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domingo, 1 de maio de 2016

GOVERNO FLÁVIO DINO TEM NOTÁVEIS E CORINGA

Governador tem a caneta que toma as principais decisões na administração

A centralização é uma característica marcante no governo Flávio Dino (PCdoB).

Ao contrário de Jackson Lago, que governava com ampla flexibilidade, Flávio Dino centraliza e vigia a administração. Por ele passam todas as decisões, combinando o rigor da magistratura com a disciplina partidária do PCdoB – o centralismo democrático.

Assim, na montagem da gestão, o governador pensou em compor uma equipe com alta qualidade técnica.

Essa meritocracia funcionou, mas em parte, porque o segundo e terceiro escalões tiveram de ser divididos com os grupos políticos que apoiaram a eleição, muitos instalados há décadas na estrutura do sarneísmo.

Em decorrência desse processo, a formação da máquina administrativa é híbrida, exigindo um alto grau de concentração na pessoa do governador.

O poder é compartilhado com gestores-chave, como o secretário Marcio Jerry, além de conselheiros muito próximos do Palácio dos Leões.

Na primeira reforma administrativa, Jerry passou a controlar a Articulação Política e a Comunicação, pastas fundidas estrategicamente para sedimentar o controle da gestão.

Após 1 ano e 4 meses, o delicado cenário nacional e as eleições municipais de 2016 levaram Flávio Dino a radicalizar essa formatação dos notáveis, colocando no seu entorno quadros de absoluta confiança e afinidade política.

Foi assim que deslocou o médico Marcos Pacheco da Secretaria de Saúde (SES) para uma secretaria extraordinária (Articulação de Políticas Públicas) e colocou no lugar o advogado Carlos Lula, ex-subscretário da SES.

Nessa perspectiva, o governador trouxe para a Secretaria de Governo o advogado Antônio Nunes, ex-diretor do Detran.

Lula e Nunes são oriundos do escritório de advocacia que teve Flávio Dino como um dos fundadores, antes de ingressar na magistratura.

Assim, a Secretaria de Governo (Antônio Nunes) e a Secretaria de Comunicação e Articulação Política (Marcio Jerry) compõem o núcleo mais próximo de Flávio Dino.

A Saúde, pasta-chave para elevar os indicadores sociais do Maranhão, também fica sob o controle de um executivo (Carlos Lula) da alta confiança do governador.

Esse núcleo duro deveria ter ainda a participação da Casa Civil, ocupada por Marcelo Tavares, sobrinho do ex-governador e deputado federal José Reinaldo Tavares (PSB).

Porém, o posicionamento de Tavares (tio) favorável ao impeachment de Dilma Roussef (PT) provocou um estranhamento no Palácio dos Leões.

No campo dos notáveis, consta ainda a figura ímpar do advogado Felipe Camarão, atualmente secretário de Educação, depois de ocupar três posições de destaque: Secretaria de Gestão e Previdência, Secretaria de Cultura e Secretaria de Governo.

Camarão é o coringa da administração.

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