Quarta edição de RicoChoro ComVida terá Vinil Social Club,
Regional Tira-Teima, Josias Sobrinho e a participação especial de Maria Vitória
As atrações da vez são o DJ Marco Antonio Brito, que quando
risca agulhas assume a identidade de Vinil Social Club, o Regional Tira-Teima,
mais antigo grupamento de choro em atividade no Maranhão, e Josias Sobrinho, um
dos mais respeitados compositores do Brasil, já gravado por nomes como Ceumar,
Diana Pequeno, Leci Brandão e Papete, entre muitos outros. A noite terá ainda a
participação especial de Maria Vitória, talento-mirim recém-revelado pelas mãos
da mãe produtora Ópera Night.
Os ingressos para a quarta edição de RicoChoro ComVida podem
ser adquiridos no local. Reserva de mesas pode ser feita pelo telefone (98)
988265617.
Marco Antonio Brito explica por que o nome artístico de
Vinil Social Club: “remete ao trabalho que desenvolvo nessa área, que é dar
ênfase ao vinil, resgaste e preservação da música e acima de tudo na
ritualização de se escutar música. O vinil é o único molde de propagação de
música gravada que você pode ver claramente de maneira material a música sendo reproduzida.
O ritual de pegar um disco, retirar da capa, por para tocar e ver a rotação
hipnotizante do disco rolando na vitrola faz com que nos concentremos em
escutar a música e possibilita um grau maior de sentir e entender a música”,
explica.
“Nessa apresentação, selecionaremos do nosso acervo de LPs e
compactos muito choro, que pelo nome do projeto [RicoChoro ComVida] e no que
ele se predispõe fazer não poderia ser diferente, e também tudo que essa música
belíssima influenciou na musica brasileira. Teremos muito samba, bossa, jazz
samba, samba jazz, samba rock, música regional, todo esse universo eclético que
forma a música e alma brasileiras”, antecipa o repertório, ele que se apresenta
todas as terças-feiras no Bar Chico Discos.
Formado por Paulo Trabulsi (cavaquinho solo), Luiz Jr.
(violão sete cordas), Zeca do Cavaco (cavaquinho centro), Zé Carlos
(percussão), Serra de Almeida (flauta) e Henrique (percussão), o Regional
Tira-Teima está na ativa desde o final da década de 1970. A formação original
contou, entre outros, com nomes como o multi-instrumentista Ubiratan Sousa – de
um choro de sua autoria o grupo herdou o nome – Adelino Valente (bandolim),
Antonio Vieira (percussão), Sérgio Habibe (flauta), Cesar Teixeira
(cavaquinho), Chico Saldanha (violão) e Arlindo Carvalho (percussão). O único
remanescente da formação original é Paulo Trabulsi, que com 17 anos participou
da gravação do antológico Lances de Agora [1978], de Chico Maranhão, realizada
por Marcus Pereira para sua gravadora, na sacristia da secular Igreja do
Desterro.
O grupo está às vésperas de lançar seu primeiro disco, cujo
repertório mescla peças autorais a um trabalho de pesquisa de choros de autores
maranhenses antigos, nos moldes do inaugural Choros maranhenses [2005], do
Instrumental Pixinguinha, primeiro registro fonográfico inteiramente dedicado
ao choro no Maranhão.
O produtor Ricarte Almeida Santos entusiasma-se com a
notícia: “já é mais que hora de ouvirmos um registro gravado do Tira-Teima.
Pela importância de seus membros, pela longevidade do grupo e por tentativas
anteriores que infelizmente foram abandonadas”, afirma. Algumas peças do disco,
já anunciadas em entrevistas de seus membros à série Chorografia do Maranhão,
poderão ser ouvidas durante a apresentação. Entre elas Dom Chiquinho, Choro
nobre e Choro embolado, de Serra de Almeida, Gente do choro e Meiguice, de
Paulo Trabulsi.
