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segunda-feira, 31 de março de 2014

GOLPE CIVIL-MILITAR: 50 ANOS DEPOIS, A INTOLERÂNCIA SE REORGANIZA

Nenhuma ditadura é ou foi boa, seja do comunista Joseph Stalin ou do militar Garrastazu Médici.

Quem está querendo a volta dos militares ou algo parecido, nunca foi torturado ou leu sequer a orelha de um livro com relatos sobre prisões, sumiços e assassinatos nos porões da ditadura militar no Brasil.

Os 50 anos do golpe civil-militar devem ser lembrados, requentados e servir de alerta para o momento atual, quando forças de extrema direita se reorganizam no país.

Eles têm pregadores e seguidores, a exemplo do filósofo Olavo de Carvalho e do deputado Jair Bolsonaro (PP), exemplos de intolerância e fundamentalismo.

Há em curso no Brasil a propagação do ódio aos homossexuais, aversão ao Bolsa Família (porque favorece a pobreza) e forte retomada do preconceito racial.

As declarações de intolerância contra pobres e negros ganham as redes sociais e os programas de televisão, a exemplo do comentário grotesco da apresentadora Raquel Sheherazade, do SBT.

Até dentro da Universidade, outrora um ambiente fértil para o embate de ideias e comportamentos, a intolerância virou regra, a ponto de o uso de maconha ser motivo de repressão violenta (vide episódios na USP e UFSC).

O Brasil já passou por muitos momentos de exceção, de Getúlio Vargas a João Batista Figueiredo, situações em que os dissidentes foram presos e/ou mortos, sem julgamento ou chance de defesa.

Muitos cadáveres nunca foram encontrados. A Comissão da Verdade tenta dar transparência aos fatos que ocorreram no período mais cruel da vida política brasileira.

A ditadura acabou, mas os torturadores estão vivos. Pior, outros entusiastas de regimes totalitários ganham as ruas, pregando o ódio, o preconceito e usando a violência para combater seus adversários.

Ainda estamos em processo de construção da democracia e toda forma de repressão ou intolerância deve ser evitada.

Somos um país laico, com espaço para todos os tipos de religião, opções sexuais e multiculturalismo.

As ideias dos liberais devem ser respeitadas tanto quanto as dos socialistas e anarquistas, sem violência física como forma de garantir a imposição de um só pensamento.

O Brasil é de todos os credos, cores, culturas e regiões. Que vençam os melhores argumentos e não a força bruta das ditaduras.

Como diria Caetano Veloso, só uma coisa é proibida: proibir!

domingo, 30 de março de 2014

ABRIL TENSO: CORRUPÇÃO ABALA, MAS NÃO DERRUBA DILMA

Lula, Hadad e Maluf: "rouba, mas faz" parece ter sido naturalizado pelo eleitor. Foto: Agência Estado
O mês de abril vai começar com o agendamento da CPI da Petrobras. A oposição, cumprindo seu papel, tenta esgarçar o governo requentando a corrupção no PT, espalhada nas gestões de Lula e Dilma Roussef.

A batalha oposicionista tem tudo para ser perdida. O Mensalão, cunhado como o maior escândalo de corrupção da República, colocou na cadeia metade da cúpula petista, mas Dilma ficou na liderança tranquila.

Se o Mensalão, que tinha tudo para ser um tsunami, virou marolinha, imagine a CPI da Petrobras! Essa não ameaça nem os seguranças do Palácio do Planalto.

A queda de 3 pontos na aprovação da presidente Dilma não significa muito. Faz parte dos efeitos sazonais da popularidade. Nenhum político consegue manter aceitação exagerada, absoluto, durante muito tempo.

Boa parte da cúpula petista é presidiária, o governo é bombardeado por denúncias de corrupção e Dilma ainda é favorita à vitória no primeiro turno.

O brasileiro parece ter naturalizado a corrupção, elevando à máxima potência um ditado atribuído ao malufismo: "rouba, mas faz!" Paulo Maluf, aliás, foi abraçado e elogiado por Lula na eleição de 2012 para a Prefeitura de São Paulo.

O bordão "rouba, mas faz! só é explicado por uma frase mais complexa, cunhada pelo consultor norte-americano James Carville: "é a economia, estúpido!"

Na campanha eleitoral de 1992, Carville formulou o mote que levaria Bill Clinton à vitória contra George Bush (pai). Traduzindo, o marqueteiro Carville quis dizer que se a economia vai bem, é isso que importa aos eleitores.

Para a disputa eleitoral de 2014 o fator mais importante é a estabilidade econômica. Corrupção é pauta fria. O brasileiro médio quer saber se vai continuar comprando carros, motos, eletrodomésticos e celulares de última geração a cada três meses.

E a massa do eleitorado pobre, alimentado pelo Bolsa Família, aspira entrar no mercado consumidor mais sofisticado.

Segurança na estabilidade econômica é o principal marketing de Dilma. À lá Carville, a presidente petista pode até adaptar a frase célebre: "é o cartão de crédito, estúpido!"

Esse é o mote eleitoral que tranquiliza Dilma. Nesse cenário, não tem qualquer importância a corrupção dentro e fora do governo.

Se os candidatos da oposição atacarem os governos do PT, perderão tempo. A economia estável, onde surfa Dilma, amplia o sonho de consumo do eleitor.

