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domingo, 19 de junho de 2016

DENÚNCIA DE “FANTASMAS” NA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA PODE IMPLODIR OS TRIBUNAIS DO MARANHÃO

Tribunal de Justiça do Maranhão pode ser objeto de investigação federal
Uma grande expectativa ronda a revelação da lista de funcionários da Assembleia Legislativa do Maranhão (Alema), determinada pelo juiz Douglas de Melo Martins, da Vara de Interesses Difusos e Coletivos de São Luís.

Acuada, a cúpula da Alema, presidida pelo deputado Humberto Coutinho (PDT), tomou duas providências: 1) despejou a sede do Sindicato dos Servidores do Legislativo (Sindsalem); 2) recorreu ao Tribunal de Justiça (TJ) para impedir que a decisão do juiz seja acatada.

Liderando a greve dos servidores, o sindicato questiona a negativa de reajuste da categoria e denuncia que altos cargos do poder Legislativo são objeto de sinecura.

A decisão da Alema (ao expulsar o Sindsalem), em vez de inibir as denúncias, atiçou os fatos e pode ganhar o interesse do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Há fortes indícios de que as cúpulas da Alema, do TCE (Tribunal de Contas do Estado) e do Tribunal de Justiça mantêm parentes empregados, sem trabalhar, recebendo altos salários.

O esquema funcionaria assim: os presidentes dos tribunais loteiam parentes e aderentes nos altos cargos do poder Legislativo, que seria retribuído na mesma moeda com sinecuras no TJ e no TCE.

VENDA DE SENTENÇAS

Desde a repercussão nacional sobre o emprego fantasma do médico Tiago Maranhão, filho do presidente interino da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP), que mora em São Paulo e recebia sem trabalhar no Tribunal de Contas do Estado (TCE), os órgãos de fiscalização e controle acenderam a luz amarela.

As denúncias sobre os fantasmas já foram oficializadas pelo Sindsalem à Procuradoria Geral da República (PGR) e podem gerar uma ampla investigação sobre as folhas de pagamento dos tribunais.

Se o Ministério Público Federal e o Conselho Nacional de Justiça quiserem ampliar as investigações, podem se debruçar também sobre a suposta venda de sentenças no Tribunal de Justiça do Maranhão.

A propalada indústria de liminares seria o fio da meada para explicar o constante “sobe e desce” de prefeitos nas cidades maranhenses, a maioria dominada por agiotas, atuantes no financiamento de campanhas e, posteriormente, no controle das administrações.

O esquema da agiotagem coloniza uma parte considerável das prefeituras do Maranhão e é um dos maiores sangradouros de dinheiro público no estado mais pobre do Brasil.

3 comentários:

Anônimo disse...

Espero que o governador não ajude a barrar a investigação devido pessoas próximas dele terem se beneficiado dessa prática num passado próximo. O sindicato tem que desmascarar esses indivíduos, e que o povo tome conhecimento de cada pessoa que usufruiu do dinheiro público sem mover uma palha.

Unknown disse...

Caro Ed Wilson,parabéns pela qualidade do texto e pelas verdades ditas...a mudança de verdade ainda precisa chegar ao Maranhão.

Unknown disse...

Caro Ed Wilson,parabéns pela qualidade do texto e pelas verdades ditas...a mudança de verdade ainda precisa chegar ao Maranhão.