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quinta-feira, 30 de junho de 2011

QUILOMBOLAS REPUDIAM ROSEANA SARNEY

Nota de Repúdio do Movimento Quilombola da Baixada - Maranhão


O Movimento Quilombola da Baixada Ocidental Maranhense (MOQUIBOM) vem a público manifestar seu repúdio, diante de várias notícias publicadas em veículos controlados pela senhora Roseana Sarney Murad, sobre a recente vinda, ao Maranhão, das Ministras de Estado Maria do Rosário (Direitos Humanos), Luiza Bairros (Igualdade Racial), Márcia Quadrado (Desenvolvimento Agrário, em exercício), do presidente nacional do Incra, Celso Lisboa de Lacerda e do presidente da Fundação Cultural Palmares, Eloi Ferreira de Araújo.


Após décadas de grilagem, pistolagem, assassinatos, torturas e todo tipo de violência contra os camponeses do Maranhão, causa indignação ver a senhora Roseana Sarney noticiar, orgulhosa, que teria dado "uma bronca" neste grupo de autoridades federais, que vieram para cá ouvir nossas legítimas e históricas reivindicações.


A suposta grosseria virou notícia e, segundo essas mesmas notícias, o problema teria sido a quebra do protocolo. Às favas com o protocolo! Nós não estamos nem um pouco preocupados com isso.


No Maranhão, diante de tanto sangue derramado de nossos irmãos e irmãs, da impunidade que favorece assassinos de camponeses, da corrupção evidente, da completa degeneração do poder público e do avanço avassalador da grilagem, nós não temos nenhum compromisso com protocolos palacianos.

Por razões bem diferentes, o povo maranhense também grita!

A senhora Roseana, se gritou, foi porque certamente queria um espetáculo de mentiras, com fotos e imagens de TV e ela no papel de benfeitora, com todos os outros atores políticos (inclusive as vítimas do latifúndio) atuando como meros coadjuvantes.


Jamais compactuaremos com isso! Nós queremos coisas bem diferentes. Nós exigimos respostas concretas do Estado brasileiro! Foi revoltante ler uma mentira publicada no jornal O Estado do Maranhão, de propriedade da senhora Roseana, no dia 21 de junho, véspera da chegada das autoridades federais.


Lá estava dito, na primeira página: "Ministras vêm ao Maranhão para conhecer programas fundiários do governo". Quanta falta de respeito com a nossa luta! Conhecer programas do governo? Mentira!


O presidente do Instituto de Terras do Maranhão, sr. Carlos Alberto Galvão, declarou que o órgão dirigido por ele não tem capacidade para atender 20% da demanda atual - arrecadação de terras públicas para assentar camponeses, titulação de terras quilombolas - por falta de funcionários e recursos financeiros.


A verdade é que as ministras vieram ao Maranhão atendendo a uma exigência nossa que, diante de inúmeras situações de opressão, acampamos em frente ao Palácio dos Leões e do Tribunal de Justiça, depois fomos para dentro do INCRA, com 21 pessoas ameaçadas de morte chegando ao extremo de fazer greve de fome.


Foi essa legítima pressão social que trouxe todas essas autoridades federais ao Maranhão. O que importa o protocolo ou a birra de quem quer que seja, diante da imensa gravidade da nossa situação, dos despejos, de lavradores assassinados, de ameaças de morte, associações queimadas, sede de organizações invadidas?

Esperamos, agora, que o governo federal não se intimide com a difícil realidade política do Maranhão, cumpra seu papel e honre os compromissos e a palavra empenhada diante de centenas de pessoas.


E esperamos que o governo estadual também a presente à sociedade maranhense um Plano de Trabalho que, efetivamente tenha a capacidade de retirar 1,5 milhão de maranhenses da situação de extrema pobreza - consequência da alta concentração de terras em tão poucas mãos que expulsam e matam; e, da "apropriação por parte de pequenos grupos, mediante influências políticas e corrupção ativa, daquilo que pertence a todos.


Esses pequenos grupos fazem do bem público um patrimônio pessoal" (Carta dos Bispos do Maranhão). Queremos deixar bem claro que o nosso movimento quilombola tem a total e absoluta autonomia em relação a partidos e governos.


Por isso, temos a liberdade para seguir reivindicando, cobrando, exigindo e, se preciso for, radicalizando, por aquilo que acreditamos ser o justo.

Nossa luta continuará!

São Luís - MA, 27 de junho de 2011

Pelo Movimento Quilombola da Baixada

Givanildo Nazaré Santos Reges


João da Cruz


Almirandir Madeira Costa


Catarino dos Santos Costa


Maria Teresa Bitencourt

quarta-feira, 29 de junho de 2011

QUANTO VAI CUSTAR A BEIJA-FLOR?

A pergunta não cala, mas o governo não responde: quanto vai custar a homenagem da Beija-Flor a São Luís?

Dirigentes da escola vão e vêm, fazem reuniões, anunciam isso e aquilo, mas o principal fica embaixo do tapete - o Governo do Estado vai pagar quanto?

O Maranhão já sacrificado por tanta pilhagem vai para a Marquês de Sapucaí com sua principal vitrine do desastre administrativo das elites perversas - a capital São Luís.

Destruída, suja, abandonada, sem qualquer regra de civilidade, São Luís merece um revival do enredo em que Joãozinho Trinta levou o lixo para a avenida.

A cidade-lixeiro-entulho-lama-esgoto-mato e desordem dá um caldo cultural perfeito para o Carnaval.

Aqui, onde até Jesus é bebida, tudo se profana. Atropelam-se as leis e as normas de convivência como se troca de roupa.

Nossa capital prostituída e corrompida põe a máscara sobre o estatuto da transparência para esconder o valor do financiamento.

A Beija-Flor tem tudo para ganhar o próximo Carnaval. O tema escolhido é tão rico de detalhes, com tantas possibilidades de interpretação, que qualquer carnavalesco iniciante é capaz de fazer uma epopéia.

Encantarias, magias, mentiras, falácias, sujeiras... tudo passa nesse samba-enredo de uma hora de fama na Sapucaí.

Depois do Carnaval, máscaras no chão, voltamos à vida real ainda piores, com a sujeira nas ruas e a ressaca na cara.

terça-feira, 28 de junho de 2011

A GEOPOLÍTICA MUTANTE DA INDÚSTRIA CULTURAL

Marco Dotti*
IHU - Instituto Humanitas Unisinos



Estratégias hegemônicas que surgem no duplo movimento entre tendências homologantes e vitalidades da produção local. Enquanto isso, no mundo, se assomam protagonistas dinâmicos como a China, a Índia e o mundo árabe.



"A guerra dos conteúdos culturais começou". Frédéric Martel é claro na conclusão do seu livro Mainstream (430 páginas), recentemente publicado pela editora Feltrinelli. Um livro-investigação sobre o "controle dos sonhos e das imagens" dos últimos tempos, deste tempo do século XXI, em que o "capitalismo hip" é sim global, financeirizado e fortemente concentrado, como se continua dizendo, mas também marcado justamente pelos fluxos e da desmaterialização dos seus produtos, também fortemente marcada pela "descentralização e pelo fato de ser força criativa e destrutiva". É nessa forma que se torna fundamental o controle do mainstream e daquela mercadoria totalmente particular que é chamada de "cultura".cEis a entrevista.


O que significa mainstream? Estávamos acostumados ao uso e ao abuso que Ronald Reagan fez dele, e ao contrário...

Maistream” significa literalmente "dominante" e se diz de um produto cultural que conquista um público muito grande. Ronald Reagan conhecia o mainstream de modo natural. Não é por acaso que ele foi um ator de segundo nível, mas também não é irrelevante o fato de que, depois da sua "primeira vida", ele se tornou um presidente de primeiro plano. É justamente isto o mainstream: saber tornar público, assumir em si e sobre si a cultura de massa. Mainstream é Avatar e Lady Gaga, Batman e Matrix, em suma, a cultura dos nossos filhos, dos nossos estudantes e a de muitos europeus.

Mainstream, porém, é um termo que pode ter uma conotação negativa no seu significado de cultura dominante e hegemônica, e, desse ponto de vista, precisamos denunciá-lo e sobretudo criticá-lo. Mas o mesmo termo também tem uma conotação positiva, no sentido da cultura comum, de algo que agrada a todos. Também pode ser usado na política (Berlusconi certamente é mainstream!), ou no âmbito dos negócios. Isso acontece porque mainstream é um termo, não um conceito.

Trata-se, de outra forma, de uma palavra, e é essa ambiguidade da palavra, a sua polissemia, que me fascinou e me levou a trabalhar sobre os problemas que ela gera, sobre os seus desvios, mas também sobre a sua contínua evolução. Ao mesmo tempo, se me refiro a um termo tão ambíguo, não quero por isso deixar passar a ideia de que eu esteja defendendo um status quo ou um certo mainstream entendido como cultural hegemônica e, sob certos aspectos, homologante, nem que a sua generalização possa servir para qualificar como inevitável uma certa visão do mainstream, que tende a reduzir todas as fontes culturais a uma só.

Ao contrário, muitas vezes temos a ideia de que a Internet, combinada com a globalização, irá produzir uma homogeneização fatal das culturas. Outros, no entanto, temem uma fragmentação infinita, depois da qual ninguém terá mais nada em comum com os outros, não haverá nenhuma cultura comum e só nos restará fechar-nos em uma cultura de nicho, estritamente comunitária, para não dizer sectária.

No meu trabalho, baseando-me em uma longa investigação de campo, que me levou do Líbano à China, da Índia aos Estados Unidos, até o México, demonstra, porém, que a globalização e a passagem ao digital são capazes de produzir tanto uma coisa quanto outra, mas não alternativamente.

Ambos os fenômenos ocorrem paralelamente. A globalização não levou ao desaparecimento das culturas nacionais e locais, que gozam de plena saúde. A Internet permite, ao mesmo tempo, que se assista a um vídeo da Lady Gaga no Irã e que se defenda a sua própria cultura local. As culturas nacionais têm uma capacidade de resistência e de recuperação que pode ser compreendida no coração do processo de globalização.

Eis, portanto, uma razão a mais para se refletir sobre a noção de mainstream, afastando-nos de certas leituras já obsoletas, por serem marcadas por um modelo de produção de conteúdos que não existe mais e fortemente críticas à indústria cultural. Não que a crítica não deva existir, só que, mudando o objeto, deve mudar também o instrumento do fazer crítica.

Talvez, está se afirmando uma nova geografia, ou melhor, uma nova geopolítica na produção dos conteúdos culturais. Se o novo século, por mais um tempo, continuar a ser norte-americano, é quase certo que não será mais europeu. Você concorda?

Certamente, e é aqui que o complexo intrincamento e destrincamento dos fluxos que marcam a nossa época mostra como global e local estão interconectados, não tanto por uma lógica de sistema, mas justamente por causa da dimensão das coisas e por causa da emergência de atores mantidos à margem da produção cultural.

Tomemos o caso da música. Ele continua sendo nacional em todos os lugares, em mais da metade das suas próprias vendas. E a televisão? Bem, apesar da CNN ou da Al Jazeera, que têm uma influência mundial mas limitada, a televisão também continua sendo em grande parte local ou nacional.

Pensemos em um único dado: na China, há cerca de 2 mil canais que emitem uma programação muito "chinesa". Para as bilheterias do cinema, quase metade está ligada a produtos nacionais. Representa 50% na França, no Japão e na República Tcheca, enquanto na Índia é de mais de 80%.

A indústria editorial é em toda a parte muito nacional, assim como a informação ou o mercado publicitário. As séries de televisão também são muito pouco globalizadas, mesmo que o sucesso das séries norte-americanas poderiam nos fazer crer o contrário: as telenovelas latino-americanas, as novelas do Ramadã no mundo árabe, os "melodramas", coreanos e japoneses ainda dominam os mercados locais.

Portanto, não se pode dizer que a cultura está se globalizando. Ao contrário, invertendo a questão, devemos dizer – e isso é verdade – que parece que temos menos produtos culturais (aqueles que até ontem atravessavam as alfândegas e as fronteiras) e cada vez mais fluxos, mais serviços e mais formatos. Enfim, se as culturas regionais e nacionais ainda estão vivas e têm sucesso, temos, porém, uma cultura globalizada, muito norte-americana, que substituiu as outras culturas não nacionais. É isso que eu chamo de mainstream.

O mainstream torna cada vez mais estreito e, em certos termos, evidente o nexo entre guerra e informação. Uma luta que é também entre entre o "soft" e o "hard power"...

Podemos falar de batalha, de competição econômica ou de guerra comercial, mas o dado verdadeiro é que, nesse jogo, há novos atores que querem não só desempenhar a sua própria parte, mas vencer essa batalha pela produção de conteúdos culturais.

A China em primeiro lugar, depois os países árabes, mas não devemos subestimar a Indonésia e a Turquia, por exemplo com relação às séries de televisão, ou a Coreia do Sul pela música "kpop", a Arábia Saudita pelas transmissões relacionadas ao Ramadã e assim por diante. Está se delineando uma nova geopolítica da mídia, e cabe a nós a honra de decifrá-la e cartografá-la. Mas nem a globalização, nem a passagem para o digital alteram a necessidade de informação e de qualidade dos conteúdos, mesmo quando essa necessidade torna-se pedido de ficção ou de diversão.

Obviamente, não sou o primeiro a falar da globalização ou de países emergentes em termos culturais, mas acredito que muitos analistas até agora subestimaram o fato de que alguns países também estão surgindo por meio da sua cultura ou da sua mídia. Todos os dias, abre-se um novo cinema multiplex na China. Todos os dias.

Assim como na Índia ou no México. A China está investindo pesadamente em infraestrutura na Ásia. A Índia compra estúdios norte-americanos, e a gigante TV Globo no Brasil está lutando contra a Televisa no México para controlar o mercado latino-americano dos produtos de televisão. Do outro lado do planeta, a Al Jazeera compra os canais de esportes que permitem ter todos os pacotes dos campeonatos de futebol marroquinos, tunisianos, argelinos ou jordanianos.
Há uma nova concorrência mundial sobre os conteúdos culturais e da mídia, isso é evidente. Cultura e informação se misturam nisso que está se tornando cada vez mais o infotainement. A concorrência ocorre ali, nesse novo espaço.

* Publicado no jornal Il Manifesto (13/05/2011), com tradução de Moisés Sbardelotto.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

SARNEYQUISTÃO



LEONARDO COUTINHO (revista VEJA)

A terminação “istão”, em algumas das línguas faladas na Ásia Central, significa “lugar de morada” ou “território”. Assim, o Quirguistão é o lugar de morada dos quirguizes. O Cazaquistão, o território dos cazaques, e o Tadjiquistão, dos tadjiques. Também por esse motivo, o estado do Maranhão - tão miserável quanto as antigas repúblicas da extinta União Soviética e igualmente terminado em “ão” - poderia muito bem ser rebatizado de Sarneyquistão.

Há 46 anos, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), ao lado de sua família e apaniguados, comanda o estado que, segundo o Censo 2010, abriga 32 dos cinqüenta municípios mais miseráveis do país.

Quando Sarney chegou pela primeira vez ao poder, no longínquo ano de 1965, o Maranhão ocupava as últimas posições do ranking nacional de desenvolvimento. A partir de então, seu grupo venceu dez eleições para governador, chefiou o Executivo local por 41 anos e… conseguiu o feito de nada mudar.

O “Sarneyquístão” continua ostentando os indicadores sociais mais vexatórios do país, comparáveis aos das nações mais desvalidas do planeta. Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) concluído há duas semanas mostra que a pobreza extrema atinge 14% da população. Em 82 das cidades do estado, a renda média é inferior ao que o Bolsa Família paga em benefícios.

Outro estudo afirma que 78% dos maranhenses dependem de algum programa oficial de transferência de renda. E não foi a natureza que condenou os maranhenses à miséria.

O estado foi um dos mais prósperos do Brasil até o século XIX. Tem uma localização estratégica, mais próximo dos países ricos do Hemisfério Norte, e terras férteis (que só recentemente, com o cultivo da soja, passaram a ser devidamente exploradas). Seus habitantes vivem no atraso por outras razões.

O historiador Wagner Cabral da Costa, da Universidade Federal do Maranhão, identifica três delas. Nos anos 60, o governo estadual distribuiu grandes extensões de terra a empresas privadas, com a justificativa de assim desenvolver a economia local. A conseqüência foi a formação de latifúndios improdutivos que, utilizados para atividades altamente subsidiadas, como a exploração de madeira e pecuária, resultaram em quase nenhum retorno financeiro para a economia maranhense.

O autor da medida? Ele mesmo, José Sarney. Pautados pelo menos duvidosos critérios que não necessariamente os do interesse público, seus sucessores deram continuidade ao erro, esvaziando os cofres do estado para levar para lá indústrias que demandavam pouca mão de obra. Resultado: metade da população economicamente ativa hoje depende da pequena agricultura.

Segundo o historiador, a terceira razão do atraso é a corrupção. “No Maranhão, ela é endêmica”, diz Cabral da Costa. “A rigor, a República nunca chegou por aqui.”
Em quase cinco décadas, Sarney só perdeu o domínio sobre o seu Sarneyquistão uma vez. Em 2006, Jackson Lago (PDT) derrotou sua filha e herdeira política, Roseana, que concorria ao terceiro mandato de governadora. Mas foi apenas um hiato na história. Em 2009, Lago teve o mandato cassado por compra de votos. Morreu há três meses, não sem antes ver seu adversário ressurgir das cinzas com uma aliança inusitada.

Com apoio do ex-presidente Lula, Sarney engajou o PT no projeto de perpetuação de seu clã, conseguiu mais um mandato para Roseana e indicou os titulares dos principais órgãos federais do estado. Lá, a aliança dos dois antigos inimigos foi batizada de “sarnopetismo”. O Maranhão não merecia mais essa praga.

domingo, 26 de junho de 2011

PROBLEMA DA ÁGUA PASSA AO LARGO DA POLÍTICA

Poucos políticos no Maranhão, à esquerda ou à direita, manifestam interesse na situação da água. O rio Itapecuru passa por sérios problemas de poluição e assoreamento. Em São Luís, o quadro é dramático.

Com o Sistema Italuís estrangulado, a única alternativa mais consistente para abastecer a população da capital é o Parque Estadual do Bacanga (PEB), onde ficam localizados a Estação de Tratamento do Sacavém, os poços alternativos da Caema e o reservatório do Batatã.

O parque não tem delimitação nem sinalização, está tomado em parte por ocupações desordenadas e animais. Localizado no centro da ilha de São Luís, o PEB é uma área estratégica para a captura de água da chuva e formação dos lençóis freáticos. De lá são retirados cerca de 20% da água consumida na capital.