Fora disso, a oposição provoca dúvidas, principalmente se bombardear muito o governo que nutre o sonho da vida a crédito (Zygmunt Bauman) do brasileiro.

Não se sabe até quando o governo Dilma vai segurar a popularidade em alta. No momento, o cenário é favorável à vitória tranquila no primeiro turno.

Porém, não descartemos os protestos da Copa do Mundo. Se eles vierem, terão um forte componente ético nas ruas. Aí sim, corrupção voltará a ser tema de campanha eleitoral.

sexta-feira, 28 de março de 2014

CASA D'ARTE ABRE AS PORTAS PARA A CRIATIVIDADE E REALIZAÇÕES CULTURAIS

Lançamos a semente, investimos no sonho e o Casa d’Arte - Centro de Cultura está de portas abertas!

Agora o Casa d’Arte é uma realidade, um novo centro de cultura no Maranhão, com infraestrutura para receber espetáculos, exposições, intervenções, música e muito mais, em um ambiente agradável e estruturado. 

Preparamos um momento especial para confraternizar com os amigos que nos apoiaram e acreditaram nesse sonho. Venha celebrar conosco!

Quando: 29 de março, às 17hs
Onde: Casa d’Arte - Centro de Cultura, Rua do Farol do Araçagy, 9,  Alto do Farol Raposa/MA. 

Palco livre, atrações musicais e intervenções artísticas com muita poesia. Serviremos vinho e aperitivos. Outras opções à venda no local. 

Confirme sua presença até 28 de março
telefones: (98) 9974-9366 / 9975-4372 / 8404-6530

Importante: se puder, traga um prato doce ou salgado para partilhar ou pratique a carona solidária.
Assim começa a força do coletivo!

quinta-feira, 27 de março de 2014

RÁDIOS COMUNITÁRIAS REALIZAM ENCONTRO NA REGIÃO LENÇÓIS-MUNIM

A Associação Brasileira de Rádios Comunitárias no Maranhão (Abraço MA) reúne neste final de semana, em Santo Amaro, comunicadores e comunicadoras de pelo menos 15 cidades da região Lençóis-Munim.

O encontro faz parte do calendário de atividades definido no planejamento estratégico da Abraço no Maranhão e tem o objetivo de integrar as emissoras e fortalecer a organização regional das rádios comunitárias.

A rádio Lençóis FM, coordenada por Alione Pinheiro, é a anfitriã do evento em Santo Amaro. O encontro será marcado também participação do Coletivo de Mulheres da Abraço MA, instância criada no mais recente congresso da entidade, realizado em 2013.

A participação das mulheres nas rádios comunitárias e a busca de ampliação dos espaços para debater temas específicos de gênero é um dos pontos de pauta do encontro em Santo Amaro.

A diretoria executiva da Abraço será representada pelos diretores Vivânia Gonçalves, da coordenação de Gênero e Etnia; José Maria Machado, coordenador das Secretarias Regionais; e pelo coordenador de Finanças Raimundo Pereira de Souza.

Vivânia Gonçalves e Alione Pinheiro, integrantes do Coletivo de Mulheres, destacaram no planejamento a necessidade de uma atividade que servisse como momento de articulação e integração das comunicadoras atuantes em rádios comunitárias. 

"Santo Amaro aceitou o desafio de organizar o evento e estamos esperando um público expressivo. Serão todos bem recebidos em nome do fortalecimento da Abraço no Maranhão", destacou Alione Pinheiro.

Agenda

Além do encontro na regional Lençóis-Munim, a Abraço tem previstos mais dois eventos ainda no primeiro semestre de 2014. Em maio será realizado o Encontro Regional do Baixo Parnaíba, em Chapadinha; e em junho o Encontro Regional do Sudoeste-Sul, em Balsas.

Ambos integram também o calendário de mobilização das rádios comunitárias definido no planejamento estratégico da Abraço MA.

Segundo o diretor das Secretarias Regionais, José Maria Machado, a Abraço está crescendo no Maranhão e eventos como esse ajudam a motivar os comunicadores a um maior engajamento.

O coordenador de Finanças Raimundo Pereira de Souza ressaltou a importância dos encontros regionais como forma de ampliar o leque de ações da entidade em todos os municípios do Maranhão onde houver rádios comunitárias.

MEC AUTORIZA DIÁLOGO COM O ANDES SOBRE CARREIRA DOCENTE

O secretário de Ensino Superior do Ministério da Educação (Sesu/MEC), Paulo Speller, informou que está autorizado pelo MEC a discutir com o ANDES-SN a reestruturação da carreira docente, a partir de questões conceituais. A comunicação foi feita em reunião entre representantes da diretoria da entidade e da Sesu/MEC na manhã de quarta-feira (26).

De acordo com Speller, a Sesu está autorizada a ser o principal espaço de interlocução. O secretário propôs que esta reunião fosse considerada como preparatória, com o objetivo definir ‘os caminhos a trilhar’ para avançar na discussão. 

