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segunda-feira, 30 de maio de 2016

JOSÉ SARNEY NO CONFESSIONÁRIO DE SERGIO MACHADO

Demorou, mas Lava-Jato está chegando cada vez mais perto do núcleo familiar do ex-presidente José Sarney (PMDB).

É sempre bom lembrar que o doleiro Alberto Youssef foi preso no hotel Luzeiros, em São Luís, sob denúncia de que pagava propina para furar a fila de precatórios no governo Roseana Sarney (PMDB).

Era o fio da meada.

Finalmente, surgiram as primeiras revelações sobre as falas secretas do ex-presidente, no confessionário do ex-diretor da Transpetro Sergio Machado.

Atraído nas artimanhas do delator, Sarney esbaldou-se em confissões ao telefone, como um bom pecador.

As conversas expressam preocupação e sinais da traição. Beneficiário dos governos Lula/Dilma, Sarney é o denunciante mais explícito de que a presidente petista operou na Odebrecht.

Agora, a metralhadora ponto 100 precisa mirar bem no Maranhão, onde o atraso se instalou às custas dos privilégios da casta mantida por Sarney.

Sua derrocada é inevitável. Ele é um dos homens mais vividos na República, influente nos palácios e nos subterrâneos da política.

Seria impossível sobreviver tanto tempo sem fazer acordos e conchavos para se manter forte em todas as circunstâncias, incluindo o trânsito farto pelos escaninhos dos três poderes.

No confessionário, Sarney fala com intimidade sobre juízes de alto escalão, como se o Judiciário fosse uma extensão dos interesses privados das eminências pardas do Congresso.

As confissões de Sarney com Sergio Machado são a síntese dos podres poderes de Brasília, cujas raízes mais profundas estão no atraso do Maranhão.

Uma hora ele haverá de pagar pelos pecados confessados ao telefone com o delator.

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