Enquanto as cidades civilizadas, como Porto Alegre, tentam ofertar água tratada a 100 % da população, São Luís vive o racionamento permanente.

Esse cenário medieval, típico do Maranhão, é mais uma demonstração da falta de vontade política de sucessivos governos com a qualidade de vida da população.

O Maranhão não teve, ao longo dos últimos 40 anos, qualquer indício de uma política de recursos hídricos. As imagens da água jorrando no Italuís destruído repetem-se todos os anos e nada é feito.

Há uma promessa infinita de duplicação do Sistema Italuís. Promessas tão vazias quanto a duplicação da BR-135, a revolução na educação, os grandes investimento no Maranhão, a geração de milhares de empregos etc.

Na periferia de São Luís, o povo consegue água de poços artesianos sem qualquer controle de qualidade, vendida por carros-pipa ou carroças. Nas campanhas eleitorais, quase nada é debatido sobre o rio Itapecuru ou o Parque do Bacanga.

A Caema, agora sob o comando de Ricardo Murad, precisa de 1 bilhão e 600 milhões para duplicar o Italuis e fazer as estações de tratamento.

Enquanto isso, o povo do Maranhão já castigado pela fome e o analfabetismo, sofre também com a falta d'água. Antes de qualquer coisa, água é um alimento. E o povo do Maranhão, na seca, computa mais um indicador do subdesenvolvimento.

sábado, 25 de junho de 2011

SOBRE HACKERS E CRACKERS

Os ataques aos sites do governo federal difundiram equivocadamente expressões do jargão cibernético, proporcionando o uso generalizado e indevido da expressão "hacker" para designar comportamentos agressivos e até criminosos praticados na rede mundial de computadores.


Na formação da Internet, a cultura hacker foi fundamental para difundir a liberdade e o compartilhamento de softwares, estimular a criatividade e a superação de desafios em busca do progresso tecnológico.


O movimento do software livre e o combate ao monopólio de Bill Gates/Microsoft tem a participação tecnologicamente qualificada e politicamente progressista da cultura hacker.


Além do ativismo hacker, a Internet é tributária da chamada tecnomeritocracia, que consiste na ampla inserção de instituições científicas de pesquisa, voltadas para a criação e o incremento de novos dispositivos de comunicação entre computadores.


O mérito nesse sentido é exposto como um trunfo, uma nova descoberta, sempre no sentido compartilhado e posto a serviço da comunidade tecnológica.


A cultura das comunidades virtuais é outra "manta" componente do grande e misto tecido inacabado e constantemente renovado na rede mundial. São elas, as comunidades, as principais ativadoras e usuárias dos dispositivos postos na rede.


Outro componente fundamental da Internet é a cultura empresarial. Este segmento entra como força de ativação de uma nova economia, em escala internacional, ágil e eficiente, voltada única e exclusivamente para fazer negócios utilizando as plataformas digitais.


A Internet fervilha nesse caldeirão formado pela tecnomeritocracia, combinado à cultura hacker, às comunidades virtuais e aos negócios.


Os crackers são uma subcultura do movimento hacker. Eles atuam em operações organizadas e programadas para atacar sites e expor a fragilidade dos mecanismos de segurança em governos e grandes corporações privadas.


Na obra "A galáxia da internet", o escritor Manuel Castels estabelece as diferenças entre "hackers" e "crackers", mas quem assiste ao Jornal Nacional e ouve as expressões "ataque dos hackers" ou "piratas da Internet" fica até assustado.


Ontem, ao meu lado assistindo TV, um homem simples, evangélico da periferia religiosa, ao ver William Bonner e Fátima Bernardes lendo as manchetes, foi logo dizendo: "é o fim dos tempos".

sexta-feira, 24 de junho de 2011

IBGE: DOS 50 MUNICÍPIOS MAIS POBRES, 32 ESTÃO NO MARANHÃO

A divulgação dos dados do Censo Demográfico do IBGE revela como se comportou a desigualdade social no Brasil de 2000 a 2010 - período em que a renda média do brasileiro subiu 3% em cidades paulistas e 46% em cidades maranhenses.


Mesmo assim, dos 50 municípios mais pobres do Brasil, trinta e dois (32) estão localizados no Maranhão. A menor renda foi registrada em Belágua (MA), cujo valor é R$ 147,70.


Entre 2004 e 2009, o índice de pobreza extrema no Maranhão teve redução de 46%, período que compreendeu os governos José Reinaldo Tavares e Jackson Lago.

A pesquisa da renda domiciliar per capita também aponta que o Distrito Federal tem a maior renda per capita, com R$ 1.774. Contudo, entre os municípios, Niterói (RJ) é o primeiro, com R$ 2.031, 18.



O Estado com menor renda per capita é o Maranhão, com uma média de R$ 405, que também angariou a primeira colocação entre os municípios com a menor renda: Belágua.


Veja a relação dos 15 municípios brasileiros com as menores rendas (Fonte IBGE):


- Belágua (MA) R$ 146,702



- Marajá do Sena (MA) R$ 153,473



- Cachoeira do Piriá (PA) R$ 163,654



- Fernando Falcão (MA) R$ 166,735



- Matões do Norte (MA) R$ 170,766



- Melgaço (PA) R$ 172,287



- Assunção do Piauí (PI) R$ 174,448



- Milagres do Maranhão (MA) R$ 175, 999



- Satubinha (MA) R$ 177, 1110



- Bagre (PA) R$ 178,0411



- Cachoeira Grande (MA) R$ 180,0212



- Santo Amaro do Maranhão (MA) R$ 181,0813



- São Roberto (MA) R$ 181,7714



- Ipixuna (AM) R$ 181,9815



- Presidente Juscelino (MA) R$ 182,18



Fonte: IBGE / Folha Online

ROSEANA ESCANTEADA PELAS MINISTRAS DE DILMA

Sobrecarregado de agendas negativas no seu governo inoperante e desqualificado, a governadora Roseana Sarney (PMDB) passou por mais um constrangimento nesta semana.

As missão do governo federal designada para resolver as tensões em territórios quilombolas do Maranhão foi direto ao Incra, onde os manifestantes estavam acampados, ignorando a governadora.

Roseana queria primeiro uma reunião reservada com a representação do governo, mas foi ignorada. Como tudo no Maranhão é feito sem lei nem ordem, as ministras de Dilma seguiram a risca o script dos mandatários e foram direto aos quilombolas, sem falar com a governadora.

Constrangimento ainda maior sofreu o deputado Chiquinho Escórcio (PMDB). Sem qualquer ligação com os quilombolas, tentou faturar com o movimento, mas acabou desmoralizado.

O melhor governdo da vida (de Roseana) vai de mal a pior.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

PAPOÉTICO COM ELIANE CAFFÉ

A cineasta Eliane Caffé estará hoje (quarta, por causa do feriado de quinta) no Papoético, a partir das 19h, no Sebo do Chiquinho (Chico Discos). Diretora do filme "Um céu sem eternidade", sobre as comunidades quilombolas de Alcântara, Caffé estreou no cinema com "Os narradores de Javé".

Haverá exibição de "Um céu..."e bate-papo com a diretora sobre o filme, pautado nos impactos de Centro de Lançamento de Alcântara sobre as comunidades tradicionais.

O Papoético vem realizando uma série de diálogos sobre Imagens da Cena Visual Contemporânea do Maranhão.

O Sebo do Chiquinho está em novo endereço: rua de São João, 389, esquina com rua dos Afogados, nos altos do banco Bonsucesso, próximo ao semáforo do cruzamento das duas vias. A entrada é pela rua de São João.

Além de vender livros, Chiquinho aluga filmes e vende CDs. Quem quiser pode levar o seu CD para tocar. Lá rola jazz, blues, MPB, rock etc. Funciona um barzinho, onde rolam papos sobre arte e cultura em geral, espaço para leituras de poesia, performances, leituras de trechos de contos e canjas musicais.

CASTELO "APANHA" NA RÁDIO DE ROBERTO ROCHA

A rádio Capital AM 1340 Khz, de propriedade da família do ex-deputado federal Roberto tucano Rocha, critica intempestivamente a gestão do prefeito João Castelo (PSDB).


Diariamente, das 20h às 22h, o programa Comando da Noite, apresentado pelo radialista Gilberto Lima, é um pote até aqui de mágoas com Castelo.


O programa de Lima não enxerga um erro no governo Roseana Sarney (PSDB), mas olha com lupa a des(administração) do prefeito da capital.


A linha editorial da emissora faz todo sentido, confirmando o acordo feito em 2010, quando Bob Rocha foi candidato a senador para dividir os votos da oposição, impedindo a eleição do ex-governador José Reinaldo (PSB).


Nos bastidores políticos é corrente a versão de que Rocha fez um acerto subterrâneo com a família Sarney. A divisão das candidaturas na oposição ao Senado beneficiou a eleição da dupla peemedebista-sarneísta Edison Lobão e João Alberto.


Por isso a rádio Capital poupa Roseana e bate em Castelo. Depois da vitória de Roseana em 2010, toda a grade de programação da emissora mudou, aliviando ou excluindo totalmente as críticas à família Sarney.


Mas Bob Rocha põe cortinas de fumaça na conjuntura. Queixa-se da desatenção do prefeito correligionário. Em declaração pública, o ex-deputado disse que não é recebido por Castelo nem na condição de presidente do PSDB.