Marinalva Oliveira, presidente do ANDES-SN, pontuou que esse pode ser um passo muito importante desde que seja garantido um horizonte para a discussão. “A discussão conceitual da carreira é primordial para nós, mas precisamos ter definido um calendário com início, meio e fim do processo. Vale lembrar que esse é um dos temas, mas temos outros três que resumem a nossa pauta e sobre os quais precisamos ter respostas”, afirmou Marinalva, lembrando que os docentes também reivindicam valorização salarial de ativos e aposentados, condições de trabalho e autonomia universitária.
Speller disse considerar importante que discussão se concentre na carreira, pois a mesma é definidora. Para o secretário, uma vez que se tenha clareza deste primeiro ponto, certamente as outras questões serão abordadas.

Os diretores do ANDES-SN foram enfáticos ao reforçar a necessidade de um debate objetivo sobre os temas centrais da pauta e que as condições de trabalho e autonomia precisam ser tratadas nas negociações com a mesma celeridade e disposição.

O 1º vice-presidente do ANDES-SN, Luiz Henrique Schuch, ressaltou que o debate sobre carreira e valorização salarial estão interligados, mas que os outros dois temas também precisam estar na agenda.

“Temos na mesa a nossa proposta construída diretamente pelos professores e ela contem algumas objetivações muito precisas, como uma linha só no contracheque, um piso definidor da tabela, steps constantes, a valorização da titulação em percentuais definidos e a relação entre os regimes de trabalho, com destaque ao regime de dedicação exclusiva, que nos permitem focar de imediato”, destacou.

Schuch ressaltou que é necessário saber a real disponibilidade do MEC encaminhar essa negociação. “Nossa categoria não acredita mais nesse processo de grupos de trabalho. Além disso, o ano de 2013 passou sem qualquer resposta. Não vamos ficar debatendo a teoria eternamente. Vocês já conhecem nosso projeto então podemos ser objetivos e ter uma discussão ágil”, reforçou.

O secretário-geral do ANDES-SN, Márcio de Oliveira, reforçou o posicionamento dos diretores do Sindicato Nacional sobre a necessidade de objetividade nas negociações. “Precisamos saber qual a disposição política de se colocar em prática as discussões que serão feitas nesse espaço. A categoria está cansada desse vai e vem. Se não houver a intensão efetiva, isso fragiliza demais esse espaço. Será muito ruim chegarmos num determinado momento e jogarmos no lixo todo o processo, como já aconteceu em momentos anteriores. Precisamos de um compromisso efetivo por parte do MEC”, cobrou. 

Os diretores do ANDES-SN lembraram que a greve de 2012 teve início exatamente devido à falta de avanço nos de grupos de trabalhos pactuados no acordo de 2011. Por isso, o Sindicato Nacional reivindica um calendário com início, meio e fim, com o compromisso da Sesu de que o mesmo será efetivado e que MEC será o interlocutor direto nesse processo.
A presidente do ANDES-SN lembrou ainda que o resultado da mesa será levado para a avaliação na reunião do Setor das Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes), que definirá os rumos da mobilização. Marinalva lembrou ainda que além da pauta específica do Setor das Ifes, os docentes estão mobilizados em torno da pauta conjunta dos SPF e que não se pode ter como horizonte apenas 2016.

“E uma péssima sinalização por parte do governo de que qualquer negociação só poderá ser efetivada após 2016. Não podemos partir desse princípio, pois senão será difícil avançarmos”, destacou Marinalva Oliveira.

Ficou definido que o espaço para a sequencia das discussões será aquela mesma mesa composta ente o ANDES-SN e a Sesu/Mec e uma nova reunião foi agendada para o dia 10 de abril. Participaram também da audiência pelo Sindicato Nacional, o tesoureiro da entidade, Fausto Camargo Junior, o representante da coordenação do Setor das Ifes, Antonio Gonçalves, e pelo MEC, a coordenadora-geral de Recursos Humanos das IFE, Dulce Tristão, e diretora de desenvolvimento da Rede de Instituições Federais de Ensino Superior, Adriana Weska.

Na avaliação da presidente do Sindicato Nacional esse é um primeiro passo, mas não é garantia de que o processo será concretizado.  “É a força da nossa mobilização que irá fazer com que o MEC cumpra o que for acordado”, ressaltou Marinalva.

Fonte: ANDES-SN

quarta-feira, 26 de março de 2014

FÁBIO GONDIM NO PT AMEAÇA ZÉ CARLOS

O secretário de Planejamento do governo Roseana Sarney (PMDB), Fábio Gondim, comemora sua filiação "oficial" no PT do Maranhão.

O ingresso no partido ocorreu mediante recurso à direção nacional, porque a instância local colocou obstáculos ao novo pretendente do petismo.

Tratava-se apenas de formalidade. Todo mundo sabe que a direção nacional do PT faz o que José Sarney mandar. E a filiação de Gondim seria, como foi, assegurada por meio de intervenção.

O novo petista vai disputar uma vaga de deputado federal, cargo também desejado por Zé Carlos, atualmente deputado estadual.

Ambos são da base de Roseana, mas o Palácio dos Leões prefere Gondim. A candidatura do secretário é uma ameaça aos planos de Zé Carlos.

Dificilmente o PT faz mais de um federal. Essa tem sido a regra. A bancada estadual petista pode chegar até quatro parlamentares, mas na Câmara só tem lugar para um.

Zé Carlos já tem controle de vários diretórios municipais do PT. Gondim correrá por fora, com a força da institucionalidade de uma secretaria estratégica do governo, Planejamento, a que manda gastar.

