Engarrafamento em São Luís. Imagem capturada no blogue de Hugo Freitas |
Com 300 mil carros, São Luís não comporta mais carretas. A melhor campanha é o contato direto com o eleitor e a propaganda nas mídias eletrônicas.
As regras da propaganda eleitoral já avançaram em alguns
aspectos importantes. A proibição dos showmícios, da distribuição de camisas e
brindes pelos candidatos evitou, em parte, a comercialização das campanhas.
Agora é chegado o momento de a Justiça Eleitoral rever o
sentido das carreatas. Os desfiles de carros estimulam a distribuição de gasolina
ou álcool, uma forma indireta de trocar o voto ou apoio político por
combustível.
Além de estimular a compra indireta de votos, as carreatas
estão na contramão de um dos principais temas abordados por uma boa parte dos
candidatos – a mobilidade urbana.
Em São Luís, onde o discurso sobre o trânsito atravessa
todos os bate-papos informais, familiares, parlamentares etc, é inconcebível
que o motorista comum, não engajado em campanhas, seja submetido aos
engarrafamentos gigantes provocados pelas carreatas dos candidatos.
Não só pelos engarrafamentos, mas também pela poluição
sonora, as carreatas tornaram-se defasadas como forma de tentar convencer o
eleitor de forma propositiva e consistente.
As carreatas viraram apenas uma demonstração de força, poder
econômico e exibicionismo daqueles que têm mais dinheiro para esbanjar nos
postos de gasolina.
A melhor campanha ainda é a caminhada pelas ruas, o corpo a
corpo entre os candidatos e os eleitores, olho no olho, face a face, até como
forma de o candidato conhecer de perto os problemas da cidade.
Outra forma de otimizar as campanhas é ampliar o tempo da
propaganda eleitoral. Há tempos das campanhas ganharam uma dimensão midiática
intensa. Proibir as carreatas e dar mais tempo no rádio e na TV aos candidatos é
uma boa forma de contornar o problema.
Quem não quiser assistir, desliga a TV. É cômodo para todos.
Incomodo mesmo é o eleitor tentar se deslocar e ficar impedido pelas carreatas.
Na tentativa de mobilizar a atenção do eleitor, as carreatas
acabam imobilizando o trânsito.
As campanhas só tendem a melhorar se for ampliado o corpo a
corpo com o eleitor e o horário eleitoral. É a forma ideal de mobilização para
evitar a imobilidade da cidade com as carreatas dos candidatos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário