A praia de Panaquatira, no município de São José de Ribamar,
acumula vários problemas que descredenciam o balneário como atrativo turístico.
A cidade é administrada por Gil Cutrim (PDT), presidente da Federação dos
Municípios do Maranhão (Famem).
O problema mais grave é o acesso à praia, feito pela avenida
Principal, tomada por buracos e esgoto a céu aberto no trecho da entrada
(confluência com a rodovia MA-201) até a “curva da morte”, próximo à rua da
Granja.
Pedestres e ciclistas são os mais prejudicados com os buracos e esgotos na via sem calçadas |
Nesse percurso, uma enorme feira tomou conta da via,
misturando comércio formal e informal, lixo, poeira, lama, alimentos, veículos
e pessoas.
As péssimas condições da avenida prejudicam os comerciantes,
moradores e os poucos turistas que ainda visitam a praia. Todos reclamam,
principalmente, das condições da via pública e do esgoto.
Esgoto e lixo acumulados dificultam o comércio e prejudicam as vendas |
O carpinteiro João Mariano, 44 anos, morador do Sítio do
Apicum, utiliza bicicleta para se deslocar diariamente. Ele disse que a estrada
precária facilita os assaltos à noite, quando os motoristas têm de reduzir a
velocidade para passar nas crateras.
A comerciária Sonia Coimbra, 25 anos, mora no bairro Jota
Câmara e todos os dias vai ao trabalho andando, na via sem calçadas, correndo o
risco de ser atropelada. A água suja empoçada nos buracos também ameaça os
pedestres. Quando os carros passam, jogam lama. Coimbra já tomou “dois banhos”
no seu trajeto diário e teve de voltar para casa, trocar a roupa e retornar ao
trabalho.
Segundo os moradores, o trânsito lento devido à buraqueira facilita a ação dos assaltantes |
Proprietário de um sacolão de frutas e verduras, Pedro
Junior, 22 anos, afirmou que as vendas estão fracas e atribuiu o marasmo do
comércio, em parte, à situação da avenida. “Tá ruim, muito buraco, quando chove
a lama chega até as caixas de mercadorias e prejudica as vendas”, descreveu.
Junior está apreensivo com a chegada das chuvas. Ele protege
os alimentos com uma lona, mas a enxurrada é impiedosa. “Quando chove é uma lameira doida”, definiu.
A falta de iniciativas da Prefeitura levou os próprios
comerciantes a tomarem providências.
Washington Maciel, 54 anos, proprietário de um depósito de bebidas, trabalha há 15 anos no mesmo ponto, localizado no
cruzamento da avenida Principal com a rua São Bento. “Desde 2015 tem a
buraqueira, que se agravou nos últimos seis meses e a tendência é só piorar com
o inverno chegando. A gente coloca entulho nos buracos”, explicou.
Os pedestres são prejudicados pela ausência de calçadas e excesso de lixo e esgoto ao longo de vários trechos da avenida |
Mas, a solução encontrada pela comunidade acaba se
transformando em dois problemas. “Quando chove o entulho vira lama e na seca é
uma poeira danada. Aí molhamos o entulho para baixar a poeira, porque o
comércio fica cinzento”, detalhou, passando a mão sobre o estabilizador de um
computador, coberto de fuligem.
Maciel afirmou que a comunidade já denunciou a situação da
avenida Principal nas redes sociais, “mas até agora não tivemos nenhuma
resposta do prefeito”.
Há 31 anos morando na avenida Principal e 10 anos como
gerente-proprietária de loja, uma comerciante que não quis se identificar
declarou que o problema é antigo e as melhorias são feitas pelos próprios
comerciantes. “Compro cimento e areia e peço para meu irmão tapar os buracos em
frente do estabelecimento”, contou.
A gerente disse ainda que o quebra-molas não
é sinalizado e os guardas de trânsito desapareceram. Para melhorar, segundo
ela, teria de fazer um trabalho completo de asfaltamento, drenagem,
regularização das bancas de camelôs, sinalização e guardas para organizar o
trânsito.
OUTRO LADO
Segundo a Assessoria de Comunicação (Ascom) da Prefeitura de São
José de Ribamar, “a estrada está incluída em um cronograma de trabalho que já
foi iniciado e está, neste momento, na Vila Sarney Filho, onde estão sendo
executados serviços de recuperação asfáltica de vias. A previsão é de que o
trabalho na referida estrada seja realizado até o fim deste mês ou começo do
próximo.
Sobre o fluxo de veículos, a Ascom disse que os agentes
de trânsito atuam diariamente no local “desenvolvendo o trabalho de orientação,
prevenção e fiscalização.”
O esgotamento sanitário é de responsabilidade da Odebrecht Ambiental. Por meio de nota enviada ao blogue, a empresa afirmou que a Estrada de Panaquatira e toda a sede do município de São José de Ribamar não têm rede de coleta de esgoto regular. As residências utilizam fossa.
"Essa realidade mudará nos próximos anos, uma vez que a localidade está contemplada nos investimentos, conforme estabelecido contratualmente, e contará com implantação de rede de coleta adequada e estações de tratamento de esgoto", explicou a empreiteira.
O esgotamento sanitário é de responsabilidade da Odebrecht Ambiental. Por meio de nota enviada ao blogue, a empresa afirmou que a Estrada de Panaquatira e toda a sede do município de São José de Ribamar não têm rede de coleta de esgoto regular. As residências utilizam fossa.
"Essa realidade mudará nos próximos anos, uma vez que a localidade está contemplada nos investimentos, conforme estabelecido contratualmente, e contará com implantação de rede de coleta adequada e estações de tratamento de esgoto", explicou a empreiteira.
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