A lógica de Sarney é tomar o PT por inteiro. A eleição de Gondim faz parte desse plano.

terça-feira, 25 de março de 2014

DESESPERO: LUIS FERNANDO É UMA "ORDEM DE SERVIÇO"

Os blogues, jornais e rádios controlados pelo governo do Maranhão entraram em uma espécie de fadiga pré-eleitoral, numa tentativa desesperada de tirar do chão a candidatura de Luis Fernando Silva (PMDB).

Nunca antes na História do Maranhão uma eleição foi tão difícil à oligarquia Sarney. Com toda a força da máquina do governo, um gigantesco aparato de mídia, currais eleitorais, cooptação de prefeitos e dinheiro sobrando, é muito difícil inventar Luis Fernando.

Nos blogues alinhados ao governo, há um excesso de fotografias e matérias chapa-branca, tentando de toda maneira dar visibilidade ao candidato.

Luis Fernando foi deslocado da Casa Civil para a Secretaria de Infra-Estrutura, onde teoricamente ganharia status de realizador. Não funcionou. Ele continua no fim da fila nas pesquisas.

O candidato da oligarquia já não é uma pessoa, é uma "ordem de serviço", transformou-se em um apetrecho publicitário que cansa o eleitor antes do tempo.

A cada duas postagens dos blogues alinhados ao governo, uma é relacionada aos feitos de Luis Fernando, sempre assinando "ordens de serviço" para isso e aquilo. 

Todo mundo sabe que parte das obras não sairão do papel. As manchetes dos blogues e jornais viciados servem para construir um imaginário sobre o candidato, como se ele fosse um grande administrador, empreendedor, visionário até.

A Secretaria de Comunicação (Secom) do Governo do Maranhão, onde há bons profissionais, comete o erro de transformar Luis Fernando em uma visagem. Ele não é mais um ser humano, é uma "ordem de serviço", um político de papel, sem carisma nem afeto junto ao povo.

Não tem marketing que dê jeito em candidato assim. Ele cansa o eleitor, provoca desinteresse e falta de interatividade.

É o típico caso em que o excesso de exibição da imagem joga contra a candidatura. Muito barulho por nada, como diz o filme.

O pessoal competente da Secom sabe disso, mas não tem outra saída, porque o candidato é tecnicamente preparado mas não tem cheiro de povo nem de voto.

Uma coisa é ser prefeito na paróquia de Ribamar, em circunstâncias muito favoráveis. Outra é disputar uma eleição majoritária no Maranhão.

Quanto mais aparece em fotos, títulos e textos, menos Luis Fernando interessa ao povo. Falta pouco tempo para reinventá-lo e as pesquisas desesperam o Palácio dos Leões.

Tudo indica que o Maranhão vai tremer em 2014.

segunda-feira, 24 de março de 2014

OCUPAÇÃO DA UNIVERSIDADE: VOLTA ÀS RUAS COM MOBILIZAÇÕES EM TODO O BRASIL

A possibilidade de reativação da greve dos professores universitários, sob a coordenação do Andes-SN, é um sinal às outras organizações de trabalhadores no processo de mobilização das jornadas de luta em 2014.

A Federação de Sindicatos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições de Ensino Superior (Fasubra) já aprovou indicativo de greve.

Somados ao movimento estudantil, professores e servidores administrativos devem ocupar os campi universitários em todo o país, preparando-se para as grandes batalhas de maio e junho.

Os campi servirão de quartel-geral para abrigar não só professores, trabalhadores da administração e estudantes, mas todas as pessoas interessadas em reformas econômicas e políticas para melhorar o país.

Devemos tensionar o governo Dilma pela esquerda, exigindo reforma política e ética no Brasil. Sem quebrar os esquemas de financiamento de campanha eleitoral o nosso sistema partidário não muda.

A reforma política, combinada à reforma eleitoral, é uma agenda urgente. A população precisa voltar às ruas para exigir, em definitivo, o fim do ciclo vicioso e promíscuo entre as empreiteiras e a compra de mandatos parlamentares e executivos.

Os bilhões de reais pagos às empreiteiras para construir estádios constituem um vandalismo com o dinheiro público. Em troca, as empreiteiras financiam campanhas eleitorais e viabilizam mandatos.

É um insulto ao povo brasileiro as condições dos postos de saúde e das escolas públicas, enquanto os estádios de futebol recebem suntuosas estruturas e acabamento de luxo.

É uma falta de respeito com os trabalhadores que constroem a riqueza do país ver o dinheiro público financiando arenas de futuro inútil, onde sequer tem time de futebol.

É aviltante ver o BNDES financiar os ricos e abandonar os pobres.

É uma agressão aos professores e estudantes a precariedade das salas de aula e dos laboratórios na UFMA, por exemplo, com suas cadeiras antigas, ambientes insalubres e sem ar condicionado.

Nosso país precisa de mais recursos para a educação, saúde, reforma agrária, mobilidade e meio ambiente. 

Queremos mais ferrovias e menos estádios. Queremos bons hospitais públicos e escolas decentes. Exigimos dignidade para estudar e direito a tratamento médico-hospitalar tão bons quanto os luxos dos estádios.