A maré também não é boa para Roberto no Jornal Pequeno, tradicional reduto dos tucanos. Domingo passado o ex-deputado escreveu o último artigo no matutino da rua Afonso Pena, criticando de uma suposta esquizofrenia política do diretor geral Lourival Bogéa, codinominado Doutor Peta.


No artigo de despedida, Rocha reclamava dos ataques de Lourival que insinuavam uma armadilha montada por José Sarney na eleição municipal de 2012 para atrair o ex-parlamentar.


Fiquemos atentos a esse jogo, pois, ao atacar Bob Rocha, Doutor Peta estava lá no fundo defendendo os interesses do prefeito João Castelo.


O ex-deputado mandava e desmandava no Jornal Pequeno durante os "bons tempos" do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1994 - 2002). Agora, sem mandato nem poder, Roberto Rocha é carta fora do baralho no diário dos Bogéa.


Ainda resta para Roberto uma aliança com Sarney, viabilizando-se candidato a prefeito de Balsas em aliança com o PMDB. Fora isso, vai tentar em 2014 a volta para a Câmara dos Deputados.


Porém, nem tudo está perdido para o ex-deputado tucano. No twitter, o presidente do PC do B em São Luís, jornalista Marcio Jerry, classificou Bob Rocha como grande liderança da oposição no Maranhão.


Até outro dia tido como desafeto dos comunistas, Roberto virou aliado.

terça-feira, 21 de junho de 2011

MERCADOS OCULTOS NA REVISTA RP ALTERNATIVO

A revista RP Alternativo, produzida por estudantes de Relações Públicas da UFMA, será lançada hoje, às 18 horas, no Mix de Comunicação, tradicional evento midiático do Maranhão.

O Mix inicia às 14 horas, na Associação Comercial, com palestras e debates. O editor deste blogue é o primeiro conferencista da tarde, abordando o tema "rádios comunitárias".

As matérias da RP Alternativo enfocam nesta edição os mercados ocultos de comunicação, destacando situações e lugares fora do circuito comercial onde é possível implantar estratégias e produtos de comunicação.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

PT MAIS PRÓXIMO DE KASSAB EM SÃO PAULO



No encontro dos petistas de SP, neste final de semana, Zé Dirceu e Lula comandaram as articulações para atrair o ex-DEM Gilberto Kassab

Por Alberto Bombig, d'O Estado de São Paulo
estadao.com.br

Sob ataque do DEM em todo o País, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, ganhou no fim de semana um forte aliado em sua intenção de criar seu novo partido, o PSD. Reunido em Sumaré (SP), o PT paulista decidiu manter abertas as portas para que a nova sigla integre a base de apoio da presidente Dilma Rousseff no Congresso e, pelo menos por enquanto, possa até fazer coligações com candidatos petistas nas eleições do ano que vem.


A decisão foi interpretada como um sinal para os demais diretórios do País de que o partido de Kassab não deverá ser tratado como um adversário natural do PT, mas sim como uma sigla a ser usada na sustentação do governo e na luta contra a oposição, especialmente em São Paulo, Estado governado pelo PSDB desde 1995 e hoje a principal obsessão do Planalto e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.


Durante o Encontro das Macrorregiões do PT-SP, a direção paulista conseguiu vetar uma resolução que proibiria alianças eleitorais com o partido de Kassab, caso a sigla seja viabilizada. Seria mais uma medida para asfixiar o PSD no seu nascedouro (São Paulo), pois a nova sigla já é alvo de ações na Justiça capitaneadas pelo DEM, o antigo partido do prefeito.


A proposta de proibir coligações do PT com o PSD partiu de um grupo de petistas da capital do Estado, oposição ao prefeito Kassab. Mas a direção estadual atuou fortemente para evitar que ela fosse aprovada e conseguiu ao menos rachar o partido. O resultado da consulta foi de 236 votos favoráveis à proibição e 236 contrários. Na prática, isso significa que não existe hoje um veto formal ao PSD dentro do comando petista.

A decisão agora deverá ser tomada em um seminário a ser organizado pelo PT somente para analisar a questão. No encontro, que contou com a participação de Lula, os petistas aprovaram o veto formal às coligações com o PSDB, o DEM e o PPS em todo o Estado. Por sugestão de vereadores de São Paulo, o PSD foi incluído na consulta, mas a direção conseguiu barrar a restrição formal ao partido que ainda está na fase de coletas de assinaturas para ser viabilizado a tempo de concorrer nas eleições de 2012.


"Em termos de cenário nacional, seria ruim para o PT paulista mandar um recado negativo ao novo partido do prefeito Kassab. Todos os sinais hoje são para que ele integre a base de apoio ao governo federal no Congresso. Seria, antes de mais nada, prematuro um veto ao PSD neste momento", disse o deputado estadual Edinho Silva, presidente do PT do Estado de São Paulo.


Edinho defendeu pessoalmente a proibição ao veto e colocou todo o peso da direção estadual para evitar que os paulistanos obtivessem êxito. O diretório da capital já declarou ser contra a aproximação com Kassab. 'O PT da capital não aceita qualquer possibilidade de união com o prefeito. Discordamos das políticas públicas implementadas pela gestão dele e vamos permanecer na oposição', diz o vereador Antônio Donato, presidente dos petistas paulistanos.


"A questão da capital não pode balizar o PT em todo o Estado", diz Edinho. Em Ribeirão Preto, importante cidade do interior, por exemplo, a prefeita Dárcy Vera tem a intenção de concorrer à reeleição pelo PSD com o apoio decisivo dos petistas.


Na capital do Estado, o sonho de parte dos petistas seria ter o apoio de Kassab no caso de um eventual segundo turno entre um candidato do PT e um do PSDB. Em conversas reservadas, o prefeito acena com essa hipótese para seduzir os petistas da direção estadual.


CPI do PSD - Donato também é autor de um requerimento que propõe a criação de uma CPI na Câmara Municipal para investigar o suposto uso da máquina pública da gestão Kassab na coleta de assinaturas para a criação do partido. Para isso, são necessárias 28 adesões de parlamentares.


No fim de semana, porém, o governador Geraldo Alckmin declarou não ser favorável à instalação da CPI, o que deve inviabilizar o apoio dos sete vereadores do PSDB à proposta de Donato. Além disso, dentro da própria bancada do PT, Kassab possui a simpatia dos grupos ligados ao vereador Arselino Tatto e ao deputado estadual João Antônio.

domingo, 19 de junho de 2011

REVOLUÇÕES

A melhor notícia da semana que passou e deve ter desdobramentos nos próximos meses foi o "desfile" de mulheres ao volante na Arábia Saudita.


Vendo pela Internet um outro mundo possível, as mulheres sauditas começaram a transgredir os costumes e leis islâmicos que impõem a segregação de sexos em locais públicos, proíbem as mulheres de dirigir e viajar para fora dos países de origem desacompanhadas de um homem da família.


Na esteira das rebeliões contra os ditadores, o mundo árabe passa por transformações profundas, até nas leis e costumes considerados inalteráveis.


As pessoas no mundo inteiro repudiam as ditaduras, as oligarquias e censuras. O mundo islâmico dá sinais de novos tempos. Liberdade, fim dos grilhões, oligarcas, monopólios e concentração de riqueza.


Essa é a nova ordem internacional. Um dia chagará ao Maranhão.

sábado, 18 de junho de 2011

CAFÉ LITERÁRIO DEBATE A POESIA CONTEMPORÂNEA MARANHENSE

Com o tema “A Poesia Maranhense Contemporânea”, mais uma edição do Café Literário será realizada pelo Centro de Criatividade Odylo Costa, filho (CCOCF), órgão da Secretaria de Estado de Cultura, nesta terça-feira (21), às 18h30.


O bate-papo, que reúne autores maranhenses e amantes da literatura, terá participação da poetisa e membro da Academia Maranhense de Letras, Laura Amélia Damous, e dos poetas e jornalistas maranhenses Celso Borges e Paulo Melo Sousa, que também é ambientalista e pesquisador de cultura popular.


Os três comporão a mesa-redonda da noite. Segundo a diretora do Centro, Ceres Fernandes, o Café Literário, que tem se mostrado um espaço legítimo para discussões literárias. “Em cada Café há um enfoque literário diferente. Já passamos pelos aspectos histórico, teatro, cinema, homenagens e agora abordaremos a poesia contemporânea”, ressaltou.


Nesta edição, serão três gerações de poetas, cada uma com seu enfoque. Ainda na programação, serão apresentadas performances poéticas com os poetas Geraldo Iesen, Júlio César e Cláudia Matos.


O evento acontecerá na Galeria Valdelino Cécio, do Centro de Criatividade Odylo Costa, filho (Rampa do Comércio, n° 200, Praia Grande). A entrada é franca.

OS POETAS

Laura Amélia Damous nasceu em Turiaçu (MA) e tem quatro livros editados. Veio para São Luís com oito anos de idade para estudar no Colégio Santa Teresa. Formou-se em bacharel em Filosofia pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA).


Ocupou cargos públicos ligados a atividades culturais. Esteve à frente do Teatro Arthur Azevedo (1983), Superintendente de Interiorização da Cultura da Secretaria de Cultura (1992) e Secretaria de Estado de Cultura entre 1987 e 1989.


Foi secretária-adjunta da Secma (1995/1997) e Sub-chefe da Casa Civil do Governo do Maranhão (1997-2004). Integrou o Conselho Estadual de Cultura, como presidente quando era Secretária da Cultura. Foi eleita para o Instituto Histórico e Geográfico em 2008.

