comunicação fazendo campanha por “liberdade de expressão”, sendo que os políticos que controlam esses meios de comunicação retiram o direito do povo ter acesso ao uma liberdade de expressão de fato.

E como se pode falar de “liberdade de expressão” se poucas famílias no Brasil controlam todos os canais de rádios, televisão, jornais, revistas que chegam ao povo?
Exemplos disso são as lutas populares e de sem-terra que acontecem no estado e não são noticiados por aqui.

Percebe-se ainda no Maranhão o fortalecimento da onda dos blogues, mas seus donos são sempre despreparados e pendentes a políticos A ou B. Como no caso da cidade de Açailândia, onde esses blogues fazem vergonha. É um grupo político que ataca outro, aí vem o grupo que devolve o ataque e assim por diante...

E neste meio ainda existe a tentativa de controlar o poder da Internet, com as desculpas de protegerem as pessoas contra ataques de hackers. E tem ainda o fato de que a Internet não está disponível para todas as pessoas.

Blogue – Depois de formado, você já tem algum projeto para o futuro? O que vai fazer com o diploma na mão?

José Luís – Sim. O primeiro é publicar o livro-reportagem que fiz para a conclusão do curso: “Terra de bravura e utopia”. E depois pesquisar e escrever duas biografias, uma mais localizada para a cidade de Imperatriz e outra mais em nível de Brasil. Ainda não posso falar sobre estas, pois está muito nas idéias e quero primeiro publicar esta, aí depois vou ver se é viável realizar esses planos.

Fora disso, não me vejo trabalhando em meios de comunicação que são controlados por políticos corruptos e responsáveis pela miséria da população de nosso estado. Quero ficar mais livre para que eu possa dizer ou escrever o que eu penso de acordo com os fatos. É até complicado eu me pronunciar sobre isso publicamente, mas sou convicto de minhas ideias.

Blogue – Tem alguma frase ou citação marcante na sua vida?

José Luís – Sim. A frase marca a luta dos povos no mundo. É uma frase de um pensador brasileiro que trago entre minhas convicções, ela é de Josué de Castro e ele diz assim: “Metade da população do mundo não dorme porque passa fome. A outra metade também não, com medo da que passa fome!”

Contatos: (99) 9136-9348 (Vivo)
Email: zeluisscosta@gmail.com