Devemos ocupar o Brasil com reivindicações concretas. E a Universidade tem um papel fundamental neste processo. Ocupar os campi, reunindo homens e mulheres desejosos de mudança, é uma agenda necessária neste ano decisivo de 2014.

Uma das tarefas é eleger, em meio à pauta difusa, uma que consiga universalizar os nossos anseios: a reforma política.

Enquanto a revolução não sai, é pela democracia representativa que devemos trilhar.

O Brasil vive um momento perigoso. Cabe aos movimentos sociais do campo democrático-popular o papel histórico de disputar o comando das mobilizações de massa, evitando o retrocesso fascista das facções que querem a volta da ditadura ou coisa parecida.

Dois tipos de gente defendem a intervenção militar: os beneficiários do golpe ou aqueles que não leram sequer as orelhas dos livros sobre tortura e morte nos porões dos aparelhos repressivos.

Não aceitamos golpe de direita nem a derrubada do governo Dilma Roussef. O Brasil não pode sair da era PT piorado. Devemos lutar pela ampliação das conquistas do povo e exigir um redirecionamento da economia para reformas profundas no campo econômico e político.

A principal delas, repito, é a reforma política. Se não cessarmos a promiscuidade entre o financiamento de campanhas e as empreiteiras e bancos, não haverá mudança

O dinheiro das grandes corporações financeiras para financiar os mandatos é a mãe de toda a corrupção.

O sistema partidário está apodrecido. Precisamos refazê-lo e aperfeiçoar a nossa democracia.

Pela manutenção do governo Dilma até o fim do mandato, sem golpe, reforma política já, fim do financiamento privado das campanhas eleitorais e ampliação da liberdade de expressão e manifestação do pensamento.

Censura e ditadura, nunca mais!

domingo, 23 de março de 2014

SUZANO DESPEJOU MAIS DE MEIO MILHÃO NAS CAMPANHAS DE ROSEANA SARNEY E SEBASTIÃO MADEIRA, NO MARANHÃO

Na terceira linha da tabela, a doação da Suzano para o PSDB de Imperatriz
A prestigiada inauguração da fábrica da Suzano Papel e Celulose, em Imperatriz, com a participação da presidente Dilma Roussef (PT), tem vários lances interessantes.

Um deles é o dinheiro despejado pela empresa nas campanhas de Roseana Sarney (PMDB) a governadora em 2010 e na candidatura de Sebastião Madeira (PSDB) a prefeito de Imperatriz, em 2012.

Os relatórios de doações constam no site Transparência Brasil. Para Roseana a Suzano financiou R$ 344.306,13.

Na terceira linha da tabela, Roseana aparece como beneficiária da Suzano em R$ 344.306,13
Já o diretório do PSDB de Imperatriz, coordenador da campanha de Madeira, recebeu R$ 268.519,25.

Os números podem ser conferidos nas imagens (clique nos quadros para ampliar e ler melhor). No total, os dois receberam R$ 612.825,38. Bem mais de meio milhão de reais. É dinheiro igual plantação de eucalipto.

O ex-governador cassado em 2009 e candidato novamente em 2010, Jackson Lago (PDT), também recebeu dinheiro da eucalipiteira: R$ 129.139,65.
Dilma e Roseana batendo o martelo com os executivos da Suzano
A Suzano instalou-se em Imperatriz com a famosa promessa de gerar "milhares de empregos", a frase decorada que a governadora costuma repetir no horário eleitoral.

O trabalho pesado da fábrica já passou e a maioria dos empregados foi embora.

MADEIRA COM SARNEY

Madeira já declarou apoio ao candidato de Sarney em 2014
A inauguração da Suzano revelou outra singularidade. Estavam reunidos, no mesmo palanque, a governadora do PMDB e o prefeito do PSDB, com as bênçãos da presidente da República, do PT.

Os petistas fundamentalistas vivem demonizando o PSDB, como se os tucanos fossem uma entidade demoníaca, mas Dilma se abraçou numa boa com o bicho de bico de Imperatriz.

A cidade tocantina, orgulhosa de ser anti-Sarney, tem no seu prefeito o maior entusiasta da candidatura de Luis Fernando Silva (PMDB) ao governo do Maranhão, o escolhido por Roseana para sucedê-la.

Na cabeça dos puros e incautos, existe uma profunda divergência entre petistas e tucanos, mas só na aparência. Na essência, Lula se abraça com Sarney, Maluf e outros, imagine com o PSDB.

Madeira, o tucano-mor do Maranhão, está com Dilma e Sarney. Desde criancinha.

Ex-aliado do oposicionista Jackson Lago (PDT), o prefeito de Imperatriz, Madeira, já é chamado de "pau para toda obra".

sábado, 22 de março de 2014

AU AU NO CINEMA: O CÃO CHUPANDO MANGA EM “O LOBO DE WALL STREET”

O cinema é a realidade desejada. O mundo vivido é a crueldade naturalizada.

Assistindo ao documentário “Trabalho interno” você vai ver “O lobo de Wall Street” em 3D: a tese, a antítese e a síntese do capitalismo contemporâneo.

O primeiro, explica; o segundo, distrai. Aquele, aprofunda; este, exacerba os paraísos artificiais da fórmula: dinheiro + poder = sexo + drogas.