Sua poesia é personalíssima, com lirismo contido e original, rigoroso e espontâneo ao mesmo tempo de grande força expressiva. Sua obra é inteiramente dedicada à poesia: “Brevíssima Canção do Amor Constante”, São Luís: Sioge,1985; “Arco do Tempo”, São Luís: Sioge, 1987; “Traje de Luzes”, São Luís: Sioge, 1993; e “Cimitarra”, São Luís: Uema, 2001. Ocupa a Cadeira nº 6 da Academia Maranhense de Letras eleita em dezembro de 2002.

Celso Borges (Antonio Celso Borges Araujo) nasceu em 1959, em São Luís (MA). Poeta, jornalista e letrista viveu 20 anos em São Paulo e voltou a morar em São Luís em 2009. Parceiro de Chico César e Zeca Baleiro, entre outros, tem oito livros de poesia publicados: “Pelo avesso” (1985); “Persona non grata” (1990); “Nenhuma das respostas anteriores” (1996); XXI (2000); “Música” (2006) e “Belle Époque” (2010). “XXI” é uma antologia com um CD gravado com amigos - Chico César, Rita Ribeiro, Zeca Baleiro, entre outros.


No final dos anos 90, reúne poesia e música, em pesquisa, com referências que vão da música popular brasileira às experiências sonoras de vanguarda. O resultado desse trabalho é registrado nos livros-CDs – “XXI”, “Música” e “Belle Époque”, com participação de mais de 50 poetas e compositores brasileiros.


Nos últimos seis anos, desenvolve os projetos Poesia Dub, com o DJ Otávio Rodrigues, e A Posição da Poesia é Oposição, com o guitarrista Christian Portela. Participou do Tim Festival (SP-2004); Baile do Baleiro, do compositor Zeca Baleiro (SP-2004); Festival Londrix (Londrina-2006); Catarse (Sesc Pompéia-2009) e Projeto Outros Bárbaros (Itaú Cultural, SP- 2005 e 2007).

Tem poemas publicados nas revistas de arte e cultura Coyote, Oroboro e Poesia Sempre (Biblioteca Nacional) e já ministrou oficinas de poesia em São Luís, Imperatriz (MA) e Palmas (TO). Atualmente, apresenta na Rádio Uol o programa Biotônico ao lado de Zeca Baleiro e do DJ Otávio Rodrigues e edita a revista Pitomba com os escritores Bruno Azevedo e Reuben da Cunha Rocha.

Paulo Melo Souza nasceu em São Luís do Maranhão. Formado em Desenho Industrial e Comunicação Social, habilitação em Jornalismo, pela Universidade Federal do Maranhão. Um dos criadores, em 1985, do grupo Poeme-se. Ganhou duas vezes o Festival Maranhense de Poesia Falada, em 1985 e 1987.


Os primeiros registros como escritor datam a partir de 1982, quando participou do Festival de Poesia Falada, promovido pela Ufma, onde ganhou duas menções honrosas. Posteriormente, foi classificado em terceiro e primeiro lugares do mesmo Festival em 1984 e 1987, respectivamente.


Nos anos de 1985 e 86 passou a ser editado na revista Uns & Outros, a partir daí, seus poemas passam a ser publicados em vários números da revista.

Desde 1990, trabalha com educação ambiental, envolvido com a situação da ecologia no Planeta Terra. O primeiro livro de Paulo Melo Souza, “Rua Grande, Um Passeio no Tempo”, publicado em prosa, é uma obra memorialística, onde conta a história da rua de sua infância, da casa em que morou.


O segundo livro, “Oráculo de Lúcifer” (1994) poemas-Sioge, obra classificada pelo Plano Editorial Sioge 94. O livro mais recente é “Visagem”, que ficou em 1ºlugar no Prêmio Sousândrade, pelo Concurso Cidade de São Luís, categoria poesia.


Fonte: Secretaria de Estado da Cultura

sexta-feira, 17 de junho de 2011

CASTELO ENXUGA GELO NA DANIEL DE LA TOUCHE

Quando parecia que estava tudo ruim na gestão do prefeito João Castelo (PSDB), eis que veio o pior. Hoje pela manhã, o trânsito ficou à meia pista no trecho final da avenida Daniel de La Touche, próximo à rotatória.

Eram as máquinas da prefeitura colocando uma nova camada de asfalto na avenida. Camada novinha onde já havia pavimentação.

Com tanto buraco para tapar nas ruas de São Luís, Castelo foi recapear uma via em razoável estado de conservação.

Só há um sentido nesta ação: fotografar e filmar a avenida maqueada para exibir nos informes publicitários da Prefeitura. Aguardemos.

QUANDO O ASFALTO CHEGAR AO SANTA INÊS

Marcos Fábio Belo Matos *


O Santa Inês é um bairro bem pitoresco de Imperatriz. É um bairro de periferia, localizado no que antes se chamava Quinta do Jacó, uma fazenda que foi tendo seus arredores ocupados pouco a pouco por uma população de trabalhadores de origem simples e hoje, de uns cinco anos pra cá, virou uma floresta de condomínios fechados, de muros altos, cheios de carros e de emergentes, de portões automáticos e cercas elétricas. Só eu já contei uns oito feitos e alguns outros por fazer, para tudo o que é desejo e bolso das várias classes médias.


Nas poucas ruas, é possível ver as pessoas sentadas na frente das casas. A gente passa de carro e as elas estão lá conversando, as crianças brincando nas portas, cadeiras, rádios de pilha, bicicletas e motos, fardas escolares, cadernos nos braços e mochilas chegando da escola ou saindo para a aula.


Os moradores esperavam, desde que o novo prefeito assumiu, que ele asfaltasse as ruas do bairro. Ele disse que asfaltaria as principais, parece que tinha uma emenda de um deputado com alguns milhões para isso. Quando o povo cobrava, a prefeitura dizia que não podia, porque as chuvas e tals. Agora que as chuvas pararam, parece que a coisa vai mesmo.


Um dia desses, fui passar pela rua lateral do cemitério e não pude. Havia uns montes de areia, umas caçambas atalhando o caminho, uns caras com pás nas mãos ou espalhando terra. Entendi que era a promessa da prefeitura se cumprindo. Fiz um caminho mais longo, satisfeito por ver que agora a coisa ia mesmo.


As principais ruas, como disse a prefeitura, foram raspadas, parece que passaram uma espécie de piçarra, tá tudo durinho, não levanta muita poeira quando a gente passa. As pessoas, que, em algumas ruas mais prejudicadas, não podiam sentar nas portas, agora estão de cadeira na calçada. À tardinha, ficam todos lá. Parecem bem contentes com o serviço. Parecem felizes com o que já foi feito.


Mas fico imaginando mesmo é quando o asfalto chegar ao Santa Inês. Como ficarão alegres as crianças nas ruas, a profusão de bicicletas e patinetes, alguns patins, os moleques riscando de giz aquele enorme quadro negro, novinho em folha. As pessoas vão querer botar as cadeiras é no asfalto mesmo. Os condôminos da floresta de casas muradas vão comentar que o valor delas vai subir, se quiserem podem até vender...



Aí a gente vai passar de carro (é preciso quebra-molas, autoridades!) e vai ver os velhos, os homens, as mulheres, os moços, as moças e a meninada de riso frouxo, aqueles que não acreditavam que o asfalto chegasse um dia com a cara dos incrédulos satisfeitos por terem sido contrariados. E os que pressagiaram o ‘pretinho básico’, contentes e com aquela frase-clichê: “Eu não disse?”.


Quando o asfalto chegar ao Santa Inês, tudo vai ficar mais bonito, mais moderno, mais valorizado, todos vão se achar mais cidadãos, enfim.


Marcos Fábio Belo Matos é jornalista e professor do Curso de Jornalismo da UFMA/Imperatriz

quinta-feira, 16 de junho de 2011

CINEMA E BLOOMSDAY NO PAPOÉTICO

O “Papoético” do Sebo do Chiquinho nesta quinta-feira 16, às 19h, vai abordar o tema “Imagens da Cena Visual Contemporânea no Maranhão”, com a exibição dos filmes “Litania da Velha” e “Infernos”, de Frederico Machado, seguido de debate sobre o Festival Internacional de Cinema.

Haverá também leitura de trechos do livro “Ulisses”, de James Joyce, em comemoração ao “Bloomsday” (16 de junho). Celebrada em várias partes do mundo, a data é uma referência a Leopold Bloom, protagonista do clássico "Ulisses", considerado o romance mais revolucionário do século XX, lançado em 1922.

Os encontros (Papoético) no Sebo do Chiquinho reúnem pessoas interessadas em arte e cultura para um diálogo descontraído, sob a mediação de algum especialista em literatura, artes plásticas, cinema, teatro, dança, patrimônio cultural etc.

Além de vender livros, Chiquinho aluga filmes e vende CDs. Quem quiser pode levar o seu disco para tocar. Há espaço para leituras de poesia e trechos de contos, performances e canjas musicais.

Lá rola jazz, blues, MPB, rock etc. Funciona em um pequeno barzinho, tem água mineral e bombom da roça para os abstêmios.

O SEBO MUDOU DE ENDEREÇO
Agora está na rua de São João, esquina com Afogados, 384 – altos do banco Bonsucesso.

