Acuado, Cutrim reage às acusações, enquanto... |
...Roseana Sarney dá adeus aos antigos colaboradores. |
Ex-secretário de Segurança no
governo Roseana Sarney (1997-2006 ), Cutrim mandava e desmandava no sistema
policial e foi peça-chave na CPI do Crime Organizado, em 1999, que desmontou
uma parte das quadrilhas do Maranhão.
Depois de Cutrim, outros bandos
criminosos ficaram até mais fortes e sofisticados, a exemplo dos agiotas, que dominam o
financiamento das campanhas eleitorais e os negócios nas prefeituras.
Mas a era cutriniana passou. Sarney
o trocou por Aluisio Mendes, atual titular da Segurança e um dos principais
algozes do ex-secretário.
Por mais de uma vez, Cutrim já disse
com todas as letras que as citações do nome dele no inquérito que investigou a
morte do jornalista Décio Sá foram armadas nos bastidores da Secretaria de
Segurança.
Cutrim atacou não só o secretário
Aluisio Mendes, com adjetivos impublicáveis, como também desferiu críticas ao
Sistema Mirante de Comunicação, de propriedade da governadora Roseana Sarney
(PMDB), a quem ele tanto serviu no passado.
De acordo com as especulações
cutrinianas, os arquitetos da execução de Décio Sá prestaram depoimentos
forjados e o Sistema Mirante vem praticando um jornalismo pistoleiro na
cobertura do episódio.
A primeira parte da sentença pode
até ser verdadeira, mas a segunda, não! Os jornalistas não colocaram as
palavras na boca dos depoentes. Se o nome de Cutrim surgiu no inquérito, não há
como escondê-lo do conhecimento público.
Fato concreto é que Cutrim está
acuado, isolado, preocupado e citado como suposto envolvido no esquema que
levou à execução de Décio Sá. Além disso, ele também passou a freqüentar o noticiário
que denuncia o esquema de grilagem de terras na região metropolitana de São
Luís.
Delegado experiente, acostumado a
lidar com o crime, Cutrim reagiu feito um animal ferido que tem gosto de sangue
na boca.
No desdobramento do inquérito, o
deputado foi à tribuna da Assembléia Legislativa propor uma CPI para investigar
a agiotagem e pediu que ele próprio fosse convocado a depor.
Cutrim fez uma jogada arriscada,
algo tão grave quanto um general romano (acompanhado de suas tropas) violar a
regra que proibia atravessar o riacho Rubicão após o retorno das batalhas.
Ocorre que Cutrim está sem tropas,
não é mais general (secretário) e o Palácio dos Leões o botou para correr, só
restando a ele atravessar o rio Anil no sentido Beira-Mar/São Francisco.
O ocaso do deputado e ex-secretário
é um exemplo para refletir sobre como a oligarquia Sarney usa e descarta as
peças do jogo político sempre que é conveniente ao interesse de manter o
controle do Palácio dos Leões.
Cutrim, o homem que mandava prender
e soltar, virou presa fácil de Aluisio Mendes, o predador do momento neste
Maranhão onde um dia se é caça e, no outro, caçador.
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