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sexta-feira, 21 de setembro de 2012
A MÚSICA AFRICANA DE MAYRA ANDRADE
O canto africano sempre foi datado e consumido pela singularidade e pela “exótica” sonoridade que poucos conheciam. Foi dessa maneira que vozes femininas como a de Miriam Makeba meados dos anos 60-70, e de Cesária Évora - nos anos 70-80, que entre outras, provocaram e abriram portas para o que era produzido na África.
Cesária foi antecessora de Mayra na música cabo-verdiana e alcançou status de rainha da morna, ela disseminou o canto que vinha do país de origem vulcânica constituído por dez ilhas.
Mayra, diferentemente dessas cantoras, atualmente, trabalha com a amplitude da música africana e sua conexão com outras línguas e ritmos – sem esquecer suas raízes: “uso as minhas raízes para tentar fazer algo novo”, disse em entrevista ao site Blitz de Portugal.
O “algo novo” na música de Mayra é traduzir a universalidade da música sem estereótipos, e muito menos classificações. E ela de uma maneira provocativa trabalha suas canções principalmente com a língua crioula, mesmo tendo o controle e a possibilidade de cantar na língua inglesa, portuguesa ou francesa, ela opta em levar o crioulo como interlocutor da modernidade de sua produção.
Em todos seus discos há canções em outras línguas, mas o crioulo se manifesta em sua grande maioria ficando claro que a mensagem pessoal-universal da música extraterritorial de Mayra Andrade não suportaria outro dialeto.
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