EVENTO: 3º MIX DE COMUNICAÇÃO DA UFMA

O 3º Mix de Comunicação será realizado dia 21 de junho, no auditório da Associação Comercial do Maranhão, das 13h30 às 20h.


O evento é organizado por alunos do 5º período de Relações Públicas e terá palestras, casos de sucesso apresentados no Prêmio Opinião Pública, divulgação de livros e distribuição da revista RP Alternativo.


Com o tema geral sobre a atuação do profissional de Comunicação em suas mais diversas abordagens, a revista RP Alternativo mostrará as Relações Públicas atuando em setores como cemitérios, aeroportos, futebol, informática, meio-ambiente etc.


O Mix de Comunicação, com o lançamento da revista, permitirá a interação entre professores, pesquisadores e profissionais da área de comunicação do Maranhão e de outros estados, expondo a produção dos alunos de Relações Públicas.


Participará do evento o doutor em Comunicação Rudimar Baldissera, professor pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Informação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Ele vai proferir a palestra “Complexidade nas Relações Públicas”.


Elaine Lina de Oliveira, presidente do CONRERP 2ª Região, fará apresentação de cases premiados no evento mais cobiçado conferido aos profissionais e empresas de Relações Públicas de todo Brasil, o Prêmio Opinião Pública (POP). Duas profissionais maranhenses já foram premiadas pelo POP: Gisele Collins, da VALE, com o projeto “Ligue 100 Bis” e o trabalho “A Escola Visita o Legislativo” de autoria da ex-professora do Curso de Comunicação da UFMA, já falecida, Virgínia Maluf.

O professor do Curso de Comunicação Social da UFMA, Ed Wilson Ferreira Araújo, graduado em jornalismo e mestre em Educação, proferirá palestra sobre “Rádios Comunitárias”.

O evento contará ainda com a presença de Wandira Bastos, apresentando sua experiência como Relações Públicas na Petrobras Transportes (Transpetro Belém – Pará).

As inscrições no MIX estão sendo feitas com os alunos do 5º período de Relações Públicas da UFMA. O valor para estudante de graduação é de R$ 15 e para profissional é de R$ 30. As inscrições serão realizadas até o dia do evento (21 de junho).

SERVIÇO


O quê: 3º Mix de Comunicação e Lançamento da 37ª Edição da Revista RP Alternativo

Quando: 21 de Junho de 2011

Onde: Auditório da Associação Comercial do Maranhão

Horário: 13h30 às 20h

Investimento: estudante de graduação R$ 15 e profissional R$ 30.


Fonte: Ascom do Mix

quarta-feira, 15 de junho de 2011

PAÇO DO LUMIAR É A MINIATURA DO MARANHÃO

Quem percorre as ruas e avenidas de Paço do Lumiar tem um perfeito recorte do Maranhão. Os bairros inteiros no abandono correspondem às cidades esquecidas no interior do estado, sem qualquer infra-estrutura.

As calçadas quebradas, o mato crescido, as crateras nas ruas e a feiura generalizada pintam o quadro da barbárie maranhense. Essa regra geral - a destruição - foi instituída no Palácio dos Leões e incorporada à cultura dos prefeitos maranhenses.

Se você ficar alguns minutos na rodoviária de Peritoró, por exemplo, terá a mesma sensação de estar em qualquer rua de Paço do Lumiar ou em um bairro de São Luís.

Os maus exemplos são seguidos à risca, salvo raras exceções, nesse Maranhão onde até o sol mente, como dizia o padre Antonio Vieira.

Não é só o estado físico -a destruição - de Paço do Lumiar que impressiona. A decadência é, antes, política. Bia Venâncio é daqueles tipos grotescos da política que parece ter emergido de um garimpo ou das cidades recônditas formadas à beira de atoleiros nos grotões do Brasil.

Nesses ambientes, marcados pela ausência da lei e da ordem, a força física e a corrupção administram o caos. Onde falta a política, impera o clientelismo, a chantagem, o arranjo, a pilhagem e toda sorte de coisas sórdidas na vida pública.

Bia Venâncio (des)adminstra a cidade com um desleixo natural, como se faz em quase todas as prefeituras do Maranhão, excetuando-se uma meia dúzia.

E Bia é só festa. Ela posa para fotos, ergue o polegar, sorri muito. Nem parece ser uma administradora bombardeada por denúncias de corrupção dos aliados e adversários.

Paço do Lumiar é um consórcio de maldades. É o caldeirão perfeito da bruxaria política maranhense. Bia Venâncio tem a certeza da impunidade. Por isso faz e acontece nessa miniatura do Maranhão chamada Paço do Lumiar.

terça-feira, 14 de junho de 2011

O SÃO JOÃO SEM MÁSCARAS DE ROSEANA SARNEY

O grupo Sarney sempre manteve o Maranhão no velho esquema do "pão e circo". Desde a posse de governador, em 1966, José Sarney já utilizava as manifestações festivas do Carnaval e do São João como instrumento de hegemonia política.

No documentário "Maranhão 66", de Glauber Rocha, as imagens da posse do então governador registram uma grande batucada na praça João Lisboa.

Nos mandatos de Roseana Sarney, de 1994 a 2002, o Carnaval e o São João foram utilizados como instrumentos de aliciamento de muitos artistas e manifestações culturais.

Neste que esperamos ser o último governo de Roseana não há sequer propaganda institucional das ações oficiais. Nem as famosas maquiagens de obras aparecem na televisão, no rádio ou nos jornais.

A máquina governamental está totalmente paralisada. Não há projeto nem obras. Apenas factóides sem maiores consequências. O Maranhão continua a escalada decadente dos indicadores sociais.

O "melhor governo da minha vida" sequer enfeitou as ruas no São João. Roseana pendurou o fofão do Carnaval e neste São João sequer encomendou a roupa da festa.

Nem na fantasia o "melhor governo da minha vida" aparece. Quem passou os últimos 50 anos fantasiando o Maranhão deixa agora cair a máscara. O governo está despido de tudo. O poder sem pudor mostra sua cara cruel ao povo.

Face a face, sem máscaras nem as armas da crueldade, os Sarney serão desafiados a encarar a verdade. Quem vencerá?

segunda-feira, 13 de junho de 2011

O DISSENSO DE WASHINGTON & CIA



Joãozinho Ribeiro *


A impressão que tenho, sempre que me deparo com as imagens na tela da TV no horário gratuito reservado à propaganda partidária, é de alguém confessando publicamente alguma espécie de crime ainda não tipificado pelo Direito Eleitoral. Monteiro e Washington – um presidente, outro vice-governador – justificando o apoio à governadora Roseana Sarney, protagonizam uma cena que nem mesmo o realismo fantástico da literatura latino-americana seria capaz de conceber.


Não representam mais o passado, muito menos o presente e jamais o futuro de qualquer cenário político que se possa imaginar de mudança social ou de poder em nosso Estado. São como personagens desovados numa trilha onde perderam definitivamente o prumo, o rumo ou qualquer outra reserva, que por ventura algum dia tiveram de conteúdo ético e moral, no que diz respeito à legitimação política.


Fazem parte de um enredo descomunal de desconstrução de um patrimônio político que não lhes pertencia, mas que dilapidaram, em conluio com as forças oligárquicas da capitania hereditária do Maranhão, a troco de migalhas de um poder, cujo núcleo decisório jamais compartilharão.


Não por demérito de suas personalidades, perfeitamente adequadas para o papel que lhes foi confiado, como atores que nem mesmo chegaram à condição de coadjuvantes de tão estapafúrdia novela, porém figurantes de uma mega produção em cuja direção se encontra o dono de suas próprias almas, conduzindo-as, com maestria para o caldeirão de breu, como o barqueiro de Dante.


O óleo fervente, quem sabe, poderá redimir alguns pecados, mas a história, sempre impiedosa, não lhes absolverá. Por mais esforço que empreendam, conclamando novos seguidores, a troco de cargos e benesses temporárias, de pouca monta e de muita cumplicidade com o atraso e com práticas que de há muito infelicitam o nosso Maranhão.


Infelizmente, tenho que reconhecer a magnitude dos danos irreparáveis cometidos neste processo pelo Partido dos Trabalhadores e a responsabilidade pelos que ainda estão por vir. Porque não há nada pior para os setores progressistas numa sociedade politicamente organizada e para a autonomia dos movimentos sociais que levaram anos para se estruturar, do que as ações de cooptação dos comunistas arrependidos, convertidos a um novo credo, totalmente antagônico ao que antes era professado por eles antes, ainda que não concordássemos com eles. Creiam: o estrago é imensurável.


Não faço coro à cantilena das forças conservadoras que imputam aos governos Lula toda responsabilidade pelo atual déficit de legitimação democrática e de participação popular, até porque estas mesmas forças nunca tiveram nenhum compromisso com a democracia, e muitos dos seus representantes escondem os dedos e as mãos sujas de sangue de muita gente morta e torturada durante a ditadura militar.


Por outro lado, entendo que a independência e a autonomia dos movimentos sindical, social e popular pagaram um preço alto neste processo, em que a própria solidariedade que sempre foi a tônica de suas ações de resistência, foi escamoteada em recentes movimentos reivindicatórios, como foi o caso das greves de professores estaduais, dos motoristas e cobradores de ônibus de São Luís, quilombolas, policiais civis, etc.