O Regional Tira-Teima receberá o compositor Josias Sobrinho,
que se tornou nacionalmente conhecido ao ter quatro composições incluídas por Papete
em Bandeira de Aço [Discos Marcus Pereira, 1978], um divisor de águas para a
música popular produzida no Maranhão. O cantor e percussionista gravou De
Cajari pra capital, Engenho de Flores, Dente de ouro e Catirina, até hoje entre
as mais conhecidas da lavra de Josias Sobrinho.
Era o começo. Depois ele gravaria seus próprios discos,
sendo Dente de ouro [2005] o mais recente, e seria gravado e regravado por
diversos intérpretes, no Maranhão e em outros estados. Casos de Engenho de
flores (regravada por Diana Pequeno), Rosa Maria (Ceumar, Leci Brandão e
Cláudio Pinheiro), Porco espinho (Fátima Passarinho), Terra de Noel (Flávia
Bittencourt), Quadrilha (parceria com Sérgio Habibe, Godão, Ronald Pinheiro e
Chico Maranhão, gravada por este último e por Papete), O biltre (Rita Ribeiro,
hoje Benneditto), As perigosa (Ceumar) e Dente de ouro (Cláudio Lima), entre
muitas outras.
Parte desse repertório autoral será apresentado por Josias.
“Vou tocar um choro que fiz na época do Rabo de Vaca [grupo dos anos 1970,
então integrado por Josias]. Nosso grupo começou tocando chorinho, mas faço
também um choro cantado, além de sambas meus e de outros compositores”,
adianta.
Ele diz ver com bons “olhos e ouvidos” a iniciativa do
RicoChoro ComVida e comenta também o significado de ser o convidado da vez.
“Somente uma música com tão ricas tradições pode proporcionar a gerações
continuadas possibilidades desta envergadura. Parabéns a todos que têm algo a
ver com a realização do projeto. É a história se impondo à incongruência dos
fatos. Afinal, o Choro tem vida! Pra mim é muito gratificante participar desse
grande momento cultural. Ter minha música inserida no contexto do choro é
elogioso e distinto. Sou muito grato pelo convite, afinal de contas esta é uma
iniciativa que retoma histórias tantas, representadas nas figuras destacadas de
Ricarte, Tira-Teima, Luiz Jr., o Clube do Choro, Chico Canhoto, Célia Maria,
Léo Capiba, João Neto [seu sobrinho] e tantos outros”, destaca Josias.
A pequena Maria Vitória cresceu entre boas influências
musicais: é filha do cantor e compositor Santacruz e da produtora Ópera Night,
em cujo currículo constam vários nomes importantes da música brasileira
trazidos por ela à ilha. Recentemente a mãe resolveu produzir a própria filha,
em um show com participações especiais de outras crianças sintonizadas com o
que de melhor se produz em termos musicais no Brasil e no Maranhão.
Na participação especial que fará no show de “tio Josias”,
como ela carinhosamente chama o artista, ele também uma de suas referências
musicais, Maria Vitória fará uma homenagem ao saudoso e eterno João Rubinato, o
ítalo-paulista cuja música tornou-se sinônimo da maior cidade do país: Adoniran
Barbosa.
Produção de RicoMar Produções Artísticas, RicoChoro ComVida
tem patrocínio da Fundação Municipal de Cultura (Func), Gabinete do Deputado
Bira do Pindaré, TVN e Galeteria Ilha Super, e apoio do Restaurante Barulhinho
Bom, Calado e Corrêa Advogados Associados, Sonora Studio, Clube do Choro do
Maranhão, Gráfica Dunas, Sociedade Artística e Cultural Beto Bittencourt e
Musika S.A. Produções Artísticas.
Serviço
O quê: RicoChoro ComVida – 4ª. edição
Quem: Vinil Social Club, Regional Tira-Teima, Josias
Sobrinho e participação especial de Maria VitóriaOnde: Restaurante Barulhinho Bom (Rua da Palma, 217, Praia Grande)
Quando: 31 de outubro (sábado), às 18h
Quanto: R$ 30,00. Reserva de mesas pelo telefone (98) 988265617
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