Com a lente de “Trabalho interno” pode-se compreender o que há de comum entre a Islândia, a Grécia e a Argentina, sabendo porque a ilha nórdica da prosperidade, o berço da Filosofia e a terra do tango afundaram com a crise econômica internacional de 2007/2008, cujos desdobramentos estão assustando o mundo até hoje.

“Trabalho interno”, dirigido por Charles Ferguson, também detalha como ocorreram as transações fraudulentas que fizeram explodir a bolha imobiliária nos Estados Unidos.

Qualquer semelhança com “O lobo de Wall Street” é mera coincidência.

Leonardo DiCaprio encarna a figura do anti-herói num filme carregado de ufanismo sobre o sonho de ficar rico na “América”.

O protagonista Jordan Belfort é um aspirante a milionário. Em ascensão meteórica, vira alto executivo de Wall Street, mas a bolsa quebra e ele volta à vida normal.

Procurando emprego, chega a uma corretora de fundo de quintal, onde não havia painéis eletrônicos nem computadores, mas a chance de burlar transações financeiras era grande.

Na selvageria do capitalismo, Belfort enriquece vendendo ações fraudulentas para trabalhadores assalariados dos EUA. Ele tem prazer nisso. É a crueldade naturalizada.

A cada golpe, a sequência uísque, cocaína e fornicadas ia aumentando. Rapidamente ele transforma a corretora chula em um negócio lucrativo e monta a própria empresa, operando no mercado paralelo a Wall Street.

Famoso pelas habilidades com vendas, vira celebridade fazendo negócio sujo, sob a vigilância silenciosa de um investigador do FBI.

O diretor Martin Scorsese mostrou sangue em “Gangs de Nova York”, genialidade em “O aviador” e um delicioso passeio pelo submundo mafioso em “Os bons companheiros”.

Com “O lobo de Wall Street”, transformou DiCaprio no cão chupando manga, expressão dúbia para caracterizar alguém bom e/ou ruim: o cachorro doido da meca financeira ou a besta-fera da malandragem sofisticada.

O galã é sádico, ninfomaníaco e apocalíptico. Como um pastor da Igreja Universal do Reino de Deus, vende a promessa de salvação com o primeiro milhão.

Para cada operação fraudulenta bem sucedida, a quadrilha de Belfort fazia uma orgia regada a cocaína, pílulas da felicidade e prostitutas, elevando à máxima potência a regra do sexo sem limites: onde tem mucosa, se goza.

Na selva financeira de Wall Street, o lobo é o rei. Corrupção, lavagem de dinheiro, glamour, poder e decadência oscilam no filme.

Por fim, o anti-herói encara a desgraça, quando o FBI sai no encalço da quadrilha e coloca Belfort na cadeia. Eis a realidade desejadaCom direito a pena leve pela delação premiada dos seus parceiros no crime, fazendo jus ao que ele próprio dizia: “ninguém tem amigos em Wall Street”.

Se você saiu do cinema e não gostou do filme, refugie-se na poesia. Uma boa tradução de Wall Street é do poeta Sousândrade:

“- Tendo nós cofres públicos,

Livre-se a escravidão!

Comam ratos aos gatos!

Pilatus

Disse, lavando a mão.”

Qualquer semelhança entre Nova Iorque, o Brasil e o Maranhão é mera coincidência.

sexta-feira, 21 de março de 2014

PROFESSORES DA UFMA DISCUTEM A RETOMADA DA GREVE

Em assembleia geral realizada na tarde/noite desta quarta-feira, 19,  docentes da Universidade Federal do Maranhão UFMA decidiram ampliar a mobilização, com discussão das pautas de reivindicações nacional e local e construir o movimento de retomada da greve docente, iniciada em 2012.
Por todo o país, as seções sindicais do ANDES-SN realizam atividades e assembleias para  encaminharem ações em conjunto com outras categorias dos Servidores Públicos Federais. Diretores do ANDES-SN reuniram-se, na  terça-feira (18), com representantes do Ministério da Educação (MEC), para cobrar resposta à pauta de reivindicações protocolada pelo Sindicato Nacional no final de fevereiromas nenhuma possibilidade de atendimento às reivindicações ficou definida.
O Presidente da  Associação de Professores da UFMA (APRUMA)- Seção sindical do ANDES – Sindicato Nacional, Antonio Gonçalves, esclareceu que em 2012 a greve foi apenas suspensa. A pauta do movimento docente precisa ser construída por nós, no sentido de retomar a greve. As motivações que nos levaram à  maior greve da história do movimento docente, suspensa após 4 meses, permanecem e precisamos retomá-la e para isso temos uma intensa agenda a cumprir.
A maioria dos presentes à assembleia avaliou que em 2013 a conjuntura alterou. As jornadas de junhodemonstraram que a partir das mobilizações das massas é possível mudar. Neste sentido foi aprovada a necessidade de seguir construindo a greve, a partir da agenda proposta encaminhada pelo ANDES-SN, conhecendo e respeitando as opiniões dos professores, técnico-administrativos e alunos da UFMA.
No âmbito da UFMA, vamos retomar as pautas locais discutindo questões de ordem administrativas, político-educacionais e democráticas que repercutem diretamente sobre a nossa categoria. É preciso discutir a ampliação da universidade e como isso tem precarizado o trabalho docente, enfatizou Gonçalves.  
CONSELHO FISCAL – A Assembleia definiu também sobre outros itens, como a formação de uma comissão para aprofundar o estudo sobre a minuta das Normas Regulamentadoras da Graduação da UFMA e elegeu o Conselho Fiscal da APRUMA, composto a partir de agora pelos professores Antonio Joaquim, Hipólito Correa e Orlando Rosar. A atual diretoria da APRUMA iniciou seu mandato no último mês de janeiro.
A pauta de reivindicações dos docentes destaca a reestruturação da carreira docente e salário e condições de trabalho. 
Confira os eixos da Campanha Unificada dos SPF:
- Definição de data-base (1º de maio);
- Política salarial permanente com reposição inflacionária, valorização do salário base e incorporação das gratificações;
- Cumprimento por parte do governo dos acordos e protocolo de intenções firmados;
- Contra qualquer reforma que retire direitos dos trabalhadores;
- Retirada por PL’s, MP’s, decretos contrários aos interesses dos servidores públicos;
- Paridade e integralidade entre ativos, aposentados e pensionistas;
- Reajuste dos benefícios;
- Antecipação para 2014 da parcela de reajustes de 2015.