Nenhuma nota da maior central sindical do País, a CUT, e da própria direção estadual do PT foi emitida. Isso tudo é preocupante, diante da aceitação passiva pela população de mandatos conquistados, cada vez mais, a custa de campanhas milionárias, levando para as casas legislativas pessoas que só conseguem representar a si mesmas, sem vínculo nenhum sequer com qualquer segmento social que seja. Isso vale tanto para os candidatos progressistas, quanto para os conservadores. Tanto para a esquerda e seus extremos, quanto para a direita e os reacionários. A despolitização resulta na aparição dos fundamentalismos inconseqüentes de todos os matizes: ideológicos, políticos e ideológicos.


É nesta nefasta permissividade, em nossa terra chancela pelo silêncio dos intelectuais, que o vice-governador navega, tendo o cinismo político de propor candidatura própria do PT às eleições municipais de São Luís em 2012, fazendo dobradinha com o PMDB, na tentativa de misturar uma biografia irretocável de uma pessoa como Bira do Pindaré com a do atual deputado estadual Roberto Costa.


Não imagino qual será o desfecho desta demoníaca comédia. Só sei que o barqueiro continuará remando e transportando os passageiros, com seus respectivos passaportes, para as profundezas daquele lugar, de onde ninguém tem registro de alguém que tenha retornado.


Joãozinho Ribeiro é poeta e compositor


TSE PREPARA PLEBISCITO SOBRE A DIVISÃO DO PARÁ

O plebiscito sobre a divisão do Estado do Pará deve ser realizado em dezembro de 2011, segundo estimativa do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Caso seja aprovada a divisão, o atual território paraense será redimensionado e surgirão dois novos estados: Carajás e Tapajós. O debate ainda é morno entre os eleitores, mas no campo político-partidário já existe uma ampla mobilização.

O plebiscito no Pará reativou a luta pela criação do Maranhão do Sul. Além da instalação dos comitês em várias cidades que pretendem a emancipação do novo estado, há um forte movimento pela divisão na Internet.

No Facebook, o grupo QUEREMOS O MARANHÃO DO SUL já tem centenas de participantes. Nas regiões Sul e Sudoeste a idéia da separação espalhou-se como rastilho de pólvora.

Quando deputado federal, no início dos anos 1990, Sebastião Madeira (PSDB) foi um dos principais entusiastas do Maranhão do Sul. Atual prefeito de Imperatriz, Madeira sonha em abrigar na região tocantina a nova capital.

Os separatistas têm muitos motivos para pedir a independência. O povo do Maranhão, especialmente nos municípios mais distantes, está cansado da destruição e do abandono.

Se nos arredores da capital São Luís o poder público demora a chegar, nos municípios mais distantes as estradas e o desinteresse encarregam-se de agravar a situação. Talvez seja melhor separar e começar tudo de novo.

sábado, 11 de junho de 2011

CELSO BORGES E BETO EHONGUE EM "A PALAVRA VOANDO"

"A palavra cantada não é palavra falada nem a palavra escrita a palavra cantada é a PALAVRA VOANDO."
(Augusto de Campos/James Joyce)


O cantor e compositor Beto Ehongue faz parceria com o poeta Celso Borges no show "A palavra voando".

As apresentações começam pelo Ceará, na cidade de Juazeiro, dia 15 de junho. No dia 16 a dupla voa para Sousa, na Paraíba, e depois aterrissa em Fortaleza, dia 18.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

A EDUCAÇÃO E A PROVA DOS NOVE


Antonio Lassance, do Boletim Carta Maior



Ao contrário do que parece, não existe e nunca existiu no Brasil o propalado consenso sobre a importância da educação. O que impera é não só o dissenso, fustigado pelo obscurantismo, como um disputa sobre o papel do sistema público, seu peso no orçamento do Estado e sua relação com o mercado da educação, um dos mais rentáveis do País.

É curioso, mas dificilmente fruto de uma mera coincidência, que o fogo cruzado contra o ministro da Educação, Fernando Haddad, tenha se intensificado justamente quando o debate sobre o Plano Nacional de Educação e sobre o futuro de suas políticas no País deveria ser o mais relevante a ser travado neste momento.

Apesar de inúmeros e significativos avanços nos últimos anos, estamos apenas caminhando em uma área na qual o País precisaria estar voando.

O principal obstáculo decorre do fato de que a educação sofreu um profundo processo de fragmentação, confusão ge rencial, subfinanciamento, desmonte de suas estruturas e desarticulação dos setores defensores do sistema público.

A Constituição de 1988 promoveu uma positiva institucionalização da autonomia dos sistemas estaduais, municipais e da universidade. Promoveu a descentralização e a expansão da oferta de vagas, rumo à quase universalização do ensino fundamental.

Todavia, sobretudo a partir dos anos 1990, o federalismo brasileiro passou por um processo de grave distorção. A falência econômica de muitos Estados, por conta de gestões irresponsáveis ao longo dos anos 1980, e suas políticas de terra arrasada (torrar recursos e deixar a casa destruída para governos seguintes) levaram a um contexto favorável ao ajuste fiscal rígido.

Estados e Municípios foram obrigados a reduzir custos, e a educação foi um dos setores prioritários da operação-desmonte. Salários dos professores foram achatados e proliferaram os contratos t emporários. Muitos se tornaram “concurseiros”, policiais, funcionários de bancos, analistas de carreiras vinculadas à gestão da máquina do Estado (tributação, orçamento, administração) e tudo o que, com salários bem mais elevados, demonstrava que a educação não era prioridade.

Ao mesmo tempo, escolas desmoronavam sobre a cabeça de alunos e professores. O ensino técnico havia sido abandonado. O ensino médio, excluído do Fundef, foi deixado à míngua. A maioria dos governadores, na prática, abandonou por completo seu compromisso com a educação, preferindo redirecionar a missão essencial dos Estados às políticas de desenvolvimento econômico, com estímulo à guerra fiscal e obsessão por atrair empresas e e empreendimentos que guardariam relação direta com o financimento de campanhas políticas.

A educação chegou ao fundo do poço, e é por isso que ainda é tão difícil esperar que ela dê saltos. Cada tentativa tem o p rovável resultado de bater com a cabeça na parede.

A fragmentação é tal que há diferenças muito pronunciadas de desempenho entre Estados vizinhos, em uma mesma região, e mesmo de escolas vizinhas, em um mesmo município. A depender do governador, do prefeito e até do diretor, a cada quatro anos tudo pode ser perdido, e a educação passar do vinho ao vinagre. Avanços de uma gestão podem ser revertidos pelas gestões seguintes.

O governo Lula patrocinou grandes conquistas, sob o comando do ministro Haddad. Elevou o gasto com educação e transformou o Fundef em Fundeb, finalmente abrangendo o Ensino Médio. Lula também tomou a decisão crucial de suspender a Desvinculação das Receitas da União (a famigerada DRU), que diminuía o valor dos recursos a serem repassados para a educação. Desde 2003, foram construídos 214 centros de formação profissional e tecnológica, mais do que os 140 erigidos desde 1909. Há 14 novas universidades, al ém de mais de 30 novos campi ligados às universidades já existentes.

O Judiciário brasileiro também deu uma contribuição importante, recentemente, derrotando cinco governadores que haviam pedido a decretação da inconstitucionalidade do piso salarial dos professores estabelecido nacionalmente.

Reverteu-se a absurda situação anterior, na qual, em nome da “responsabilidade” fiscal, o Governo Federal se desincumbia de cumprir sua responsabilidade com a educação.

O fato de o Brasil ocupar, segundo a Unesco, o 88º lugar, entre 127 países, e o 53º, entre 65 países pesquisados pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), tem muito a ver com o fato de a educação ser, igualmente, não a primeira, mas a 53ª ou a 88ª prioridade de muitos governos estaduais e municipais.

É fácil jogar toda a culpa, ou a maior parte dela, sobre o Ministério da Educação (MEC), e mais especificamente, sobre os ombros do ministro Fernando Haddad. Fácil, mas simplista.

Certamente, o MEC cometeu vários erros. O ministério não se empenhou por consolidar a coalizão de defesa do sistema público para além de suas reuniões com outros governos. Demorou muito para fazer a Conferência Nacional de Educação e está longe de ter uma boa relação com as organizações nacionais de professores. Não priorizou o tema da gestão democrática, verdadeira pedra de toque da autonomia do ensino, mas que precisa de parâmetros claros para que não seja mais um ingrediente de desagregação do sistema.

Também não conseguiu estabelecer uma nova estratégia de relacionamento com Estados, Municípios e DF. Hoje, a política do Governo Federal para a educação não é uma política de educação nacional. O que existe são diferentes políticas educacionais espalhadas pelo país, e o esforço do MEC no sentido de harmonizá-las por estratégias de apoio e coopera ção.

Mas os ataques que Haddad tem sofrido ultimamente vêm de quem nunca o aplaudiu, quando de seus acertos. A coalizão que mira no MEC quer acertar na testa destes avanços proporcionados em menos de uma década

Quem conhece um pouco da história da educação no Brasil sabe que inúmeras tentativas de transformá-la mais profundamente são estigmatizadas com pesadelos e fantasmas.

Por exemplo, nos anos 1930, o prefeito do Distrito Federal, Pedro Ernesto, chamou para conduzir seu projeto de reforma do ensino ninguém menos do que o honorável Anísio Teixeira, velho batalhador da educação pública, laica e inovadora. Ambos criaram, como modelo, a Universidade do Distrito Federal. Entre em seus quadros, estavam nomes que reinventaram as ideias sobre o Brasil, como Sérgio Buarque de Holanda, Cândido Portinari, Heitor Villa Lobos, Cecília Meirelles, Álvaro Vieira Pinto, Josué de Castro, Gilberto Freyre e Mário de Andrade. Portanto , gente de todos os matizes.

