Governador tem a caneta que toma as principais decisões na administração |
A centralização é uma
característica marcante no governo Flávio Dino (PCdoB).
Ao contrário de Jackson Lago, que governava com ampla
flexibilidade, Flávio Dino centraliza e vigia a administração. Por ele passam todas
as decisões, combinando o rigor da magistratura com a disciplina partidária do
PCdoB – o centralismo democrático.
Assim, na montagem da gestão, o governador pensou em compor uma
equipe com alta qualidade técnica.
Essa meritocracia funcionou, mas em parte, porque o segundo e
terceiro escalões tiveram de ser divididos com os grupos políticos que apoiaram
a eleição, muitos instalados há décadas na estrutura do sarneísmo.
Em decorrência desse processo, a formação da máquina
administrativa é híbrida, exigindo um alto grau de concentração na pessoa do governador.
O poder é compartilhado com gestores-chave, como o secretário
Marcio Jerry, além de conselheiros muito próximos do Palácio dos Leões.
Na primeira reforma administrativa, Jerry passou a controlar
a Articulação Política e a Comunicação, pastas fundidas estrategicamente para
sedimentar o controle da gestão.
Após 1 ano e 4 meses, o delicado cenário nacional e as eleições
municipais de 2016 levaram Flávio Dino a radicalizar essa formatação dos
notáveis, colocando no seu entorno quadros de absoluta confiança e afinidade
política.
Foi assim que deslocou o médico Marcos Pacheco da Secretaria
de Saúde (SES) para uma secretaria extraordinária (Articulação de Políticas
Públicas) e colocou no lugar o advogado Carlos Lula, ex-subscretário da SES.
Nessa perspectiva, o governador trouxe para a Secretaria de Governo o
advogado Antônio Nunes, ex-diretor do Detran.
Lula e Nunes são oriundos do escritório de advocacia que
teve Flávio Dino como um dos fundadores, antes de ingressar na magistratura.
Assim, a Secretaria de Governo (Antônio Nunes) e a Secretaria
de Comunicação e Articulação Política (Marcio Jerry) compõem o núcleo mais
próximo de Flávio Dino.
A Saúde, pasta-chave para elevar os indicadores sociais do
Maranhão, também fica sob o controle de um executivo (Carlos Lula) da alta
confiança do governador.
Esse núcleo duro deveria ter ainda a participação da Casa
Civil, ocupada por Marcelo Tavares, sobrinho do ex-governador e deputado
federal José Reinaldo Tavares (PSB).
Porém, o posicionamento de Tavares (tio) favorável ao
impeachment de Dilma Roussef (PT) provocou um estranhamento no Palácio dos
Leões.
No campo dos notáveis, consta ainda a figura ímpar do advogado Felipe
Camarão, atualmente secretário de Educação, depois de ocupar três posições de
destaque: Secretaria de Gestão e Previdência, Secretaria de Cultura e
Secretaria de Governo.
Camarão é o coringa da administração.
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