(Com informações do ANDES – SN)

CONSULTOR INTERNACIONAL DE MÍDIA REALIZA PALESTRA NA UFMA

Carlos Soria, chairman da europeia Innovation Media Consulting vem a São Luís durante ciclo de palestras pelo Brasil

Quais os grandes desafios dos veículos de comunicação na era digital? Afinal, os jornais impressos  irão mesmo fechar as portas? Estes são dilemas vividos por profissionais da área desde que os computadores e as novas mídias invadiram as redações. O consultor e pesquisador espanhol Carlos Soria irá tratar destes e outros assuntos no Seminário “Tendências na Integração Multimídia”, promovido pelo Laboratório de Convergência de Mídias (LABCOM) no próximo dia 24 (segunda-feira), às 16h no Auditório do Centro de Ciências Sociais da UFMA.


Com 13 livros publicados e um currículo vasto de experiências em grandes empresas jornalísticas, Soria foi diretor geral da Agência Internacional de Notícia Europa Press e da editora de jornais espanhola Prensa y Ediciones. Hoje é o presidente de uma das empresas europeias pioneiras no processo de transição dos veículos de imprensa para as novas tecnologias, e já prestou consultoria a mais de 100 empresas midiáticas da Europa e América Latina. A Innovation Media Consulting, fundada pelo próprio Soria, juntamente com um grupo da Universidade de Navarra (Espanha), oferece consultoria para empresas jornalísticas tais como oPrimera Hora e o USA Today.


Além de consultor, o espanhol é também um dos pesquisadores de maior destaque quando o assunto é integração de mídias. Em seus estudos propõe questões como “A quem pertence a informação?” e “O que fez a informação evoluir historicamente: foram as ideias e as mudanças na organização política e social, o desenvolvimento da vida econômica, o progresso tecnológico?”.

Durante a passagem pelo Brasil, Carlos Soria fará palestras em outras universidades pelo país. Esta é uma oportunidade para profissionais e estudantes da área se atualizarem sobre quais as mais recentes discussões na área de comunicação, bem como ficarem por dentro das soluções e rumos da convergência digital no meio jornalístico. Além da  palestra, os inscritos no Seminário “Tendências na Integração Multimídia” poderão participar da oficina “Análise de Conteúdo Digital”, que será ministrada por Thaís de Mendonça Jorge, jornalista e professora doutora da Universidade de Brasília.

Para consultar a programação completa ou realizar a inscrição no evento basta acessar o sitewww.labcomufma.com.

quinta-feira, 20 de março de 2014

LIVRO NA GALERIA TRAPICHE: DIREITOS HUMANOS E DITADURA

Lançamento acontece 21 de março, às 15h, na Galeria Trapiche Santo Ângelo. Promoção é da SMDH

Instituído em 2008 em homenagem ao artista popular Jeremias Pereira da Silva, o Gerô – espancado até à morte por policiais militares na data, no ano anterior –, o Dia Estadual de Combate à Tortura é celebrado no Maranhão em 22 de março.

Serviço

O quê: mesa de debates e lançamento de Travessias Torturadas – Direitos Humanos e Ditadura no Brasil 
(1964-1985).

Quem: o jornalista Dermi Azevedo.

Quando: 21 de março (sexta-feira), às 15h.

Onde: Galeria Trapiche Santo Ângelo (Praia Grande, em frente ao Circo Cultural da Cidade).

Quanto: aberto ao público.

Mais informações: (98) 3231-1601, 3231-1897, smdh@terra.com.br

quarta-feira, 19 de março de 2014

SEMINÁRIO INTERNACIONAL “CARAJÁS 30 ANOS” RECEBE TRABALHOS ATÉ 24 DE MARÇO

O Seminário Internacional Carajás 30 Anos: resistências e mobilizações frente a Projetos de Desenvolvimento na Amazônia Oriental acontecerá entre os dias 6 e 9 de maio de 2014, na Universidade Federal do Maranhão.

Contará com mais de 24 mesas redondas, 17 grupos de trabalho, fóruns de discussão, feiras temáticas e exposições.

