1) Os saques estratosféricos no Bolsa Família;
2) O resgate de trabalhadores em condições análogas à escravidão, na área nobre de São Luís;
Os dois fatos relacionam-se muito. Se com o Bolsa Família o Maranhão ainda apresenta os piores indicadores econômicos e sociais do Brasil, imagine se a grande massa pobre não tivesse pelo menos a ajuda de custo do governo federal?!
A população maranhense está em torno de 6,5 milhões de pessoas.
Cerca da metade dos moradores, equivalente a 3,2 milhões de pessoas, recebe o
Bolsa Família, abrangendo 791.449 de lares cadastrados em todos os municípios
do estado.
Os números colocam o Maranhão como o maior cliente do Bolsa
Família em todo o Brasil.
O Bolsa Família é forte porque o
governo Roseana Sarney (PMDB) não tem qualquer interesse em promover o
desenvolvimento, a geração de empregos, a qualificação profissional ou qualquer
outra iniciativa que tire o Maranhão da miséria.
Associada ao PT de Lula e Dilma, a oligarquia Sarney tem
total interesse em manter a metade da população dependente do Bolsa Família e
dos outros programas assistencialistas.
A regra é deixar 50% da população dependente e escrava das
bolsas ou das migalhas eleitorais.
Mesmo com a ajuda do governo federal, o Maranhão ainda é
visto como lugar de aberrações, como o vereador do PT Juscelino do Carmo
Araújo, de Coroatá, denunciado por receber o Bolsa Família.
Mais bizarra que a boquinha do vereador do PT, só o
flagrante do Ministério Público do Trabalho (MPT) na construção do Arraial da
Lagoa, na área nobre de São Luís, palco principal do São João de Roseana Sarney
e Ricardo Murad.
A blitz do MPT encontrou 25 trabalhadores em condições análogas
à escravidão, construindo o Arraial da Lagoa. Esses 25 homens talvez não recebam
sequer o Bolsa Família, tendo de aceitar a humilhação do trabalho semi-escravo
na obra junina de Sarney & Murad.
Sem empregos decentes, muitos maranhenses migram para as
fazendas de trabalho escravo no Pará ou para os canaviais de São Paulo, onde,
distantes da família, tentam a sorte sob todos os riscos – inclusive a morte.
Quando os maranhenses não têm “chance”
de serem escravizados no Pará, pode ser aqui mesmo, bem na área nobre de São
Luís, no canteiro da maior festa da governadora, onde certamente estará
escrito: “o melhor governo da minha vida.”
O Maranhão do trabalho escravo precisa libertar-se da
escravidão do Bolsa Família. Queremos desenvolvimento, oportunidades, empregos,
produção, competitividade.
A população precisa se libertar desse coronelismo atrasado
que ainda mantém seres humanos trabalhando em condições análogas à escravidão
em plena área nobre da capital.
Chega desse coronelismo atrasado, onde uma pequena
aristocracia parasitária beneficia-se das riquezas do Maranhão, enquanto metade
da população depende do Bolsa Família e, parte dela, tem de vender a
mão-de-obra em condições subumanas às empreiteiras contratadas pelo Governo do
Estado.
É preciso matar dois males no Maranhão: a escravidão do
Bolsa Família e o trabalho escravo.
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