O que isso rendeu a Pedro Ernesto? A acusação, feita pelos conservadores, de abrigar comunistas, de ser um ateu, contrário ao ensino da palavra de Deus. Anísio Teixeira demitiu-se. O prefeito foi exonerado e preso, acusado de simpatia com comunistas. A UDF foi absorvida, no Estado Novo, pela Universidade do Brasil (atual UFRJ) e seus professores passaram a ser contratados com crivo sobre suas convicções ideológicas e religiosas, sob a lupa de Alceu Amoroso Lima e do Cardeal Leme.

O projeto de Anísio Teixeira retornou revigorado, décadas depois, em Brasília, no projeto de Escola Parque, de tempo integral, e com Darcy Ribeiro, com a Universidade de Brasília. Nova ditadura, a de 1964, interrompeu o experimento.

A educação no Brasil, sucessivamente golpeada pelo autoritarismo, em períodos democráticos é bloqueada quando pretende avançar. É por isso que ela se arrasta vagarosamente. A primeira Lei d e Diretrizes e Bases só foi promulgada em 1961, sendo que estava prevista desde a Constituição de 1934 (na forma de um Plano Nacional de Educação). Foram 13 anos de tramitação, desde o envio de seu projeto, em 1948. A segunda LDB, estabelecida pela Constituição de 1988, só chegaria à sua redação final em 1996.

A institucionalização das regras nacionais para a educação é sempre muito lenta. Isso nada tem a ver com democracia e tempo de debate. Pelo contrário. Esses projetos são deliberadamente entregues a uma tramitação modorrenta, com parlamentares que se esmeram por mantê-los em total monotonia, enquanto agridem a compreensão pública com polêmicas disparatadas. Atiram para todos os lados em questões pontuais, enquanto agem solenemente em prol do silêncio de cemitério, trilha sonora mais comum do debate sobre os rumos da educação.

Enquanto esperamos que o MEC seja rápido para corrigir seus erros e evitar que eles se repi tam (como no caso do 10-7=4), é preciso ter clareza dos grandes desafios que se tem pela frente. O importante já não é apenas superá-los, evitando retrocessos, mas fazê-lo ainda mais rapidamente. O atraso histórico amargado pelo sistema público de educação é de tal monta que mesmo alguns resultados exuberantes colecionados nos últimos anos deixam a sensação de uma vitória de Pirro para professores e estudantes.

Mais do que dar continuidade ao que foi feito, seria hora de uma guinada.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

UMA LEITURA DO IPTU

A cobrança do IPTU 2011 começou errada e tem tudo para ser um fiasco. O prefeito João Castelo (PSDB) transformou o tributo em uma plataforma eleitoreira e demagógica ao isentar 128 mil famílias da cobrança.

A isenção é uma medida despolitizadora. Inibe o exercício da cidadania. Quem não paga não tem o direito de cobrar as responsabilidades do governante.

Consequentemente, Castelo lava as mãos sobre a cidade, principalmente nos bairros populares e na periferia, onde a isenção campeia.

O prefeito espera ter retorno em votos de quem não vai pagar o imposto. Se a cidade já está abandonada com todos pagando o IPTU, imagine como Castelo vai deixar São Luís com a isenção de 128 mil famílias.

Para contrapor a isenção, Castelo atacou a classe média alta, formada por uma elite de profissionais liberais, setores do Judiciário, do Legislativo e do Executivo moradores dos bairros nobres.

O aumento exorbitante nessas áreas mexeu nos interesses de quem nunca pagou ou daqueles que pagavam o necessário e sentiram-se assaltados com os novos valores.

Foi o suficiente para a OAB agir, pedindo a suspensão da cobrança. Rapidamente o Judiciário concedeu uma liminar, fechando o cerco contra o prefeito.

Castelo apostou muitas fichas no IPTU. Esperava que o "liberou geral" lhe rendesse a popularidade perdida com o abandono da cidade.

Mas nem sempre o esperto engana a todos o tempo inteiro. Sem a demagógica plataforma o IPTU, Castelo lançou um pacote de obras na zona rural, prometendo asfaltar 56 Km de ruas.

Trata-se de um jogo combinado: isentar os bairros populares e asfaltar a periferia. Castelo sabe como ganhar eleição na capital, mas até agora está sem eira nem beira.

terça-feira, 7 de junho de 2011

CULTURA E MEIO AMBIENTE NOS CAMINHOS DA FUNDAÇÃO RIO TOCANTINS

Entrevista produzida por estudantes do Curso de Jornalismo de Imperatriz

Criada há quase nove anos, em 22 de novembro de 2002, a Fundação Rio Tocantins é uma instituição autônoma e sem fins lucrativos que prega o crescimento da sociedade através da valorização da cultura e da preservação do meio ambiente. A entidade, com sede no povoado de Bela Vista, em São Miguel do Tocantins, tem como finalidade coletar dados, reunir em acervo, exibir e publicar estudos científicos da cultura, tanto material quanto imaterial, do pescador em seu ambiente, mostrando o elo que existe entre um dos laços mais fortes da cultura do povo imperatrizense, a pesca e o meio ambiente.

Presidente da Fundação, Zeca Tocantins, cantor, poeta e escritor, é um dos mentores da instituição. Em entrevista a um grupo de estudantes do curso de Jornalismo da Universidade Federal do Maranhão, campus Imperatriz, Zeca falou sobre o papel da Fundação nas áreas de meio ambiente e da cultura.

Como surgiu a Fundação Rio Tocantins?

Bem, acho que há uns de 10 anos atrás, cheguei em Imperatriz e minha mãe estava muito doente. Ai resolvemos ficar por aqui, eu e alguns amigos, e fundamos a Fundação Rio Tocantins, com proposta de dar visibilidade ao rio (Tocantins), mas através de uma construção diferente, seguindo a partir de uma consciência diferente. Não era assim, vamos dizer, pegar a canoa, retirar lixo do rio... não tinha essa proposta. A gente fez vários cursos, sempre na área que eu conheço mais que é a área artística. Ai a gente sempre comenta sobre o rio para despertar nas pessoas essa consciência.

Qual o significado do rio Tocantins na sua vida e na vida da Fundação?

Olha, primeiramente meu pai era pescador. Eu praticamente nasci dentro de uma canoa. Então ele (rio Tocantins) tem todos os significados, desde o produtivo, do concreto, do alimento ao lírico, à poesia. Para nós, o rio é de uma grande importância.

O projeto da Fundação tem como intuito o despertar para uma consciência ambiental?

A consciência sempre esteve como proposta. O que a gente não tem como proposta é limpar o que as pessoas sujam. Então, a consciência é uma atuação diferenciada porque, às vezes, até quando tivemos outros presidentes (da Fundação Rio Tocantins), eles já tinham outro ponto de vista sobre a questão, ou seja, de passar para a praia e juntar as garrafas. Isso eu não faço, eu não vou limpar o lixo de ninguém. Quem quiser que limpe seu lixo.

Entre os líderes do projeto, quantas pessoas estão envolvidas e quem são?

Nós somos poucos. Uma média de meia dúzia de pessoas e essa meia dúzia de pessoas se distribui de acordo com um determinado projeto que a gente vai viabilizando. E ai sim, envolvem 30, 40, 50 pessoas. Depende dos projetos que a gente viabilize.

Fale um pouco sobre o FMI (Festival de Música Imperatrizense) idealizado por vocês.

O caso do FMI, como já diz, até o próprio nome Festival de Música de Imperatriz, como não tivemos condições de fazer um grande festival e eu sempre sonho em fazer um grande festival até porque Imperatriz foi palco dos maiores festivais do Brasil, a Fundação assumiu esse compromisso. Esse evento é um festival doméstico e que de certa forma cresceu e nós temos dificuldades de dar sustentação a esse festival. Mas de qualquer maneira nós já estamos na quinta edição e todos os anos a gente grava um disco desse projeto.

Como vocês fazem para manter o projeto?

Todo o ano tem uma luta diferente. A gente tem que arregaçar as mangas e ir atrás de patrocínios. Sempre a mesma cantiga, a mesma história, as mesmas dificuldades, mas a gente acaba agregando esses projetos que a gente faz, novos valores, novos elementos e esses elementos acabam estimulando a gente, dando força, energia, para que a gente possa contribuir e continuar na luta.

Com relação aos patrocínios para o FMI, como funciona?

Todo ano a gente manda projetos. Às vezes o Estado (Maranhão) patrocina. No ano passado quem patrocinou foi a Suzano. Quando não tem, a gente patrocina, mas todo ano a gente realiza o festival. Tem ano que não tem patrocínio, mas a gente tem conseguido realizar o festival, que, como eu falei anteriormente, não é muito caro. Meu grande sonho realmente é realizar na cidade o Imperatriz Festival: Palco das Canções do Brasil. Seria um festival nacional, um festival mais canto, que vai ter uma avenida enorme de tudo quanto é produção artística, desde camisetas a trabalhos artesanais, unindo todos os elementos culturais artísticos dessa cidade dentro do projeto. Esse sim é um projeto caro e a gente ia acabar atropelado pelo preço. Por isso a gente abraça o FMI, que é o Festival de Música de Imperatriz.