Os Grupos de Trabalho (GT) seguem com inscrições para as modalidades Pôster ou Comunicação Oral, até o próximo dia 24 de março.

Neste primeiro momento, não é necessário inscrever o trabalho completo: a inscrição é feita com o resumo do trabalho a ser apresentado, que deve conter até, no máximo, 1500 caracteres (contando espaçamento), e relacionado, na inscrição, a um dos GT do Seminário (a relação a um dos GTs é feita no ato da inscrição, no sítio do Seminário da Internet.

A divulgação dos trabalhos aprovados será feita a partir do dia 7 de abril, e, somente depois disso, o trabalho completo deve ser enviado (entre 7 de abril a 31 de maio para constar nos Anais do evento).

Portanto, inscreva logo seu resumo na página na Internet: www.seminariocarajas30anos.org

terça-feira, 18 de março de 2014

CANDIDATURA PRÓPRIA DO PT/MA: UMA SAÍDA POSSÍVEL

Genilson Alves *

A menos de quatro meses de iniciar a campanha eleitoral de 2014, o Partido dos Trabalhadores (PT) caminha para decidir seu rumo nas eleições deste ano: desempenhará decisivo e importante papel em eventual aliança com a oposição, em adesão ao PMDB ou apresentando uma candidatura própria, posto que possui base social e inserção partidária estadualizada, o maior tempo de televisão na propaganda partidária, o legado dos governos Lula/Dilma (pleno emprego, inclusão social com redução da miséria, valorização do salário mínimo, aumento do mercado consumidor, acesso ao ensino superior (Prouni, Fies, Sisu, Brasil sem Fronteiras), UPAs, Mais Médicos e o Bolsa Família), e o maior patrimônio do partido, sua aguerrida militância.

Na perspectiva de abrir o debate, advogo a tese de o partido apresentar uma candidatura própria a governador para disputar as eleições de outubro. Assim, o PT se reinseriria com altivez no debate político estadual, fortaleceria a disputa proporcional com a entrada de mais candidatos petistas e com possibilidade de eleger três estaduais e dois federais, garantia efetividade na campanha de reeleição da Presidenta Dilma e apresentaria um projeto democrático e popular para o Maranhão, alternativo à disputa plebiscitária anunciada (PMDB x PC do B).

O PT tem calendário e fóruns próprios para definir sua tática eleitoral. Nos dias 28 e 29 de março o colegiado de 260 delegados, representando todas as forças políticas internas de diferentes regiões do estado, definirá, no Encontro de Tática Eleitoral, seu caminho nestas eleições: apoio a candidato de fora (PC do B ou PMDB) ou lançar candidatura própria.

Muito embora o Diretório Nacional avoque para si os poderes de definição da política de alianças nos estados, cabe aos petistas das terras de Negro Cosme resistir à imposição da aliança com o PMDB. O PT/MA já cumpriu sua cota de sacrifício em 2010, quando da intervenção favorável ao Sarney. Fazer o que Rondônia, Goiás, Amapá e Pará já fazem, construindo candidaturas majoritárias em oposição ao PMDB. E compreender que em muitos estados os peemedebistas serão nossos adversários como no Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Bahia e Ceará.

Não prospera o argumento de que não há mais tempo ou de que essa eleição se resume a um plebiscito, de quem é a favor ou contra o sarneísmo. Em 2002, somente em junho o PT apresentou sua candidatura e obteve mais de 6% dos votos válidos (Monteiro); em 2006 a força política do PT provocou a realização do 2º turno com o alcance de mais de 14% na chapa Vidigal/Terezinha Fernandes (PT), que levou a vitória do Dr. Jackson Lago, além dos mais de meio milhão de votos dados ao Bira para o senado. Como se falar em plebiscito com as candidaturas já colocadas de Eliziane Gama (PPS), Luis Pedrosa (PSOL) e Saulo Arcangeli (PSTU)? No Maranhão a eleição é de dois turnos e, em última análise, o partido dialogaria em outro patamar no 2º turno.

Uma proposta capaz de superar os indicadores sociais negativos do estado, universalizar os direitos, ampliar o alcance e a qualidade das políticas públicas implantadas nestes 10 anos de governo federal no Maranhão, resgatar o protagonismo juvenil, inserindo a juventude nos espaços de decisão. Um modelo de desenvolvimento econômico sustentável, com distribuição de renda e inclusão social, enfrentando as enormes desigualdades de gênero, racial e social, combatendo a homofobia e qualquer forma de discriminação.

Se, por um lado, o nome que representará esse projeto não pode ser vinculado à prática do mandonismo, que marca a vida política do estado nas últimas décadas, produzindo pobreza e concentração de renda, por outro, este nome não pode ser atrelado ao projeto que reúne setores atrasados da política maranhense. Do contrário, a eventual candidatura petista não terá o respeito da sociedade maranhense.

A única certeza nesse cenário é a disposição do povo maranhense em abrir uma nova janela política para o estado, na perspectiva da universalização dos direitos e da promoção da cidadania. Cabe à militância petista refletir profundamente seu papel nessa nova possibilidade histórica. O PT não pode abrir mão de contribuir na construção de um estado livre, justo e fraterno.

*Genilson Alves é jornalista e membro da Executiva Estadual do PT/MA