O livro 70 anos de Radiojornalismo no Brasil – 1941-
2011 é um dos finalistas do Prêmio Jabuti 2012, na categoria Comunicação.
Publicado pela Editora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e
organizado pela professora Sônia Virgínia Moreira, o livro é fruto de um
trabalho coletivo do Grupo de Pesquisa Rádio e Mídia Sonora da Intercom –
Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação. Com 22
textos, a obra reflete sobre os 70 anos do radiojornalismo brasileiro,
inaugurado com o Repórter Esso.
A professora Sônia explica que o rádio, como é
conhecido hoje, teve início no Brasil em 28 de agosto de 1941, data da primeira
edição do Repórter Esso, transmitido em ondas médias e curtas pela Rádio
Nacional do Rio de Janeiro. Antes, funcionara de modo experimental na Rádio
Farroupilha, de Porto Alegre, com a voz que se tornaria a marca principal do
programa: a do locutor gaúcho Heron Domingues.
A professora lembra que, das principais contribuições do
Repórter Esso, três merecem ser assinaladas: “Introduzir no Brasil o noticiário
com linguagem própria para o rádio; instituir, nas emissoras de rádio, horários
pré-determinados para os jornais falados e organizar um Manual de Produção,
o primeiro destinado à elaboração de noticiário radiofônico no Brasil”.
Os artigos do livro 70 anos de Radiojornalismo no
Brasil – 1941- 2011 são apresentados em quatro seções. Na primeira
parte, intitulada Jornalismo de Rádio: referencial histórico, cinco
autores abordam momentos distintos do jornalismo radiofônico. Luiz Artur
Ferraretto traça uma evolução do radiojornalismo a partir do Repórter Esso até
o momento de convergência de mídia; Valci Zuculoto analisa o modelo presente na
origem das notícias para o rádio; Flávia Bespalhok relata o surgimento e a
evolução do jornalismo na Rádio Continental do Rio de Janeiro; Ana Baumworcel
resgata período singular da cobertura jornalística no rádio ao recuperar as
formas de resistência do discurso sonoro na Rádio Jornal do Brasil AM; Pedro
Vaz reconstrói depoimentos e imagens que marcaram o Repórter Esso.
A segunda seção do livro – A notícia, a reportagem, o
repórter de rádio – reúne os artigos de Nélia Del Bianco sobre as
transformações do jornalismo e da notícia considerando as tecnologias digitais;
de Francisco Sant’Anna sobre o principal e mais premente desafio do jornalismo
de rádio hoje no Brasil – o de produzir informação sem jornalistas, com grande
dependência nas fontes; de Dóris Haussen, sobre a circulação da informação em
emissoras de rádio no Brasil, na Argentina e no Uruguai; de Débora Lopez sobre
o Repórter Esso e o modelo de sínteses radiofônicas contemporâneas; de Júlia
Oliveira Silva e Patrícia Rangel sobre o papel e as possibilidades da série de
reportagens e do documentário no rádio; e o de Leandro Olegário, que aponta a
influência do Repórter Esso em dois exemplos de sínteses noticiosas de
emissoras gaúchas.
Na terceira parte, dedicada a Linguagens e Públicos do
rádio e do radiojornalismo, Mágda Cunha analisa o papel do ouvinte no rádio;
Cida Golin, Ana Laura de Freitas e Natália Pianegonda exploram formatos do
jornalismo cultural no rádio; Marcelo Cardoso apresenta considerações sobre as
narrativas no rádio; Edgard Patrício relata experiência de radiojornalismo
educativo; e Dioclécio Luz aborda o jornalismo nas rádios comunitárias.
A quarta e última parte do livro está reservada a Análises
Regionais. Luciana Miranda apresenta dados históricos e contemporâneos do
radiojornalismo no Pará; Vera Raddatz compara os programas jornalísticos de
emissoras situadas nas fronteiras dos estados do Rio Grande do Sul e de Mato
Grosso do Sul; Eliana Albuquerque analisa as formas de produção e os desafios
que se apresentam para os jornalistas e o jornalismo em emissoras do sul da
Bahia; Moacir Barbosa de Sousa registra as etapas de desenvolvimento do radiojornalismo
da Paraíba; Graziela Bianchi e Marta Maia comparam a recepção de programas
jornalísticos em emissoras das cidades de São Paulo e Porto Alegre; e o grupo
de autores formado por Nair Prata, Wanir Campelo, Waldiane Fialho, Ângela de
Moura e Sônia Pessoa apresenta o resultado de levantamento inédito realizado
nas instituições de ensino superior de Belo Horizonte para detectar as formas
de abordagem do rádio em Trabalhos de Conclusão de Curso (TCCs).
O Prêmio Jabuti
A história do Prêmio Jabuti começa por volta de 1957, quando
a Câmara Brasileira do Livro decidiu premiar autores, editores, ilustradores,
gráficos e livreiros que mais se destacassem a cada ano. A primeira premiação
ocorreu no final de 1959, quando foi laureado, por exemplo, o escritor Jorge
Amado, na categoria Romance, pela obra Gabriela, Cravo e Canela.
A primeira edição do Jabuti premiava apenas sete categorias,
hoje são 29, contemplando todas as esferas envolvidas na criação e
produção de um livro, passando pela tradução, ilustração, capa e projeto
gráfico, além das categorias tradicionais como romance, contos e crônicas,
poesia, reportagem, biografiam comunicação e livro infantil. Por sua
abrangência, o Jabuti é considerado o maior e mais completo prêmio do livro no
Brasil.
A apuração da segunda fase do 54º Prêmio Jabuti será realizada no dia 18 de
outubro e a cerimônia de premiação acontece no dia 28 de novembro, em São
Paulo.
SERVIÇO
Livro: 70 anos de Radiojornalismo no Brasil – 1941- 2011
Organizadora: Sônia Virgínia Moreira
Contato: soniavm@gmail.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário